MUPA recebe as mostras Animalis Imaginibvs e Além da Ética da 14ª Bienal de Curitiba

Até 1º de março de 2020, o Museu Paranaense recebe exposições com curadorias de Adolfo Montejo Navas e Massimo Scaringella

O Museu Paranaense (MUPA) está no circuito de exposições da 14ª Bienal de Curitiba: Fronteiras em Aberto recebendo duas exposições: “Animalis Imaginibvs”, de Mauro Espíndola com curadoria de Adolfo Montejo Navas, e a mostra coletiva “Além da Ética”, que tem curadoria de Massimo Scaringella. São trabalhos de 17 artistas, entre brasileiros e estrangeiros, apresentando seus olhares acerca dos mais diversos temas. As mostras permanecem no espaço até 1º de março de 2020. A entrada é gratuita.

Em “Animalis Imaginibvs”, o carioca Mauro Espíndola traz um olhar dialogal entre linguagem científica e artes plásticas. O artista apresenta estudos sobre a animália em relação a aspectos da natureza humana e encarna um heterônimo, Emanoel Leichter, necroinventariante do bestiário do antigo moinho que habita. O público poderá conferir também gravuras experimentais – Biogravuras (geradas com material microescamoso das asas de borboletas e mariposas encontradas mortas no moinho); duas vitrines – Contracampvs (corpos dos lepidópteros utilizados nas Biogravuras) e dois livros – Codex Papilonis Imaginibvs VolI e Vol II, editados por Moinho Ed Limitadas.

 

Gravuras experimentais – Biogravuras (geradas com material microescamoso de asas de borboletas e mariposas encontradas mortas).

 

Biogravuras da mostra Animalis Imaginibvs. Foto Claiton Biaggi.


Nas palavras do curador, “Mauro Espíndola respira uma especulação linguística que é, ao mesmo tempo, temporal e cultural, sobretudo quando o que se divisa no horizonte é um museu imaginário que joga com a ciência e a taxonomia, o desenho, a monotipia e a cultura mais híbrida da imagem, aquela que repousa iconograficamente, incluído o campo além da arte.” O resultado é um trabalho com múltiplas técnicas, usando como matéria restos de insetos e animais, que utiliza a metáfora da metamorfose e as transformações vivas.

Com curadoria de Massimo Scaringella, a mostra coletiva “Além da Ética” reúne o trabalho dos artistas Alberto Salvetti, Alessandro Zannier, Angela Lima, Carlo Bonfà, Franco Mazzucchelli, Gianfranco Gentili, Guita Soifer, Jorge Pombo, Julia Bornefeld, Luigi Dellatorre, Marco Betìn, Marco Gradi, Marica Moro e Matteo Mezzadri.

 

 

 

Obra do artista Alberto Salvetti feita de jornais com notícias sobre javali ou desmatamento, papel scotch, bastões e arame, betume, alcatrão, mármores de vidro para aquários.

 

Obra do artista Alberto Salvetti da mostra Além da Ética. Foto Claiton Biaggi

Os artistas são representantes do movimento que dá título à exposição e retomam em suas obras o conceito adotado historicamente por pensadores como o fazer arte ter um papel prático e, por sua vez, ético. Para Massimo Scaringella, “essa geração de artistas, que representa a reabilitação e manutenção de um nome corporativo, de uma ideia de trabalho artístico como a vida cotidiana, onde a arte escuta e produz para uma maior sensibilidade da vida.”


Curadorias
Adolfo Montejo Navas nasceu em Madri, Espanha, em 1954, mas mora no Brasil há 26 anos. É poeta, artista visual, crítico e curador independente. Colaborador de diversas publicações culturais da Espanha, Brasil, América Latina. É pesquisador de arte contemporânea internacional e brasileira e autor de livros de Anna Bella Geiger, Victor Arruda, Regina Silveira, Iberê Camargo, Paulo Bruscky, Mário Carneiro, Ana Vitória Mussi, Patricio Farías e Miguel Rio Branco. Realizou inúmeras curadorias monográficas no Brasil e Espanha (últimas em destaque, Arruda Victor, MAM, RJ, 2018 e Arthur Omar – A origem do rosto, SESC, SP, 2018). Recentemente publicou Fotografia e poesia (afinidades eletivas), UBU, 2017 e Poemas casuais, outros, Medusa, 2018. Entende todo seu trabalho crítico, curatorial, literário e de projetos culturais como fronteiriço e transversal. Algumas frentes de pesquisa são a teoria da imagem e a fotografia, a poesia visual, as relações e afinidades palavra/imagem. Curador da 14ª Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Curitiba

Nascido em Roma, Itália, Massimo Scaringella é curador independente de arte contemporânea e organizador de eventos culturais. Durante mais de 40 anos de atividade na Itália e no exterior, ele apresentou muitos artistas italianos e estrangeiros, muitos entre as novas gerações, mas já apreciados hoje no cenário internacional. Desde 2000 trabalhou no setor da Arte Contemporânea do Ministério dos Negócios Estrangeiros Italiano para a criação da conhecida Coleção do Século XX na Farnesina. Realizou curadorias ou colaborações em mais de 250 exposições de arte contemporânea em 40 países, em contato direto com as realidades locais de diferentes culturas e sua paisagem contemporânea, criando uma ponte de intercâmbio entre a arte italiana e o resto do mundo.

Sobre a Bienal de Curitiba
A 14ª Bienal de Curitiba acontece de 21 de setembro de 2019 até 1 de março de 2020 com o tema “Fronteiras em Aberto”, assinado pelos curadores Adolfo Montejo Navas e Tereza de Arruda. A programação geral tem participação de artistas dos cinco continentes, com destaque para artistas da Rússia, Índia, China e África do Sul – países membros do bloco BRICS.

Com patrocínio de Furnas, Copel, Havan e Bergerson, é uma realização da Fundação Cultural de Curitiba, Prefeitura Municipal de Curitiba, Secretaria de Estado da Comunicação Social e da Cultura do Governo do Paraná, Secretaria Especial da Cultura do Ministério da Cidadania do Governo Federal.

Serviço
14ª Bienal de Curitiba: Fronteiras em Aberto no Museu Paranaense
Animalis Imaginibvs de Mauro Espíndola com curadoria de Adolfo Montejo Navas
Além da Ética com curadoria de Massimo Scaringella
De 22 de setembro de 2019 a 1º de março de 2020
Entrada gratuita