Programa Público
O Programa Público intitulado “Se enfiasse os pés na terra: relações entre humanos e plantas” consiste em um projeto experimental do Museu Paranaense (MUPA) que ocorrerá entre os meses de janeiro e maio de 2022. Ele é formado por uma série de ações artísticas, educativas e culturais, no qual o público será convidado a aproximar-se das múltiplas formas de vínculos entre seres humanos e seres vegetais. Farão parte desse projeto coletivos indígenas, artistas, pesquisadores das áreas da botânica, antropologia, arqueologia e história, mestres e detentores de saberes e fazeres de populações tradicionais (quilombolas, faxinalenses e caiçaras), escritores, arquitetos, cozinheiros e produtores locais ligados à agroecologia. Dentre as plantas que se destacam na programação figuram a mandioca, a caxeta, o tabaco, o pau-brasil, além das sementes crioulas quilombolas, ervas medicinais ligadas à cura ou aos rituais do candomblé.
A realização do Programa Público “Se enfiasse os pés na terra: relações entre humanos e plantas” busca reafirmar a importância da cultura imaterial, dos saberes ancestrais de pessoas enraizadas em seus territórios, bem como da potência do museu enquanto espaço de relações. Por meio de mesas-redondas, conversas, atividades práticas e ações artísticas, o projeto tem como objetivo promover o encontro entre os sujeitos que carregam consigo uma relação estreita com as plantas - das mais diferentes formas - e o público do Museu Paranaense.
As ações que integram o Programa Público “Se enfiasse os pés na terra: relações entre humanos e plantas” serão realizadas na Sala Lange de Morretes e no jardim do MUPA. Todas as atividades como apresentações, rodas de conversa e mesas-redondas têm entrada gratuita, mas as vagas são limitadas. A distribuição dos ingressos será realizada 30 minutos antes da ação, por ordem de chegada, até completar a capacidade do local.
Um Programa Público é uma forma de convidar o visitante a pensar sobre um assunto e se envolver com ele. Para isso, mais do que uma exposição ou um evento, a instituição planeja uma série de ações durante um período maior de tempo, para manter aquele tema em evidência.
A ideia é que o visitante possa experimentar, aprender, conhecer, ouvir e sentir de uma forma mais profunda aquilo que está sendo apresentado, debatido ou criado. E isso pode provocar um impacto intelectual, emocional e cultural transformador, não apenas em escala pessoal, mas na vibração cultural mais ampla.
Assim, o MUPA assume o compromisso de levar seu público por essa jornada de saberes ancestrais, científicos e artísticos que marcam o tecido dos vínculos entre seres humanos e seres vegetais.
Este é o Programa Público “Se enfiasse os pés na terra” que acontece a partir do dia 27 de janeiro até maio de 2022.
O Programa Público “Se enfiasse o pés na terra” inclui ações que buscam valorizar os saberes ancestrais e populares, bem como as pesquisas científicas e artísticas em torno da relação entre as pessoas e as plantas. Além disso, todo o projeto emana a vontade de promover a consciência ambiental e o respeito à biodiversidade.
O Programa se insere nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). A agenda é um apelo global à ação para erradicar a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade.
Veja com quais ODS o programa se relaciona:
EDUCAÇÃO DE QUALIDADE
Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.
Item 4.7 Até 2030, garantir que todos os alunos adquiram conhecimentos e habilidades necessárias para promover o desenvolvimento sustentável, inclusive, entre outros, por meio da educação para o desenvolvimento sustentável e estilos de vida sustentáveis, direitos humanos, igualdade de gênero, promoção de uma cultura de paz e não violência, cidadania global e valorização da diversidade cultural e da contribuição da cultura para o desenvolvimento sustentável.
CIDADES E COMUNIDADES SUSTENTÁVEIS
Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.
Item 11.4 Fortalecer esforços para proteger e salvaguardar o patrimônio cultural e natural do mundo.
Janeiro
27 JAN - EVENTO INTERNACIONAL
Noite das Ideias | Re-construir Juntos
Com coletivo MAHKU, Alex Červený, Santídio Pereira, Karen Shiratori e Marie Perennès
No dia 27 de janeiro, o MUPA recebe a Noite das Ideias, um evento internacional promovido anualmente pela Embaixada da França e preparado este ano em Curitiba pelo Museu Paranaense (MUPA) em parceria com a Aliança Francesa. Confira a programação completa:
15h às 18h - Apresentação
Pintura com o coletivo MAHKU
O coletivo indígena MAHKU integra a programação da Noite das Ideias realizando uma pintura de grandes dimensões no jardim do MUPA. A criação, que dá a ver mitos e visões do povo Huni Kuin, é acompanhada por cantos xamânicos. Em paralelo à pintura do coletivo, haverá uma oficina de pintura para crianças orientada pelas educadoras do Museu. A obra passará a integrar o acervo do Museu Paranaense.
19h - Mesa-redonda
Re-construir Juntos
A mesa redonda “Re-construir juntos” reúne os artistas Santídio Pereira, Alex Červený e mediação da antropóloga Karen Shiratori. Participa também por meio de vídeo a curadora da Fondation Cartier pour l’art contemporain, Marie Perennès. Neste encontro, os convidados dialogam sobre as investigações científicas e artísticas recentes que têm lançado luz sobre inteligências vegetais e as mais complexas formas de vínculos entre sujeitos e plantas.
20h30 - Abertura de exposição
Exposição Santídio Pereira e Alex Červený
Para fechar a Noite das Ideias 2022, o MUPA inaugura uma exposição com obras dos artistas Santídio Pereira e Alex Červený. O conjunto de gravuras, desenhos e pinturas evidenciam pesquisas estéticas desses artistas que apontam um especial interesse por plantas, árvores e outros elementos vegetais. A exposição segue em cartaz na sala Lange de Morretes até 6 de março.
Todas as atividades são gratuita, mas o número de lugares é limitado. Para a mesa-redonda, a liberação dos lugares será realizada a partir de 18h30, por ordem de chegada, até completar a capacidade do local. A atividade ocorrerá no jardim do MUPA.
MAHKU
O Movimento dos Artistas Huni Kuin (MAHKU) tem origem nas pesquisas de Ibã Huni Kuin sobre os cantos da ayahuasca (chamados de huni mekas na língua hantxa kuin). Os cantos auxiliam na condução do ritual com nixi pae (ayahuasca). A principal produção artística do coletivo consiste em traduzir esses cantos e alguns mitos em imagens. Além de possuírem obras nos acervos do Museu de Arte de São Paulo (MASP), Fondation Cartier (Paris) e na Pinacoteca do Estado de São Paulo, estiveram presentes em importantes exposições como Moquém_Surarî (Museu de Arte Moderna de São Paulo), Vexoá: nós sabemos (Pinacoteca de SP), Vaivém (Centro Cultural Banco do Brasil), Sweat (Haus der Kunst / Munique), 35º Panorama da Arte Brasileira (Museu de Arte Moderna de São Paulo), Avenida Paulista (Museu de Arte de São Paulo), Histórias Mestiças (Instituto Tomie Ohtake) e Histoires de Voir (Fondation Cartier, Paris).
Integrantes do coletivo que estarão no MUPA
Kassia Hare Karaja Huni Kuin
Itamar Rios
Rita Sales
Ibã Huni Kuin
Santídio Pereira
Santídio Pereira nasceu em Curral Comprido, no Piauí. Aos oito anos de idade, Santídio mudou-se para a cidade de São Paulo e nesse momento começa a frequentar o Instituto Acaia, uma organização social sem fins lucrativos, que oferece atividades socioeducativas a crianças, adolescentes e suas famílias. Pelo Ateliê Acaia, ele realizou atividades artísticas, como aulas de marcenaria, cerâmica, animação, pintura, até se destacar nas oficinas de desenho e xilogravura. Uma característica marcante de seu trabalho é o uso de diversas matrizes para a composição de uma obra única, subvertendo assim a característica de reprodutibilidade existente na linguagem da gravura. As obras do artista integram importantes coleções no Brasil e no exterior.
Alex Červený
De formação independente, o trabalho de Alex Cerveny alude a um mundo fantástico, em que se misturam personagens bíblicos e mitológicos, fauna, flora e paisagens surrealistas. A relação com o texto, com narrativas de todos os tempos – desde a antiguidade até as telenovelas – e com o corpo também é latente em sua produção. Desde a década de 1980, participou de significativas mostras, tais como Nous les Abres, na Fondation Cartier, em Paris; e em 2021 da coletiva Trees, promovida pela Fondation Cartier na Power Station of Art em Shanghai. Cerveny é um dos artistas convidados para a próxima Bienal de Sidney, que será realizada em março de 2022. Sua obra pertence a importantes coleções públicas como Fondation Cartier pour l'art contemporain em Paris, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Pinacoteca do Estado de São Paulo, CCSP - Centro Cultural de São Paulo e Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
Karen Shiratori
Graduada em filosofia pela Universidade de São Paulo (USP), mestre e doutora em antropologia social pelo Museu Nacional do Rio de Janeiro (UFRJ). Pós-doutoranda do Departamento de Antropologia da USP e pesquisadora do Centro de Estudos Ameríndios (Cesta-USP). Vinculada à Unidade Mista de Pesquisa « Patrimoines locaux, environnement & globalisation » (PALOC-IRD). Faz parte do projeto ECO European Research Council (ERC) sediado no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. É autora e organizadora do livro "Vozes Vegetais: diversidade, resistências e histórias da floresta", publicado pela editora UBU (2020).
Marie Perennès
Curadora da Fundação Cartier para a arte contemporânea, de Paris, Marie atua na instituição há mais de 7 anos e é também diretora cinematográfica.
28 e 29 JAN - APRESENTAÇÃO
Pintura com o coletivo MAHKU
O coletivo indígena MAHKU realiza uma pintura de grandes dimensões no jardim do MUPA. A criação, que dá a ver mitos e visões do povo Huni Kuin, é acompanhada por cantos xamânicos. Em paralelo à pintura do coletivo, haverá uma oficina de pintura para crianças orientada pelas educadoras do Museu.
MAHKU
O Movimento dos Artistas Huni Kuin (MAHKU) tem origem nas pesquisas de Ibã Huni Kuin sobre os cantos da ayahuasca (chamados de huni mekas na língua hantxa kuin). Os cantos auxiliam na condução do ritual com nixi pae (ayahuasca). A principal produção artística do coletivo consiste em traduzir esses cantos e alguns mitos em imagens. Além de possuírem obras nos acervos do Museu de Arte de São Paulo (MASP), Fondation Cartier (Paris) e na Pinacoteca do Estado de São Paulo, estiveram presentes em importantes exposições como Moquém_Surarî (Museu de Arte Moderna de São Paulo), Vexoá: nós sabemos (Pinacoteca de SP), Vaivém (Centro Cultural Banco do Brasil), Sweat (Haus der Kunst / Munique), 35º Panorama da Arte Brasileira (Museu de Arte Moderna de São Paulo), Avenida Paulista (Museu de Arte de São Paulo), Histórias Mestiças (Instituto Tomie Ohtake) e Histoires de Voir (Fondation Cartier, Paris).
Integrantes do coletivo que estarão no MUPA
Kassia Hare Karaja Huni Kuin
Itamar Rios
Rita Sales
Ibã Huni Kuin
30 JAN - 10h - OFICINA
Plantar o amanhã: fazendo uma horta no Museu
Com a agricultora Alene de Godoy e o engenheiro agrônomo Homero Cidade
Nesta oficina destinada a crianças e famílias, os participantes farão o plantio de uma horta no Museu Paranaense. Através de ações práticas e diálogos, os participantes irão trabalhar diretamente com as mudas e entender aspectos ligados ao solo, o ambiente e o clima, que ajudam a entender de forma mais totalizante o desenvolvimento das plantas e a sua relação com a alimentação, muitas vezes desnaturalizada pelo modo de vida urbano.
15 vagas para crianças acompanhadas por até dois adultos.
Abertura das inscrições: 25 de janeiro, às 12h.
Alene de Godoy
Mãe, professora e camponesa. Reside no município de Tamarana no Paraná. Geógrafa pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), pesquisa e tem vivência com temas relacionados à agroecologia, fertilizantes naturais e cultivo sustentável. Proprietária do perfil @afroecologica no Instagram, onde compartilha o seu dia a dia no campo atrelado a práticas e experiências com o solo.
Homero Cidade
Engenheiro agrônomo graduado na UFPR. Prestador de serviços para o SENAR-PR desde 2004 em cursos de agricultura orgânica e produção de hortaliças. Atualmente, reside em Campo Largo e produz alimentos seguindo os princípios de agricultura de base ecológica. O SENAR-PR é uma entidade que promove ações de Formação Profissional Rural e atividades de Promoção Social voltadas às pessoas do meio rural. Por meio de cursos e programas especiais contribui com sua profissionalização e melhoria da qualidade de vida, bem como prepara produtores e trabalhadores rurais para o exercício da cidadania e da busca do desenvolvimento sustentável. A instituição oferece centenas de cursos presenciais e a distância, sem cobrança de mensalidade, sobre temas fundamentais para a atuação no campo. Operação de máquinas, aplicação correta de insumos, boas práticas na agricultura, uso de equipamentos de segurança e uma infinidade de temas cruciais a quem atua nas áreas rurais integram os temas de abrangência dessas formações.
30 JAN - 14h - MESA-REDONDA
Agroecologia: entre práticas e vivências
Com a agricultora Alene de Godoy e o engenheiro agrônomo Homero Cidade
A mesa promove o encontro de pessoas e experiências acerca do cultivo de alimentos e a vivência da agroecologia e do plantio orgânico. Os convidados são o engenheiro agrônomo Homero Cidade e a camponesa e geógrafa Alene de Godoy. Eles trabalham com particularidades e desafios de produzir os próprios alimentos de origem vegetal em suas realidades locais. O momento será uma oportunidade de diálogo entre diferentes sujeitos, em contextos singulares, permeados por um tema tão comum a todos nós: cultivo e alimentação.
A mesa-redonda ocorrerá no jardim do MUPA e não é necessário inscrever-se previamente. A liberação dos lugares será realizada a partir de 13h30, por ordem de chegada, até completar a capacidade do local.
Alene de Godoy
Mãe, professora e camponesa. Reside no município de Tamarana no Paraná. Geógrafa pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), pesquisa e tem vivência com temas relacionados à agroecologia, fertilizantes naturais e cultivo sustentável. Proprietária do perfil @afroecologica no Instagram, onde compartilha o seu dia a dia no campo atrelado a práticas e experiências com o solo.
SENAR-PR com Homero Cidade
Engenheiro agrônomo graduado na UFPR. Prestador de serviços para o SENAR-PR desde 2004 em cursos de agricultura orgânica e produção de hortaliças. Atualmente, reside em Campo Largo e produz alimentos seguindo os princípios de agricultura de base ecológica. O SENAR-PR é uma entidade que promove ações de Formação Profissional Rural e atividades de Promoção Social voltadas às pessoas do meio rural. Por meio de cursos e programas especiais contribui com sua profissionalização e melhoria da qualidade de vida, bem como prepara produtores e trabalhadores rurais para o exercício da cidadania e da busca do desenvolvimento sustentável. A instituição oferece centenas de cursos presenciais e a distância, sem cobrança de mensalidade, sobre temas fundamentais para a atuação no campo. Operação de máquinas, aplicação correta de insumos, boas práticas na agricultura, uso de equipamentos de segurança e uma infinidade de temas cruciais a quem atua nas áreas rurais integram os temas de abrangência dessas formações.
Fevereiro
05 e 06 FEV - OFICINA E RODA DE CONVERSA
Plantas, cuidado e cura: práticas de benzedeiras do Paraná
Com as benzedeiras Dona Agda, Dona Evinha e curadores naturais
As benzedeiras do Movimento Aprendizes da Sabedoria (MASA), representadas por Dona Agda e Dona Evinha, residentes nos municípios de Rebouças e Irati (PR), e o casal curadores naturais do litoral paranaense, Cida e Gilson, irão compartilhar seus saberes tradicionais associados às plantas medicinais que integram a sociobiodiversidade da Floresta de Araucárias e território caiçara em dois momentos de diálogo e troca de experiências: oficina e roda de conversa.
05 FEV - 15h às 18h - Oficina
Plantas e modos de benzimento
Na oficina, as benzedeiras irão manusear e demonstrar o uso de plantas medicinais na prática do benzimento que inclui a preparação de chás, banhos, pomadas, xaropes, tinturas, emplastros e garrafadas por meio de folhas, flores, sementes, cascas e raízes que fazem parte de suas práticas tradicionais de cura.
20 vagas
Abertura das inscrições: 31 de janeiro, às 12h.
Dona Agda
Benzedeira, remediera e agricultora do município de Rebouças, é especialista no manuseio de plantas medicinais, ofício que aprendeu com o seu pai e ampliou ao longo da sua trajetória por meio do intercâmbio de conhecimentos tradicionais com outras benzedeiras. Faz parte do Movimento Aprendizes da Sabedoria (MASA).
Dona Evinha
Dona Evinha é benzedeira e agricultora agroecologista, reside na comunidade rural de Pirapó no município de Irati. Conhecedora das plantas que são remédio e alimento, defende a proteção das plantas contra a contaminação de agrotóxicos.
06 FEV - 10h - Roda de Conversa
Trajetória e práticas de benzedeiras e curadores naturais do Paraná
Esta roda de conversa será um momento para diálogos sobre as trajetórias e formas de relação com as plantas, norteados pelas ações de cultivo, cuidado, manejo, coleta, uso e preparo de plantas enquanto remédios e que caracterizam a identidade coletiva das benzedeiras Dona Agda e Dona Evinha, residentes nos municípios de Rebouças e Irati (PR), e o casal curadores naturais do litoral paranaense, Aparecida Camargo e Gilson Anastácio. A mediação será feita pelos pesquisadores Taísa Lewitzki e Zé Muniz.
A roda de conversa ocorrerá no jardim do MUPA e não é necessário inscrever-se previamente. A liberação dos lugares será realizada a partir de 9h45, por ordem de chegada, até completar a capacidade do local.
Dona Agda
Benzedeira, remediera e agricultora do município de Rebouças, é especialista no manuseio de plantas medicinais, ofício que aprendeu com o seu pai e ampliou ao longo da sua trajetória por meio do intercâmbio de conhecimentos tradicionais com outras benzedeiras. Faz parte do Movimento Aprendizes da Sabedoria (MASA).
Dona Evinha
Dona Evinha é benzedeira e agricultora agroecologista, reside na comunidade rural de Pirapó no município de Irati. Conhecedora das plantas que são remédio e alimento, defende a proteção das plantas contra a contaminação de agrotóxicos.
Taisa Lewitzki
Antropóloga, detém relações de pesquisa, extensão e assessoria com as benzedeiras do centro sul do Paraná.
Zé Muniz
Professor e pesquisador, é caiçara de Guaraqueçaba (PR) e possui publicações sobre as tradições de seu povo. Integra o Grupo Canutilho Temperado de Fandango Caiçara. Em 2020 recebeu o Prêmio Jornada Reconhecimento de Trajetória (SEEC-PR).
Gilson Crespo Anastácio e Aparecida Camargo
Gilson é natural de Abatiá no Paraná, mora em Guaraqueçaba desde 1979. Dedicando-se a manter modos de vida simples, inserindo-se na vida comunitária e aprendendo os modos e as formas de cuidados com a saúde de forma natural. As pessoas na comunidade confiam e procuram o “Barbudo” para resolver alguns dos muitos problemas de saúde. Seja porque no posto não tem o tratamento, ou porque confiam nos tratamentos a partir da natureza.
Aparecida é nascida e criada no norte do estado, e reside atualmente em Guaraqueçaba. Envolvida com a natureza e formas de cuidados com a saúde desde criança, aprendeu com a mãe, a avó e outras pessoas ligadas à família a tratar as doenças com plantas. É agente comunitária de saúde, e na função atua contando com a ajuda dos conhecimentos de Gilson sobre plantas e tratamentos naturais para as dores do corpo e da alma.
12 FEV - PALESTRA EM VÍDEO
Mandioca: perspectivas atlânticas
Com historiador Jaime Rodrigues
Nesta palestra, o historiador Jaime Rodrigues fala sobre a mandioca, o conhecimento indígena relacionado a produção da sua farinha e o trânsito deste alimento pelos continentes a partir do século XVI.
Jaime Rodrigues
Professor Associado de História do Brasil e do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de São Paulo. Doutor (2000) e mestre (1994) em História Social pela Universidade Estadual de Campinas. Atua principalmente nos temas de escravidão, tráfico de escravizados, história marítima, alimentação, patrimônio e organização de acervos. Publicou, entre outros, os livros No mar e em terra (2016), Alimentação, vida material e privacidade (2011) e De costa a costa (2005).
19 FEV - 17h - MESA-REDONDA
Nessa terra, em se plantando, tudo dá: Diálogos sobre arte, natureza e colonização
Com Jaime Lauriano e Fernanda Pitta
A fala da curadora Fernanda Pitta parte da seguinte indagação: E se pudéssemos pensar as relações entre arte e natureza no Brasil, ou pelo menos em alguns dos capítulos dessa história, como perpassada por processos não só de colonização, mas de autocolonização? A partir do termo utilizado pela historiadora Armelle Enders para descrever processo de dominação do território brasileiro - como um processo de dominação interno e não externo, do bandeirantismo à expansão do “progresso” no século XX no Brasil - discutiremos contradições desse processo e seu impacto nas artes visuais brasileiras.
Já o diálogo que o artista Jaime Lauriano pretende travar com o público tem como ponto de partida a sua obra que dá título à mesa. A obra, de 2015, consiste em uma muda de pau-brasil, que cresce dentro de uma estufa até que as suas raízes e galhos destruam a própria estrutura que permite o crescimento da muda. Esta violência imposta sobre a arquitetura da estufa, alude às violências aplicadas aos povos nativos da América Latina com o processo de colonização. Ao destruir a estrutura que a contém, a muda de pau-brasil estará fadada a sua própria destruição, condicionando assim a sua existência ao seu aprisionamento.
Para a mesa-redonda não é necessário inscrever-se previamente. A liberação dos lugares será realizada a partir de 16h30, por ordem de chegada, até completar a capacidade do local.
Fernanda Pitta
Curadora Sênior na Pinacoteca de São Paulo e Professora na FAAP. Os seus interesses de pesquisa centram-se na discussão de paradigmas da arte nacional e no lugar da arte indígena nas narrativas da arte brasileira. Foi bolsista da FAPESP, Fellow da AAMC e AAMC Foundation, Clark Art Institute, Biblioteca Getty e Visiting Scholar na Fakultet for kunst, musikk og design, Noruega. É coordenadora, com Susanna van der Watt e Lizabé Lambrechts, do projeto de pesquisa Decay Without Mourning: Future-thinking heritage practices, com financiamento do Riksbankens Jubileumsfond.
Jaime Lauriano
Artista visual, graduou-se pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, no ano de 2010, e já realizou diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Com trabalhos marcados por um exercício de síntese entre o conteúdo de suas pesquisas e estratégias de formalização, Jaime Lauriano nos convoca a examinar as estruturas de poder contidas na produção da História. Em peças audiovisuais, objetos e textos críticos, Lauriano evidencia como as violentas relações mantidas entre instituições de poder e controle do Estado – como polícias, presídios, embaixadas, fronteiras – e sujeitos moldam os processos de subjetivação da sociedade. Assim, sua produção busca trazer à superfície traumas históricos relegados ao passado, aos arquivos confinados, em uma proposta de revisão e reelaboração coletiva da História.
Março
01 A 04 MAR - PALESTRA EM VÍDEO
Plantas alimentares africanas no mundo atlântico
Com a pesquisadora Judith Carney
A circulação de plantas alimentares africanas é por si um fenômeno histórico antigo, que a partir do contexto das expansões marítimas ganhou proporções cada vez mais globais. Nessa conjuntura, a movimentação de sementes africanas rumo às Américas desempenhou um papel não apenas ligado à formação de uma nova paisagem e formas alimentares, mas também novos conhecimentos, memórias e afetividades.
A pesquisadora Judith Carney participa do Programa Público por meio de um palestra em vídeo que ficará em exibição na sala expositiva e no canal do MUPA no Youtube.
Judith Carney
Professora de Geografia da University of California, Los Angeles (UCLA). Especializada em África Ocidental e América Latina, suas pesquisas focam em gênero, sistemas alimentares, transformações agroecológicas e contribuições africanas na história de desenvolvimento do Novo Mundo. É autora dos livros premiados Black Rice: The African Origins of Rice Cultivation in the Americas e In the Shadow of Slavery: Africa’s Botanical Legacy in the Atlantic World. Carney é membro da Academia Americana de Artes e Ciências e seu trabalho foi reconhecido com distinções de várias entidades e com suporte de instituições como a National Geographic Society, o John Simon Guggenheim Memorial Foundation, o American Council of Learned Societies, a Rockefeller Foundation, entre outros.
05 MAR - 15h - MESA-REDONDA
Plantas de poder nas tradições e saberes ancestrais
Com Yalorixá Iya Gunã, a praticante da doutrina do Daime Juliana Rodrigues e a pesquisadora Karoliny Martins
Diversos são os saberes e fazeres que perfazem o cultivo, uso e veneração em torno das plantas nas práticas tradicionais, mediadoras das relações entre humanos e o sagrado. Nesse sentido, Karoliny Martins e Juliana Rodrigues irão compartilhar esse conhecimento em torno do Santo Daime, suas qualidades curativas, conselheiras e corretivas, a primeira pelo viés antropológico e a segunda pela perspectiva de Fardada do Santo Daime. Da mesma forma Dalzira Maria Aparecida – Iya Gunã, trará seus conhecimentos e vivências enquanto Yalorixá do candomblé sobre o mundo das plantas, domínio de Ossayn, evidenciando práticas de cura física e espiritual por meio de defumações, chás e usos cotidianos.
Para a mesa-redonda não é necessário inscrever-se previamente. A liberação dos lugares será realizada a partir de 14h30, por ordem de chegada, até completar a capacidade do local.
Dalzira Maria Aparecida – Iya Gunã
É Yalorixá do candomblé. Militante no movimento negro, de mulheres e das comunidades de terreiros e religiões de matriz africana no Brasil. Doutoranda em Educação pela Universidade Federal do Paraná, Mestre em Tecnologia e Trabalho pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná e graduada em Relações Internacionais pelo Centro Universitário Autônomo do Brasil.
Karoliny Martins
Licenciada em Ciências Sociais pela PUC-PR, Mestranda em Antropologia pela UFPR, professora de sociologia da rede pública estadual e pesquisadora-bolsista do Núcleo Interdisciplinar de Estudos Sobre Drogas da UFPR.
Juliana Rodrigues
Pesquisadora, professora de Arte e doutoranda em Educação. É praticante da doutrina do Daime e fardada do Céu da Nova Vida desde 2017. Investiga as noções de ética, estética e decolonialidade nos processos de constituição de si.
10 MAR A 8 MAI - EXPOSIÇÃO
LINNAEUS e Pau-Brasil
Obras do artista Marcelo Moscheta
Duas obras do artista Marcelo Moscheta integram o Programa Público “Se enfiasse os pés na terra: relações entre humanos e plantas” de 10 de março a 08 de maio.
LINNAEUS, 2011
LINNAEUS é uma instalação artística que posiciona-se como uma epopeia do homem em relação ao seu habitat. O desejo incansável de organizar, nomear, classificar e ordenar trouxe ao Brasil, durante séculos, muitos homens e mulheres que dedicaram suas vidas a compreender toda a grandeza da natureza presente nos trópicos. ⠀
Todo desejo de compreensão do entorno — mundo — está lá, escritas em etiquetas de papel prontas para serem aplicadas às suas coisas correspondentes. Para o artista, o mundo permanece vazio de significado até que alguém tome a atitude de nomeá-lo. E assim permanecemos até hoje, dando nomes àquilo que não sabemos exatamente o que são, permanecemos curiosos pelo mundo e isso nos move em direção ao desconhecido, ao estranho e ao diferente, esperando a descoberta e a identidade de uma paisagem que parece nunca acabar.⠀
A instalação foi criada por Moscheta no contexto de um projeto no Museu Emílio Goeldi, no Pará. Um dado singelo, mas de significativa importância é que parte das etiquetas que compõem a instalação foram feitas com a colaboração do pai do artista, o professor e pesquisador da área de botânica Ismar Moscheta. A obra integra o acervo do Museu Paranaense.
Pau-Brasil, 2020
No vídeo, que tem duração de 4:30 min, uma mão vai retirando pouco a pouco cada um dos acúleos (espinhos superficiais) que habitam o tronco de Pau-Brasil. Quando jovem, essa árvore apresenta a cobertura de acúleos que serve muito bem para afastar predadores, funcionando como uma defesa natural até seu crescimento, quando então, deixa cair naturalmente tais defesas e torna-se uma árvore frondosa.
Estreitamente ligada à constituição de nossa nação, por ter sido um recurso explorado à exaustão e de certa forma ter batizado o nome de nosso território, o pau-brasil é uma árvore muito pouco conhecida ou mesmo vista nas paisagens brasileiras.
O som da floresta que preenche a atmosfera do vídeo nos primeiros minutos vai dando lugar à um ruído artificial, mecânico ao mesmo tempo em que a presença da floresta e das características naturais da planta vai sendo alterada. Uma ação simples, mas violenta ao extremo, assim como nosso processo civilizatório em que tudo aquilo que definia a identidade dessas terras e nossa cultura ancestral foi sendo suprimida.
Como uma madeira aplainada, sem nuances ou quaisquer imperfeições, continuamos numa eterna disputa entre manter as raízes que nos constituem nação ou render-nos à influências dominantes, globais e estrangeiras, que retiram lentamente o que temos de mais valioso, aquilo que nos dá o próprio nome, nossa cor de brasa verde e amarela, mas vermelha por princípio, porque vem do interior da terra e do interior do ser.
Marcelo Moscheta
1976, São José do Rio Preto, Brasil.
Vive e trabalha em Coimbra, onde desenvolve sua investigação de Doutoramento em Arte Contemporânea.
Utilizando a prática do fazer artístico com acentuadas referências conceituais, desde o início da sua carreira artística em 2000, o artista cria obras e exposições decorrentes de viagens a locais remotos, onde recolhe elementos e imagens da natureza e os reproduz através do desenho e fotografia, criando instalações e objetos. Recentemente, sua pesquisa está voltada para as principais relações do homem e meio ambiente, tecnologia e memória, identidades e nomadismo. Deslocamento, Território, Paisagem e Memória são seus principais interesses.
Moscheta recebeu vários prêmios e bolsas de pesquisa, incluindo The Pollock-Krasner Foundation Grant (2017), The Drawing Center Open Sessions Program (2015), Bolsa Estímulo FUNARTE (2014), Prêmio de Fotografia Marc Ferrez (2012) e o I Prêmio Pipa - júri popular em 2010, entre outros. Em 2013, participou da publicação Vitamin D2, Phaidon Publishing House, uma antologia do desenho contemporâneo.
Entre suas exposições de destaque estão PAST / FUTURE / PRESENT : Contemporary Brazilian Art From The MAM SP, Phoenix Art Museum (2017), OPEN SESSIONS: DRAWING IN CONTEXT/FIELD no Queens Museum, Nova York (2015), ROCKS, STONES AND DUST, University of Toronto Arte Centre (2015) e NATURE ARTE ED ECOLOGIA , MART Galeria Civica - Trento (2015). Entre as individuais estão REJEITO no Fama Museu em Itu (2020), A HISTÓRIA NATURAL E OUTRAS RUÍNAS, Galeria Vermelho - São Paulo (2018), NORTE, Paço Imperial - Rio de Janeiro (2012) e CONTRA.CÉU, Capela do Morumbi - São Paulo (2010).
O seu trabalho encontra-se representado em várias coleções privadas e institucionais.
12 MAR - 16h - APRESENTAÇÃO
POLVO
Com Bia Figueiredo
Na interação entre matérias sensíveis como planta, humano, terra e mais, essa performance se ativa desde uma perspectiva corpo-mundo; o corpo como um universo, a casa como uma pele, o planeta Terra como um corpo. POLVO versa sobre ciclos que são intrínsecos ao ser humano e à Terra, versa sobre processos de decomposição, compostagem e regeneração. É uma obra que aborda co-relações entre corpo e natureza trazendo como extensão da pele uma rama de batata-doce cultivada por aproximadamente 8 meses.
Tendo a arte como potente canal de expressão e de transformação da realidade, entende-se este projeto artístico enquanto uma prática de descentralização da figura humana enquanto espécie central em nossa biosfera. Este projeto acontece na intersecção entre os trabalhos de Bia Figueiredo, artista do corpo e cultivadora da terra, e Leco de Souza, fotógrafo e permacultor.
Para assistir a performance não é necessário inscrever-se previamente. A atividade ocorrerá no jardim do MUPA.
Bia Figueiredo
Brasileira, nascida em Botucatu/SP e sediada em Curitiba/PR desde 2007. Artista, aprendiz de plantadora, guardiã cultivadora de sementes crioulas e plantas medicinais. Cultiva a terra ao mesmo passo que concebe e realiza projetos artísticos em dança, performance e mídias visuais. Interessa-se por poéticas e políticas do corpo em seus múltiplos desdobramentos. É graduada em Produção Cênica pela UFPR. É pesquisadora independente do movimento em interação com processos regenerativos intrínsecos ao corpo e à Terra.
12 MAR - 17h - COZINHA
Central do Abacaxi
Com Amanda e Camila
A partir de ingredientes de produtores locais e alimentos colhidos da horta montada no Museu Paranaense, as responsáveis pelo projeto "Central do Abacaxi", Camila e Amanda, farão alguns preparos para o público. Enquanto elas cozinham no jardim do MUPA, vamos conversar sobre a importância de consumir de pequenos produtores locais, consumir alimentos levando em conta a sazonalidade e outros aspectos ligados às plantas e a alimentação dos seres humanos.
Para degustação dos alimentos preparados pela Central do Abacaxi não é necessário inscrever-se previamente. A liberação dos lugares será realizada a partir de 17h, por ordem de chegada, até completar a capacidade do local.
Central do Abacaxi
Nós somos Amanda Kosinski e Camila Lovato Frankiv.
Somos cozinheiras, parceiras, inquietas e curiosas. Temos na cozinha nosso lugar de criação, imaginação, teste e realização. Para concretizarmos isso, criamos, há 7 anos, um projeto, o Central do Abacaxi.
Projeto - sonho.
Projeto que mistura nossas vidas, trabalho e nossa troca com o outro e com a sociedade da qual participamos. Criamos comida/sabores com ingredientes locais, alimento orgânico, plantado por pequenos produtores que conhecemos pelo nome. Produtores como o Carlos, Eraldo, Andrea, Mari, que nos ensinam sobre a terra e o tempo dela, sobre o valor do alimento e sobre como é importante - e muda completamente sua maneira de cozinhar - quando sabemos de onde vem e quem planta o que comemos.
Com o Central do Abacaxi buscamos resignificar o servir e o cozinhar, buscamos sentido no fazer - em cada detalhe, o valorizar as mulheres que cozinham e comunicamos isso a cada comida, a cada sabor.
17 MAR - 19h - PALESTRA DEMONSTRATIVA
Vegetal que vira música: a caxeta e os instrumentos caiçaras
Com o mestre da cultura caiçara Aorelio Domingues
O mestre da cultura caiçara irá compartilhar conhecimentos tradicionais vinculados à madeira caxeta, espécie nativa de terrenos alagadiços da Mata Atlântica. Muito leve e extremamente fácil de cortar, aplainar e lixar, a madeira é usada há gerações na fabricação artesanal de todo tipo de coisas na cultura caiçara, mas aqui o luthier Aorelio dará especial atenção aos instrumentos musicais. Além disso, o convidado abordará as relações ecológicas envolvidas no manejo tradicional da planta nas comunidades litorâneas do Paraná e os impasses de continuar essa relação secular em um meio repleto de proibições e restrições ambientais.
Para a palestra não é necessário inscrever-se previamente. A liberação dos lugares será realizada a partir de 14h30, por ordem de chegada, até completar a capacidade do local.
Aorelio Domingues
Aorelio Domingues, músico e construtor, é mestre premiado pelo Minc por suas atividades no Fandango, Boi-de-Mamão, terço cantado e na Folia do Divino Espírito Santo. Também é diretor artístico da Associação de Cultura Popular Mandicuera e fundador, idealizador e músico da Orquestra Rabecônica do Brasil.
19 e 20 MAR - PERFORMANCE E RODA DE CONVERSA
Uýra — Floresta, biodiversidade e arte contemporânea
A artista indígena, bióloga e educadora Uýra se define como “A árvore que Anda”. Ela realizará duas ações no Programa Público do MUPA: uma performance e uma fala pública com um(a) convidado(a).
19 MAR - 17h - Roda de conversa
Simbioses: arte, ecologias e políticas na paisagem cidade floresta
Neste encontro, Uýra compartilha suas vivências enquanto bióloga, educadora e artista visual que busca articular sabedorias ancestrais indígenas com conhecimentos científicos. Ela irá falar sobre sua vivência enquanto indígena, artista e pesquisadora em Manaus, território industrial localizado no meio da Floresta, seus interesses pelos sistemas vivos e suas violações, decolonialidade, memória e diásporas indígenas. Já Keila Sankofa dialoga a partir de sua atuação como artista visual e cineasta. Suas produções utilizam a fotografia e o audiovisual como ferramenta para propor autoestima e questionar apagamentos de pessoas negras.
Para participar da atividade não é necessário inscrever-se previamente. A liberação dos lugares será realizada a partir de 16h30, por ordem de chegada, até completar a capacidade do local.
20 MAR - 11h - Perfomance
Ponto Final, Ponto Seguido
Dois atos: para lembrar, para curar.
Nas mãos, terra.
Plantando em rito sobre o asfalto, Uýra ativa e faz ressurgir um sistema radicular em grande escala.
É floresta viva e aguada para gritos e apagamentos, curar.
“Ponto final, ponto seguido”, apresentada pela artista indígena Uýra, pensa e ativa ressurgimentos de Vida coberta pelas materialidades e imaginários coloniais — as terras, memórias, águas e florestas que dormem debaixo dos asfaltos. Já apresentada pelo Kunnstraum Museum, nas ruas de Viena, e também no Castelo Di Rivolli, Itália, esta será sua primeira apresentação no Brasil.
A performance ocorrerá no MUPA ou nos arredores do Museu. Para assistir não é necessário inscrever-se previamente. Chegue com antecedência para garantir seu lugar.
Uýra
É uma indígena da Amazônia Central. Formada em Biologia e mestre em Ecologia, atua como artista visual, arte educadora e pesquisadora. Mora em Manaus, território industrial no meio da Floresta, onde se transforma para viver Uýra, uma manifestação em carne de bicho e planta que se move para exposição e cura de doenças sistêmicas coloniais. Através de elementos orgânicos, utilizando o corpo como suporte, encarna esta árvore que anda e atravessa suas falas em fotoperformance e performance. Se interessa pelos sistemas vivos e suas violações, e a partir da ótica da diversidade, dissidência, do funcionamento e adaptação, (re)conta histórias naturais, de encantaria e atravessamentos existentes na paisagem floresta-cidade.
Uýra já realizou inúmeras exposições individuais e coletivas. Dentre elas, destacam-se Faz Escuro Mas Eu Canto (34º Bienal de São Paulo, 2021), Resurgences of Amazonia! (Kunstraum, Innsbruck, 2021) e Árvore que Anda (Galeria de Artes Visuais do Largo São Sebastião, Manaus, 2019).
Keila Sankofa
Keila Sankofa, Manaus — AM, onde vive e trabalha. Artista visual e Cineasta. Compreende a rua como espaço de diálogo com a cidade, produzindo instalações audiovisuais que exibem filmes, fotos e videoartes. Artista que utiliza a fotografia e o audiovisual como ferramenta para propor autoestima e questionar apagamentos de pessoas negras. Atualmente, Sankofa utiliza seu corpo como protagonista na construção de suas obras. Reconhece o espaço urbano como encruzilhada de possibilidades, que proporciona um diálogo não hierárquico com o público.
Indicada ao Prêmio Pipa 2021. Tem uma vasta experiência na direção de produção de projetos audiovisuais como séries e curtas, além de produção de mostras, festivais e espetáculos de diversas linguagens artísticas. Gestora do Grupo Picolé da Massa, Diretora artística do Projeto Direito à Memória, membra da APAN Associação dxs Profissionais do Audiovisual Negro e Nacional Trovoa.
26 MAR - 15h - MESA-REDONDA
Letras em fotossíntese
Com Noemi Jaffe e mediação de Julie Fank
Na escrita e na vida, já tem sido possível perceber os impasses que a crise do capitalismo tem provocado na nossa relação com a natureza. Em Írisz: as orquídeas, a escritora Noemi Jaffe enreda a história de uma bióloga fugitiva da guerra que desaparece deixando diários em que é possível perceber sua arguta percepção da língua húngara, da crise do comunismo e de sua relação com as orquídeas. A escritora Julie Fank, em seu ainda inédito A história da cebola, escreve um protagonista sem memória que se utiliza dos verbetes enciclopédicos sobre plantas para se reconhecer e se reinscrever no mundo. Nesta conversa, a mediadora propõe a Noemi questões que atravessam nossa vida hoje e dialogam com a literatura, a única pólvora possível para quem escreve. Diante da situação de um mundo com os fósforos acesos para o conflito, como isso perpassa nossa relação com as plantas e com a linguagem?
Para assistir à mesa-redonda não é necessário inscrever-se previamente. A liberação dos lugares será realizada a partir de 14h30, por ordem de chegada, até completar a capacidade do local.
Noemi Jaffe
Escritora, professora de literatura e de escrita e crítica literária. Doutorou-se em Literatura Brasileira pela USP. Publicou "O que os cegos estão sonhando" (Ed. 34-2012), "A verdadeira história do alfabeto" (Companhia das Letras - 2012), vencedor do Prêmio Brasília de Literatura em 2014, "Irisz: as orquídeas"(Companhia das Letras - 2015), "Não está mais aqui quem falou"(Companhia das Letras - 2017) e "O que ela sussurra", entre outros. Desde 2016, mantém o Centro Cultural Literário Escrevedeira, em parceria com Luciana Gerbovic e João Bandeira.
Julie Fank
Doutora em Escrita Criativa pela PUC-RS, mestra em Literatura Comparada pela Unioeste-PR e licenciada em Letras também pela Unioeste-PR. Escritora, artista visual e diretora da Esc. Escola de Escrita, espaço dedicado à formação de artistas e escritores fundado em 2014 em Curitiba-PR. É autora do livro-instalação Cemitério de Azulejos (2016), do livro de artista Embaraço (2017), pela Contravento Editorial, d'O grande livro da criatividade (2019), pela editora Imagine, e do livro-instalação A história da cebola, exibido na última Bienal Laniakea (2020). Atualmente, contribui para periódicos como cronista e ensaísta e ministra oficinas de escrita criativa.
Abril
7 ABR a 8 MAI - EXPOSIÇÃO
Formulário médico
Obra rara do acervo da Fiocruz
Manuscrito atribuído aos jesuítas e encontrado em uma arca da Igreja de São Francisco de Curitiba, em 1703, estará em exposição no Museu Paranaense de 7 de abril a 8 de maio de 2022. O formulário médico é composto de uma coleção de receitas preparadas pelos jesuítas. Cada receita traz a dose dos ingredientes que a compõe, o modo de prepará-la, suas indicações e a maneira de administrá-la. Existem receitas para várias doenças, como a varíola, sífilis e tuberculose ou ainda, para incômodos que acometiam os habitantes da Colônia como azia, impotência, cólicas ou dor de dente.
O Formulário médico estará em exposição na sala Lange de Morretes, de terça a domingo, das 10h às 17h. A entrada é gratuita.
07 ABR - 19h - MESA-REDONDA
Formulário médico jesuíta: o documento histórico em debate
Com a historiadora e servidora da Fiocruz, Maria Claudia Santiago, e a historiadora Heloisa Meireles Gesteira
A constituição de uma medicina no contexto colonial da América portuguesa se deu, em grande medida, por meio de trocas e apropriações culturais dos sujeitos históricos que compunham o território. O Formulário Médico Jesuíta, encontrado na antiga Capela de São Francisco em Curitiba e salvaguardado atualmente na Biblioteca de Manguinhos – Icict/Fiocruz, sendo reconhecido pela UNESCO no programa Memória Mundo, traz inúmeras informações sobre medicamentos e tratamentos, muitos relacionados ao conhecimento da floresta, mas também desperta questões sobre sua formulação e trajetória de Curitiba ao Rio de Janeiro. Nesta mesa, vamos conhecer mais sobre o Formulário por meio de análises recentes, que foram divulgadas no livro “Formulário Médico: manuscrito atribuído aos jesuítas e encontrado em uma arca da Igreja de São Francisco de Curitiba”.
Para assistir à mesa-redonda não é necessário inscrever-se previamente. A liberação dos lugares será realizada a partir de 18h30, por ordem de chegada, até completar a capacidade do local.
Maria Claudia Santiago
Historiadora e pós-graduada em Preservação e Gestão de Patrimônio Cultural das Ciências da Saúde. Desde 2011, exerce o cargo de chefia da Seção de Obras Raras e Especiais A. Overmeer, da Biblioteca Manguinhos/Icict/Fiocruz. Possui experiência nas áreas de conservação e restauração de acervos em papel, gestão de acervos bibliográficos e segurança de acervos. É uma das organizadoras do livro "Formulário Médico: manuscrito atribuído aos jesuítas e encontrado em uma arca da Igreja de São Francisco de Curitiba", publicação vencedora do 6º Prêmio ABEU em 2020, na categoria Ciências da Vida.
Heloisa Meireles Gesteira
Doutora em História Social pela Universidade Federal Fluminense. Atualmente é pesquisadora titular da Coordenação de Pesquisa e Arquivo do Museu de Astronomia e Ciências Afins; professora do Programa de Pós Graduação em História UNIRIO/MAST; Coordenadora do Mestrado Profissional em Preservação de Acervos de Ciência e Tecnologia. Atua na área de História Social da Ciência com interesse nos estudos sobre os artefatos de ciência e tecnologia; História das ideias e práticas astronômicas na Época Moderna; Estudos sobre as relações entre o conhecimento e o processo de conquista das Américas (séculos XVI e XVIII); Circulação de plantas e trocas culturais. É uma das organizadoras do livro Formulário Médico: manuscrito atribuído aos jesuítas e encontrado em uma arca da Igreja de São Francisco de Curitiba, publicação vencedora do 6º Prêmio ABEU em 2020, na categoria Ciências da Vida.
09 e 10 ABR - OFICINA
Flora - Oficinas de carimbos e xilogravura
Com Luiz Lira e Ramon Santos (Xiloceasa)
A proposta das oficinas é criar um espaço de criação artística tendo como inspiração as plantas. Durante as atividades, o público irá experienciar o procedimento de impressão em duas situações diferentes: na oficina 1 a partir de carimbos preexistentes e na oficina 2 em uma oficina de xilogravura.
09 ABR - 10h às 13h e das 14h às 17h - Oficina
Ateliê de Xilogravura no jardim
No sábado, Lira e Ramon Santos irão conduzir duas oficinas de xilogravura destinada ao público adulto. A xilogravura é uma técnica antiga que consiste em gravar uma prancha de madeira - matriz. Esse processo é feito abrindo sulcos na superfície da madeira, deixando-a com baixos e altos relevos para que posteriormente a mesma seja entintada e, com auxílio de uma colher de pau, transfira o desenho para o papel por meio de fricção. Ao final da oficina, todos os alunos terão desenhado, gravado e impresso uma estampa desenvolvida por eles mesmos.
20 vagas por oficina
Abertura das inscrições: 30 de março, às 18h.
Inscreva-se na oficina 1 - Manhã
Inscreva-se na oficina 2 - Tarde
10 ABR - 10h às 12h e das 14h às 16h - Oficina
Oficina de Carimbos
A oficina livre de carimbo /estampa ocorrerá no domingo no jardim do MUPA. A atividade, destinada para crianças a partir de 8 anos e adultos, é um convite para que os participantes possam experimentar a criação de composições e impressão de forma individual ou coletiva, a partir de um conjunto de matrizes de xilogravura já existentes, produzidas pelos oficineiros.
A oficina acontecerá entre 10h e 16h. Não é necessário inscrever-se previamente.
Luiz Lira
Lira nasceu em São Paulo, capital, no ano de 1997, cidade onde atualmente reside e trabalha. Iniciou seu contato com o campo das artes através de uma ONG - Instituto Acaia - logo aos 8 anos de idade. Dentre tantos fazeres, apegou-se ao desenho e à xilogravura. Seus trabalhos exploram as linhas e massas das quais o Corpo pode ser construído. É graduando em artes visuais pela UNICAMP, formado em Computação gráfica pelo Instituto Criar de TV e novas mídias. Participou de algumas exposições e dentre elas: Xilo:Corpo e Paisagem (Rede Sesc), Festival Juquery (Franco da Rocha) e Arte para desconfiar - PROEC Unicamp.
Ramon Santos
Filho de nordestinos, Ramon Santos nasceu e cresceu na periferia de São Paulo. Desde pequeno sempre desenhou muito, e o primeiro contato com a xilogravura aconteceu aos 8 anos de idade no Instituto Acaia, organização social sem fins lucrativos onde realizou posteriormente vários cursos (encadernação, design gráfico, serigrafia e design têxtil, além da xilogravura). Utiliza a gravura para passar uma visão poética do que vê, imagens que mostram felicidade ou tristeza, coisas do cotidiano, e também imagens geradas em seus pensamentos. Desde 2008 participa do xiloceasa, grupo de gravadores que atuam nas dependências do Instituto Acaia e fazem xilogravuras e ilustrações de livros e participam de feiras de arte impressa/ gráfica.
13 ABR - 19h - MESA-REDONDA
Plantas, paisagens e conservação da vida promovidas pelos povos indígenas
Com o arqueólogo especialista em Amazônia Eduardo Góes Neves, a bióloga Ariane Oliveira e a pesquisadora indígena Sirlei Kaingang
Eduardo Neves, enquanto historiador e arqueólogo, é referência nas pesquisas sobre domesticação de paisagens e plantas na Amazônia, versando sobre as relações dinâmicas entre espécies de árvores e povos tradicionais e a inseparabilidade das histórias de vida vegetais e humanas. Sirlei Fernandes compartilhará os diversos usos, significados e relações entre o povo Kaingang e as plantas presentes em seus territórios, evidenciando como através das práticas de ensino esses conhecimentos ancestrais são reproduzidos junto às gerações mais novas. Ariane de Oliveira, também interessada em botânica, foca nas plantas manejadas pelos povos indígenas do tronco Jê, que nos seus variados graus e qualidades de intervenções genéticas acabaram por domesticar paisagens inteiras.
Ariane Saldanha de Oliveira
Professora de Biologia do Instituto Federal do Paraná - Câmpus Colombo. Possui licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Campinas e mestrado em Biologia Vegetal pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Atualmente cursa o doutorado no Programa de Pós Graduação em Biologia de Fungos, Algas e Plantas da Universidade Federal de Santa Catarina, sua pesquisa trata sobre as plantas alimentícias utilizadas pelos povos indígenas da família linguística Jê.
Eduardo Goés Neves
Graduado em História pela Universidade de São Paulo, Mestre e Doutor pela Universidade de Indiana e Livre-Docente pela Universidade de São Paulo, pesquisador especialista em Amazônia. Professor Titular do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo, onde é vice-diretor. Pesquisador do Centro de Estudos Ameríndios (CESTA) da USP e coordenador do Laboratório de Arqueologia dos Trópicos do Museu de Arqueologia e Etnologia. Professor do Programa de Mestrado em Arqueologia do Neótropico da Escola Superior Politécnica do Litoral (ESPOL), Guayaquil, Equador e do Programa de Pós-Graduação em Diversidade Sociocultural do Museu Paraense Emilio Goeldi, Belém. Professor Visitante nas Universidades Harvard, do Centro da Província de Buenos Aires (Olavarría), do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio Janeiro, Museu Nacional de História Natural de Paris e da Pontifícia Universidade Católica do Peru, Lima.
Sirlei Garigtánh Fernandes
Sirlei Garigtánh Fernandes é da etnia Kaingang, de origem na Terra Indígena Rio das Cobras, em Nova Laranjeiras, Paraná. É formada em Ciências Biológicas e atua como professora da disciplina de Ciências. Em sala de aula, enquanto falante da língua kaingang procura relacionar o ensino formal com a cultura kaingang e a valorização dos kófa (os anciãos da aldeia), para que o aprendizado seja mais prazeroso.
23 e 24 ABR - OFICINA E PALESTRA
Arquiteturas da terra – Taipa de pilão
Com arquiteto e professor Fernando Minto
Os saberes ancestrais das arquiteturas com terra estão sendo retomados como uma alternativa sustentável para a construção no século XXI. Nesse contexto, o arquiteto Fernando Minto irá compartilhar seus conhecimentos sobre a taipa de pilão, que é uma técnica construtiva realizada a partir da terra, comum na constituição da arquitetura brasileira. Assim, os sentidos do corpo serão sensibilizados na forma de uma palestra e de uma oficina, com o objetivo de se reconhecer a terra como material viável de construção de possibilidades.
23 ABR – 10h às 18h | 24 ABR – 13h às 17h – Oficina
Na oficina, os participantes irão construir uma parede com terra, que fará parte do jardim do museu, utilizando a taipa de pilão como técnica. Dessa forma, os participantes serão construtores e experimentarão coletivamente todas as etapas do processo construtivo.
30 vagas
Abertura do formulário de inscrições: 14 de abril, às 14h.
24 ABR – 11h às 12h – PALESTRA
Na palestra, a terra será apresentada desde sua origem e formação até sua aplicação na arquitetura contemporânea, com ênfase na caracterização da taipa de pilão como uma técnica construtiva em renovação.
Para assistir à palestra não é necessário inscrever-se previamente. A liberação dos lugares será realizada a partir de 10h30, por ordem de chegada, até completar a capacidade do local.
Fernando Minto
Fernando Minto é arquiteto urbanista, professor adjunto do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da ESDI/UERJ, mestre (FAU USP) e doutor (FAU UFRJ) em tecnologia da arquitetura; coordena o escritório de arquitetura MATÉRIA BASE (Rio de Janeiro) e é associado da rede TERRABRASIL e da rede ibero-americana PROTERRA. Formou-se na UNIMEP – Cátedra da UNESCO em construção com terra em 1998, trabalha com construções em terra desde então. Foi sócio fundador da ABCterra (1997), participou dos pavilhões da ABCTerra nas 3ª. E 4ª. BIA SP (Bienal Internacional de Arquitetura) e já trabalhou em dezenas de obras com taipa de pilão.
28 ABR - 19h - RODA DE CONVERSA
Mandioca: agrobiodiversidade na Amazônia e vivências caiçaras
Com pesquisadora na área da botânica Laure Emperaire e o farinheiro caiçara Angelino Cogrossi
Raiz fundamental na ocupação e disseminação dos povos originários, a mandioca concentra um universo de sociabilidades com os sujeitos que interagem com a mesma, desde seu processo de domesticação, plantio, consumo, e laços de afetividade manifestados nas memórias individuais e coletivas.
A fala de Emperaire, intitulada "Convivências e conivências vegetais", traz as seguintes reflexões: Produzir e conservar uma diversidade biológica essencial para a existência da humanidade, a das plantas cultivadas, está longe de mobilizar apenas a perspectiva funcional e produtiva dominante. A existência das plantas cultivadas, mantidas, selecionadas, adaptadas, cuidadas pelos povos tradicionais, depende de uma rede densa de outros significados e valores, afetos, normas, memórias, saberes, afinidades ... São múltiplos os vínculos, sempre em recomposição, que unem as sociedades e este universo vegetal. Essas plantas não são tão inanimadas como se pensava. Entender suas condições de vida também implica estar atento a elas e se debruçar (reconsiderar?) fronteiras que pareciam intocáveis, aquelas que delimitam o que é um espaço agrícola e o que é uma planta cultivada. Seguindo as mandiocas do Rio Negro e outros exemplos, indagaremos sobre as condições de valorização dessa diversidade.
O relato de experiência de Gelico, caiçara do município de Guaraqueçaba, litoral paranaense, trata de sua atuação como farinheiro e revela os saberes tradicionais relacionados ao manejo e manufatura da mandioca no território caiçara, perpassada por heranças familiares.
Para assistir à mesa-redonda não é necessário inscrever-se previamente. A liberação dos lugares será realizada a partir de 18h30, por ordem de chegada, até completar a capacidade do local.
Angelino Hermes Cogrossi (Gelico)
Farinheiro da Potinga, no município de Guaraqueçaba. Conhecedor do plantio de mandioca e produção de farinha herdou da família os conhecimentos e memórias coletivas. Além de movimentar o comércio com farinha de mandioca, a atividade proporciona a manutenção e perpetuação de saberes tradicionais.
Laure Emperaire
Laure Emperaire é botânica e suas pesquisas têm como foco as relações plantas-sociedades. Trabalhou inicialmente sobre as caatingas do Piauí. Posteriormente, no âmbito de projetos interdisciplinares realizados na Amazônia, a pesquisa se orientou para o extrativismo, atividade inseparável, nos casos estudados, de atividades agrícolas. Desde os últimos quinze anos, vem trabalhando sobre o manejo da agrobiodiversidade principalmente no contexto indígena do Rio Negro. Os trabalhos da equipe e das associações indígenas locais levaram ao reconhecimento do sistema agrícola do Rio Negro como patrimônio imaterial da nação. É membro do laboratório Patrimônios Locais, Meio Ambiente e Globalização (UMR PALOC - IRD/MNHN, Paris) e pesquisadora do Instituto de Pesquisas para o Desenvolvimento (IRD-França).
29, 30 ABR e 01 MAI - DOCUMENTÁRIO
Filme Paisagem, Um olhar sobre Roberto Burle Marx
Sessões de exibição do documentário sobre um dos paisagistas mais influentes do século XX
FILME PAISAGEM é um passeio pela arte e personalidade do paisagista, pintor e escultor Roberto Burle Marx, que apresenta suas ideias e lembranças numa sucessão de paisagens sensoriais.
Serão realizadas 3 sessões de exibição do documentário durante os dias 29,30 de abril e 1 de maio, na sala Lange de Morretes.
Confira a programação:
*29 de abril - 19h
30 de abril - 18h
01 de maio - 15h
* Neste primeiro dia, após a exibição do longa, haverá um bate-papo com o diretor do documentário, João Vargas Penna, e mediação do arquiteto e professor Paulo Chiesa.
Para assistir ao documentário e participar do bate-papo não é necessário inscrever-se previamente. A liberação dos lugares será realizada 30 minutos antes de cada sessão, por ordem de chegada, até completar a capacidade do local.
Ficha técnica:
Título Original do Filme: FILME PAISAGEM, um olhar sobre Roberto Burle Marx
Ano de Finalização: 2018
País: Brasil
Duração: 72 minutos
Gênero: Documentário
Diretor: João Vargas Penna
Roteiro: João Vargas Penna
Produção executiva: André Carreira
Montagem: Joana Collier e Fabian Remy
Fotografia: Carolina Costa
Som e Música: O Grivo
João Vargas Penna
João Vargas Penna (Belo Horizonte, Brazil, 1955) mora e trabalha em Belo Horizonte. Atua como cineasta e artista visual. Ele dirigiu curtas de ficção, documentarios e series de tv sobre artes e artistas, paisagismo e meio ambiente.
Paulo Chiesa
Paulo Chiesa é arquiteto formado no CAU/UFPR (1983) e doutor pela FAU/USP (2001). Professor DAU/UFPR onde ministra aulas de Projeto de Arquitetura e de Paisagismo desde 1995 até o presente. Atuou tanto na atividade acadêmica como na iniciativa privada com projeto de espaços livres públicos, além da gestão pública.
30 ABR - 14h30 - PALESTRA
Espaços públicos e arborização: planejando um futuro urbano mais verde
Com arquiteto e professor Alessando Filla e o pesquisador Mario Henrique F. Pavanelli
Planejar um futuro mais verde significa compreender a biodiversidade como indispensável na busca de soluções sustentáveis para o meio urbano. Para isso, o papel dos espaços públicos é fundamental. Nele, a vida urbana se manifesta intensamente e o contato com a vegetação permite múltiplos benefícios às pessoas, como apoiar e qualificar o lazer e o deslocamento, ao mesmo tempo em que auxilia no combate à poluição e às mudanças climáticas. O planejamento ambiental das cidades deve unir o cuidado com a arborização e a criação de espaços mais saudáveis permitindo que a vida urbana possa ocorrer em maior harmonia com o meio ambiente.
Para assistir à palestra não é necessário inscrever-se previamente. A liberação dos lugares será realizada a partir de 14h, por ordem de chegada, até completar a capacidade do local.
Alessando Filla Rosaneli
Arquiteto e urbanista, mestre e doutor pela FAUUSP. Pós-doutor em Geografia pela UFPR. Professor associado do curso de Arquitetura e Urbanismo, do Programa de Pós-graduação em Geografia e do Programa em Pós-graduação em Planejamento Urbano e coordenador do Observatório do Espaço Público, todos na UFPR. Diretor Administrativo da Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas (ABAP).
Mario Henrique F. Pavanelli
Mestrando em Planejamento Urbano na Universidade Federal do Paraná. É graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Atualmente é pesquisador do Observatório do Espaço Público, membro da Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas (ABAP) e editor de seção da revista Perspectivas Contemporâneas.
30 ABR - 15h30 - CAMINHADA EXPLORATÓRIA
Caminhando e registrando a vegetação na paisagem de Curitiba
Com arquiteto e professor Alessando Filla e o pesquisador Ewerton Lemos Gomes
A ‘caminhada exploratória’ é um percurso fotográfico com o objetivo
de aguçar os sentidos para o elemento vegetal no cotidiano da cidade. Procura instigar o olhar para a presença da vegetação e sua contribuição nem sempre harmônica na relação entre o urbano e a natureza. Percorrendo o centro de Curitiba, serão destacadas situações que estimulem o ato consciente de “ver” o espaço e a natureza que nos cerca.
Para participar da atividade não é necessário inscrever-se previamente, basta chegar no MUPA até 15h30. O local de encontro é a sala Lange de Morretes, localizada no andar inferior do Anexo.
Alessando Filla Rosaneli
Arquiteto e urbanista, mestre e doutor pela FAUUSP. Pós-doutor em Geografia pela UFPR. Professor associado do curso de Arquitetura e Urbanismo, do Programa de Pós-graduação em Geografia e do Programa em Pós-graduação em Planejamento Urbano e coordenador do Observatório do Espaço Público, todos na UFPR. Diretor Administrativo da Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas (ABAP).
Ewerton Lemos Gomes
Turismólogo pelo DETUR, mestre pelo PPGTUR e doutorando em Geografia pelo PPGEO,
todos na UFPR. Participa do grupo de pesquisa TURITEC e, atualmente, é integrante do Observatório
do Espaço Público da UFPR.
Maio
EM BREVE NOVA DATA - RODA DE CONVERSA -
O tabaco na produção e transformação dos corpos indígenas Mbyá-Guarani e Jamamadi
Com o professor Guarani Elias Fernandes Cordeiro e a antropóloga Karen Shiratori
O Tabaco apresenta-se como um elemento central na comunicação com as divindade e na transformação dos corpos de diferentes populações indígenas.
Para tratar desses diferentes aspectos, recebemos para uma roda de conversa o professor indígena Elias Fernandes Cordeiro e a pesquisadora Karen Shiratori.
Elias vai abordar o uso do tabaco entre o povo Mbyá-Guarani, planta tão importante em sua cultura. O professor compartilhará as peculiaridades dos usos sociais e cerimoniais do fumo, como as dinâmicas de produção, distribuição e consumo interno cotidiano e suas ativações sagradas em rituais e festividades; passando também pela reflexão acerca das mudanças que perpassam seu uso e cultivo ao longo do tempo. E, como não poderia deixar de evidenciar, Elias falará dos utensílios associados aos usos da planta, como o petyguá, cachimbo produzido artesanalmente nas aldeias.
Karen Shiratori apresentará os aspectos de sua pesquisa 'O olhar envenenado: da metafísica vegetal Jamamadi'. Seu trabalho versa sobre o papel fundamental desempenhado pelo tabaco no ritual de iniciação xamânica e nos vínculos míticos que o povo Jamamadi estabelece com as plantas. Também explora o conceito de Metafísica Vegetal, abordando as relações que este grupo indígena amazônico elabora entre corpo humano, morte, origem e a vegetação.
Para assistir à roda de conversa não é necessário inscrever-se previamente. A liberação dos lugares será realizada a partir de 15h30, por ordem de chegada, até completar a capacidade do local.
Elias Fernandes Cordeiro
Elias, de nome indígena Verá Popygua, tem origem na aldeia Palmeirinha do Iguaçu, no município de Chopinzinho (PR) e há 12 anos vive na Aldeia Kakané Porã em Curitiba. É indígena Mbyá-Guarani e professor da aldeia Kakané Porã. Seus ancestrais o ensinaram a manter a cultura e a língua materna, e seus avós ensinaram os segredos da caça e da pesca. Eles também contavam as histórias de seu povo e de como viviam nas florestas, saberes que são passados de geração a geração, mantendo viva a ancestralidade Mbya.
Karen Shiratori
Graduada em filosofia pela Universidade de São Paulo (USP), mestre e doutora em antropologia social pelo Museu Nacional do Rio de Janeiro (UFRJ). Pós-doutoranda do Departamento de Antropologia da USP e pesquisadora do Centro de Estudos Ameríndios (Cesta-USP). Vinculada à Unidade Mista de Pesquisa « Patrimoines locaux, environnement & globalisation » (PALOC-IRD). Faz parte do projeto ECO European Research Council (ERC) sediado no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. É autora e organizadora do livro "Vozes Vegetais: diversidade, resistências e histórias da floresta", publicado pela editora UBU (2020).
08 MAI - EVENTO COMUNITÁRIO
Feira de Sementes Quilombola
Com as Comunidades Remanescentes Quilombolas Córrego das Moças, Porto Velho, João Surá, Restinga e Comunidade Negra Tradicional Tatupeva
O jardim do Museu Paranaense recebe as comunidades Córrego das Moças, Porto Velho, João Surá, Tatupeva e Restinga para a realização da Feira de Sementes Quilombolas. Mais do que uma troca de sementes crioulas para o cultivo, a feira de sementes quilombolas é um espaço de sociabilidade, de trocas de saberes, fazeres e memórias individuais e coletivas. O público poderá ter contato com sementes crioulas, aprender sobre manejo sustentável, história e memórias das comunidades participantes das cidades de Adrianópolis e Lapa, por meio de seus membros, além de palestras sobre educação quilombola e práticas medicinais populares.
Confira as palestras programadas:
- As Ervas e Plantas Medicinais da Comunidade dos Remanescentes de Quilombo João Surá: Medicina e Saberes Populares, com Lucinéia Rosa Pereira.
- Educação Quilombola, com Benedito Florindo de Freitas Júnior (Ditinho).
Comunidade Remanescente Quilombola Córrego das Moças
Comunidade Remanescente Quilombola Porto Velho
Comunidade Remanescente Quilombola João Surá
Comunidade Remanescente Quilombola Restinga
Comunidade Negra Tradicional Tatupeva
Lucinéia da Rosa Pereira
Quilombola da Comunidade João Surá, é graduada em Educação do Campo – Ciências da Natureza pela Universidade Federal do Paraná, na qual dedicou-se a investigações sobre o conhecimento e uso de plantas e ervas medicinais junto à comunidade João Surá, Adrianópolis. Atualmente cursa Educação Física pela UNIMES.
Benedito Florindo de Freitas Júnior (Ditinho)
Quilombola da Comunidade João Surá, Ditinho é professor e pedagogo do Colégio Estadual Quilombola Diogo Ramos. Possui graduação em Pedagogia pela Faculdade de Pinhais (FAPI) e em Ciências da Natureza na Educação do Campo pela UFPR Setor Litoral. É Mestre em Educação PPGE da UFPR.
14 e 15 MAI - OFICINA E RODA DE CONVERSA
Jenipapo, pintura corporal e grafismos Mebêngôkre [Kayapó]
Com mulheres indígenas da aldeia Kubenkrakenh (Pará)
Lançando mão da pigmentação oriunda da junção de dois elementos vegetais fundamentais: o jenipapo e o carvão vegetal, um grupo de Kayapós realizará oficina de pintura corporal tradicional. Eles vem da aldeia Kubenkrakenh, do município de Ourilândia do Norte, localizada no Pará, exclusivamente para compartilhar suas habilidades e saberes ancestrais com o público do MUPA. Esse sistema de representações gráficas extremamente elaborado e muito valorizado que é a pintura corporal, acontece como um meio de classificação e de comunicação, ele aproxima e diferencia domínios culturais, categorias de pessoas e eventos e é um atributo da própria natureza humana, desde a perspectiva mitológica.
Em breve mais informações.
Coletivo indígena da aldeia Kubenkrakenh (Pará)
Bepre Re Kayapó
Kokodjy Kayapó
21 MAI - APRESENTAÇÃO
Jardim Noturno
Espetáculo de dança do Laboratório Siameses
JARDIM NOTURNO trata, metaforicamente, do florescimento dos vegetais, de sua história secreta, misteriosa e sutil, explorando o movimento mínimo, fragmentado, estilhaçado, como se assim honrasse cada célula do corpo separadamente.
Nessa nova versão para o Museu Paranaense, pretende-se estabelecer ao longo do espetáculo um constante diálogo entre o corpo humano individualizado e o corpo coletivo das plantas, em especial, sobre a arquitetura colaborativa que faz com que as plantas se adaptem a situações adversas, sem um cérebro centralizado de comando. Para essa montagem, os bailarinos Gustavo Cabral, Matheus de Oliveira e Maurício de Oliveira se juntam a luz e mapping de Clara Caramez, trilha sonora de Rodrigo Florentino e May Manão e figurino de Adriana Hitomi.
Inspirados no sistema de comando neural das plantas, espalhado por todo seu “corpo” (sentem com o corpo, vêem com todo o corpo, pensam com todo corpo), a pesquisa se aproximaria de uma criação em que as configurações coreográficas serão construídas a partir de um corpo em estado de atenção absoluta dos sentidos, a ponto de permitir que o espetáculo se desenvolva no ato da performance, numa clara analogia ao sistema democrático compreendido pelo corpo coletivo das plantas.
JARDIM NOTURNO é uma instalação rizomática em que a performance adentra o espaço, como plantas retomando seu domínio sobre a urbanidade esvaziada e revelando sua história encoberta desde tempos imemoriais.
O espetáculo terá a duração de 50 minutos.
A liberação dos lugares será por ordem de chegada, a partir das 18h30. Entrada gratuita. Esta atividade integra também a 20º Semana Nacional de Museus, promovida pelo IBRAM.
Laboratório Siameses
Desdobramento dos 15 anos de investigação com a Companhia de Dança Siameses, o Laboratório Siameses é um espaço de criação artística que procura, nos cruzamentos entre pessoas e linguagens, entender novas formas de criar-junto. Assumindo os riscos de se construir algo em cima de parcerias improváveis e de terrenos inseguros, acreditamos que essa instabilidade é a chave para se redirecionar nossa visão sobre o corpo, a dança e a arte, sobretudo em redescobrir o prazer da criação artística. E não há nada mais subversivo do que despertar o prazer pelo nosso estar-no-mundo.
Maurício de Oliveira
Diretor, coreógrafo e bailarino. Maurício de Oliveira nasceu em Goiânia. Sua trajetória profissional começou no Balé da Cidade de São Paulo (1989-1992), passou pelo Balé do Teatro Castro Alves, em Salvador (1993). Dançou em diversas companhias como Choreographishes Theater Von Johan Kresnik (1994-1996), Pretty Ugly Dance Company, sob a direção de Amanda Miller, Djazzex em Den Haag (1997), Leine & Roebana, em Amsterdam (1998), Paul Selwyn Norton, também em Amsterdam (1999) e Frankfurt Ballet (1999-2003), sob a direção de William Forsythe. No Brasil, criou e dirigiu a Companhia de Dança Siameses. Entre seus trabalhos estão "Jardim Noturno" (2010), Olhar Oblíquo (2006), D.G.LO (2007), Objeto Gritante (2011) e a Trilogia Alquímica (Nigredo, 2012; Albedo, 2014; Rubedo, (2016) além do solo "Fragile" (2008). Em 2019, motivado por novas possibilidades de exploração artística, criou o Laboratório Siameses, espaço de livre experimentação de pesquisa de linguagens
Janeiro
27 a 29 JAN - Horários variados - OFICINA
Construir juntos: pintura coletiva para crianças
Pintura coletiva para crianças
Nos dias 27 a 29 de janeiro, o coletivo MAHKU produzirá uma pintura de grandes dimensões no jardim do MUPA. Enquanto o coletivo indígena estiver realizando a pintura ocorrerá uma atividade voltada a crianças e famílias que consiste na pintura coletiva de um mural. A atividade será conduzida pelas educadoras vinculadas ao programa público do MUPA e serão respeitados os protocolos sanitários de distanciamento, higienização dos materiais e o uso de máscara é obrigatório durante toda a duração da ação.
Não é necessário inscrever-se previamente.
Fevereiro
03 e 04 FEV - 10h30 - OFICINA
Polinizando relações: abelhas e jardins
A oficina prevê uma atividade educativa para crianças menores de 7 anos, acompanhadas dos pais, no jardim do MUPA. Ela consiste em uma breve mediação sobre as abelhas, incluindo a experimentação do mel de duas espécies (Jataí e Mandaçaia) e a realização de uma atividade para desenhar e colorir sobre a temática.
Vagas limitadas
Abertura das inscrições: 26 de janeiro, às 12h.
09 a 11 FEV - 10h30 - OFICINA
Jardim de lembranças, desenhos com memória
A oficina “Jardim de lembranças: desenhos de memórias”, pretende criar um espaço para exercitar a relação humanos e plantas através de memórias sensoriais, sociais e afetivas trazidas pelos participantes. A atividade tem o objetivo de proporcionar que cada participante desenvolva uma ilustração a partir da ativação das suas memórias com as plantas e jardins.
A ação consiste em uma conversa inicial com um passeio pelo jardim do MUPA e disponibilização dos materiais que serão usados para as ilustrações. Os arte-educadores estarão acompanhando e orientando o público durante todo o período da oficina.
A oficina é destinada a crianças a partir de 3 anos, acompanhados por um responsável, e para adultos.
Vagas limitadas.
09 a 11 FEV - TARDE - OFICINA
Observação de abelhas nativas do Paraná no jardim do MUPA
A atividade consiste em uma apresentação da estrutura das colmeias do jardim para grupos espontâneos (com uma atenção direcionada na abordagem para crianças), estabelecendo um diálogo sobre as espécies existentes nas caixas, observando suas atividades de coleta de pólen nas flores e árvores do local. A oficina prevê também uma atividade educativa de colorir e ilustrar sobre as abelhas.
As oficinas acontecem entre 14h e 17h e não é necessário inscrever-se previamente.
Sujeito a indisponibilidade devido ao mau tempo ou outras atividades.
20 FEV - TARDE - OFICINA
Observação de abelhas nativas do Paraná no jardim do MUPA
A atividade consiste em uma apresentação da estrutura das colmeias do jardim para grupos espontâneos (com uma atenção direcionada na abordagem para crianças), estabelecendo um diálogo sobre as espécies existentes nas caixas, observando suas atividades de coleta de pólen nas flores e árvores do local. A oficina prevê também uma atividade educativa de colorir e ilustrar sobre as abelhas.
A oficina acontece entre 10h às 13h e não é necessário inscrever-se previamente.
Sujeito a indisponibilidade devido ao mau tempo ou outras atividades.
22 e 23 FEV - 10h - OFICINA
Polinizando relações: abelhas e jardins
A oficina prevê uma atividade educativa para crianças menores de 7 anos, acompanhadas dos pais, no jardim do MUPA. Ela consiste em uma breve mediação sobre as abelhas, incluindo a experimentação do mel de duas espécies (Jataí e Mandaçaia) e a realização de uma atividade para desenhar e colorir sobre a temática.
Vagas limitadas.
Março
04 MAR - TARDE - OFICINA
Preparando chás com flores e ervas medicinais
A oficina consistirá na montagem do seu próprio saquinho de chá reutilizável com flores e ervas medicinais, relacionados a práticas de cura e bem-estar.
Não é necessário inscrever-se previamente.
Sujeito a indisponibilidade devido ao mau tempo ou outras atividades.
05 e 06 MAR - MANHÃ - OFICINA
Preparando chás com flores e ervas medicinais
A oficina consistirá na montagem do seu próprio saquinho de chá reutilizável com flores e ervas medicinais, relacionados a práticas de cura e bem-estar.
Não é necessário inscrever-se previamente.
Sujeito a indisponibilidade devido ao mau tempo ou outras atividades.
12 MAR - MANHÃ - OFICINA
Colheita da horta do MUPA
Este é o momento de retirar da terra os vegetais na horta do Museu Paranaense, plantados no mês de janeiro. Estes alimentos serão usados em outra atividade deste Programa Público.
A atividade acontece das 10h30 às 12h.
Vagas limitadas.
Abertura das inscrições: 04 de março, às 18h.
13 MAR - MANHÃ - OFICINA
Observação de abelhas nativas no jardim do MUPA
A atividade consiste em uma apresentação da estrutura das colmeias do jardim para grupos espontâneos (com uma atenção direcionada na abordagem para crianças), estabelecendo um diálogo sobre as espécies existentes nas caixas, observando suas atividades de coleta de pólen nas flores e árvores do local. A oficina prevê também uma atividade educativa de colorir e ilustrar sobre as abelhas.
A oficina acontece entre 10h às 13h e não é necessário inscrever-se previamente.
Sujeito a indisponibilidade devido ao mau tempo ou outras atividades.
25 a 27 MAR - MANHÃ E TARDE - OFICINA
Bordando jardins: pintura e bordado em tecido no MUPA
Esta ação educativa que acontece na sala expositiva do MUPA prevê a realização de uma intervenção em tecido, seja pela técnica do bordado ou pintura, exercitando a relação com os seres vegetais e as composições presentes no espaço do museu. As orientações e materiais serão disponibilizados pela equipe de educadoras.
A atividade não necessita agendamento e acontece no espaço expositivo e do jardim no MUPA.
As atividades acontecerão em modo de ateliê aberto das 10h às 12h e das 14h às 17h. Não é necessário inscrever-se previamente.
Abril
8 ABR A 6 MAI - TARDE - VISITAS MEDIADAS PARA GRUPOS AGENDADOS
Formulário médico jesuíta: diálogos entre o documento histórico e o espaço urbano
A atividade consiste em uma visita mediada que inicia no espaço expositivo do MUPA, com a observação e conversa sobre o manuscrito atribuído aos jesuítas encontrado em 1703. Na sequência, os participantes irão caminhar até a praça João Cândido, em frente ao MUPA, onde localizava-se a Capela São Francisco de Paula na qual o manuscrito foi encontrado. As educadoras abordarão aspectos ligados ao contexto deste documento histórico, do entorno da Capela e as recentes pesquisas arqueológicas realizadas no local. A visita tem a duração prevista de uma hora e é destinada ao público escolar (fundamental II e médio), universitários e público adulto.
Para agendamento e mais informações sobre a visita, entre em contato com a equipe educativa do Programa Público pelo email educativo.samp@secc.pr.gov.br ou pelo telefone 3304-3300 (Milena Aparecida Chaves ou Roberta Horvarth).
24 ABR E 01 MAI - MANHÃ - VISITAS MEDIADAS PARA PÚBLICO ESPONTÂNEO
Formulário médico jesuíta: diálogos entre o documento histórico e o espaço urbano
A atividade consiste em uma visita mediada que inicia no espaço expositivo do MUPA, com a observação e conversa sobre o manuscrito atribuído aos jesuítas encontrado em 1703. Na sequência, os participantes irão caminhar até a praça João Cândido, em frente ao MUPA, onde localizava-se a Capela São Francisco de Paula na qual o manuscrito foi encontrado. As educadoras abordarão aspectos ligados ao contexto deste documento histórico, do entorno da Capela e as recentes pesquisas arqueológicas realizadas no local.
A visita tem a duração prevista de uma hora e é destinada a todos os públicos.
Não necessita agendamento. O ponto de encontro será na porta de entrada do MUPA.
19 e 26 ABR - MANHÃ E TARDE - OFICINA
Abril Indígena | Oficinas de artesanato com Camila dos Santos (Kanhgág)
A artesã, pesquisadora e liderança indígena Camila dos Santos, da etnia Kanhgág, conduzirá 4 oficinas de artesanato destinadas a grupos escolares com crianças a partir de 7 anos. Nos dois dias, nos períodos da manhã e da tarde, Camila irá compartilhar com os grupos sua história, apresentação dos materiais utilizados na oficina, além de aspectos ligados ao artesanato desenvolvido pelo povo Kanhgág no passado e no presente. Esta atividade tem por objetivo aproximar as crianças de protagonistas indígenas e das diferentes culturas existentes no território brasileiro.
Para agendamento e mais informações sobre as oficinas, entre em contato com a equipe educativa do Programa Público pelo email educativo.samp@secc.pr.gov.br ou pelo telefone 3304-3300 (Milena Aparecida Chaves ou Roberta Horvarth).