Programa Público | 2024
“Corpos ― Indícios, Matrizes ― Espécies” é a segunda edição do Programa Público do Museu Paranaense (MUPA), um projeto experimental e bienal que, em 2024, acontece entre os meses de maio e agosto.
A partir de uma série de ações artísticas, educativas e culturais, o público é convidado a se aproximar dos debates, trânsitos e manifestações associados ao corpo ― humano, não humano, orgânico, inorgânico ― como materialidade portadora e geradora de linguagens transversais.
Deste Programa Público, que conta com convidados de múltiplas partes do Brasil e do mundo, participam artistas, pesquisadores, professores, arquitetos, escritores e detentores de saberes e fazeres tradicionais.
Por meio de mesas de conversa, performances, oficinas e exibições, busca-se fomentar diálogos e trocas que aproximam diferenças, colocando em destaque a relação entre corporalidades distintas e temas como história, antropologia e arqueologia; artes plásticas, artes visuais e audiovisuais; literatura, poesia e escrita; infância, educação e aprendizado; gênero, raça e identidade; religiosidade, ritualidade e sagrado; dança, música e artes circenses; moda, design e arquitetura; sonoridade, sensorialidade e outras formas de experiência corporal.
Ao reafirmar a importância da cultura material e imaterial, bem como de seus sujeitos e os encontros que os permeiam, pretende-se também fortalecer a potência do museu como espaço de relações.
As ações que integram o Programa Público “Corpos ― Indícios, Matrizes ― Espécies” são realizadas em sua maioria na Sala Lange de Morretes e nos espaços que compõem o Jardim do MUPA.
Todas as atividades são gratuitas. Para as oficinas e ações educativas serão divulgados formulários para inscrição prévia. Para as demais atividades, senhas serão distribuídas 1h antes do evento, por ordem de chegada.
Confira a programação e participe!
O Programa Público é uma forma de convidar a comunidade a se aproximar, refletir e se envolver com um assunto. Para isso, o MUPA propõe uma programação especial, estendida e gratuita com diferentes ações que evocam determinada temática de forma diversa e interdisciplinar.
A ideia é que o público possa experimentar, aprender, conhecer e sentir de forma ampla o que é apresentado. A fim de enriquecer sua vivência intelectual, emocional e cultural, não apenas em escala pessoal, mas de experimentação coletiva.
Assim, o MUPA convida todas as pessoas para uma jornada de saberes ancestrais, científicos e artísticos, que nesta segunda edição, perpassam as linguagens transversais do corpo. “Corpos ― Indícios, Matrizes ― Espécies”, acontece de maio a agosto de 2024.
O Programa Público “Corpos ― indícios, matrizes ― espécies” inclui ações que buscam valorizar os saberes ancestrais e populares, bem como as pesquisas científicas e artísticas em torno de debates, trânsitos e manifestações associados ao corpo enquanto materialidade portadora e geradora de linguagens transversais.
O Programa se insere nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). A agenda é um apelo global à ação para erradicar a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade.
Veja com quais ODS o programa se relaciona:
EDUCAÇÃO DE QUALIDADE
Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.
Item 4.2 Até 2030, garantir que todos as meninas e meninos tenham acesso a um desenvolvimento de qualidade na primeira infância, cuidados e educação pré-escolar, de modo que eles estejam prontos para o ensino primário.
Item 4.7 Até 2030, garantir que todos os alunos adquiram conhecimentos e habilidades necessárias para promover o desenvolvimento sustentável, inclusive, entre outros, por meio da educação para o desenvolvimento sustentável e estilos de vida sustentáveis, direitos humanos, igualdade de gênero, promoção de uma cultura de paz e não violência, cidadania global e valorização da diversidade cultural e da contribuição da cultura para o desenvolvimento sustentável.
Item 4.8 Construir e melhorar instalações físicas para educação, apropriadas para crianças e sensíveis às deficiências e ao gênero, e que proporcionem ambientes de aprendizagem seguros e não violentos, inclusivos e eficazes para todos.
ALCANÇAR A IGUALDADE DE GÊNERO E EMPODERAR TODAS AS MULHERES E MENINAS
Item 5.1 Acabar com todas as formas de discriminação contra todas as mulheres e meninas em toda parte.
Item 5.2 Eliminar todas as formas de violência contra todas as mulheres e meninas nas esferas públicas e privadas, incluindo o tráfico e exploração sexual e de outros tipos.
Item 5.5 Garantir a participação plena e efetiva das mulheres e a igualdade de oportunidades para a liderança em todos os níveis de tomada de decisão na vida política, econômica e pública.
CIDADES E COMUNIDADES SUSTENTÁVEIS
Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.
Item 11.4 Fortalecer esforços para proteger e salvaguardar o patrimônio cultural e natural do mundo.
Item 11.7 Até 2030, proporcionar o acesso universal a espaços públicos seguros, inclusivos, acessíveis e verdes, particularmente para as mulheres e crianças, pessoas idosas e pessoas com deficiência
MAIO
16 MAI
19H - MESA DE CONVERSA E ABERTURA DE EXPOSIÇÃO
Lenora de Barros: Fogo no Olho
Com Lenora de Barros, Pollyana Quintella (online) e mediação de Bruna Grinsztejn
Há mais de 40 anos, Lenora de Barros produz uma obra que desafia as estruturas convencionais da linguagem, buscando expandir nossos modos de escrever o mundo e nós mesmos.
Ao transitar pelos mais diversos formatos, sua produção dialoga com interesses de múltiplos campos, como as artes visuais, a poesia e as artes performáticas, configurando-se como exemplo notável de prática que habita as bordas e explora a potência daquilo que é limítrofe e adjacente. Em conversa com a curadora e pesquisadora Pollyana Quintella, refletem sobre a trajetória da artista e as principais questões que permeiam sua produção.
Obras da artista Lenora de Barros
Para abrir esse edição do Programa Público, o MUPA apresenta um pequeno conjunto de obras em fotografia e vídeo da artista, que exploram a dimensão polifônica da palavra "língua" – a um só tempo, órgão, músculo, idioma, linguagem, sistema abstrato de signos inter-relacionados. Além disso, haverá outras obras que traçam diálogos entre ver e dizer, palavra e imagem.
A exposição fica em cartaz na sala Lange de Morretes até 14 de junho.
Lenora de Barros
(São Paulo, 1953) artista visual e poeta. Iniciou sua carreira na década de 1970, após graduar-se em Linguística pela USP. Suas primeiras obras se inserem no campo da "poesia visual", remetendo à poesia concreta dos anos 50. Em 1983, lançou o livro "Onde Se Vê", apresentando poemas incomuns, alguns deles construídos como sequências fotográficas de atos performáticos. Participou da 17ª Bienal Internacional de São Paulo com poemas visuais em videotexto. Ao longo dos anos, desenvolveu uma poética multifacetada, explorando linguagens como vídeo, performance, fotografia, instalação sonora e construção de objetos. Mudou-se para Milão em 1990, onde realizou sua primeira exposição individual, "Poesia É Coisa de Nada", marcada pela série de trabalhos "Ping-Poems". Ao longo dos anos, suas ideias e obras foram desenvolvidas em exposições individuais e coletivas, incluindo participações em bienais e mostras renomadas internacionalmente. Sua obra está presente em coleções importantes ao redor do mundo, destacando-se em museus e instituições como o Hammer Museum, MACBA, Daros Latinamerica Collection, Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, MAM-SP e Pinacoteca do Estado de São Paulo.
Pollyana Quintella
Pollyana Quintella é escritora, pesquisadora e curadora da Pinacoteca de São Paulo, além de doutoranda pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Como curadora, esteve envolvida em mostras de artistas como Flávio de Carvalho, Tunga, Adriana Varejão, Lygia Clark e Cao Fei. Nos últimos anos, escreveu para diversos periódicos como Jornal Folha de São Paulo, Jornal O Globo, Revista ZUM, Revista Select, Revista Continente, Revista ArteBrasileiros!, entre outras, com ênfase nas relações entre arte contemporânea, cultura visual e política. Em 2022, curou na Pinacoteca a mostra "Lenora de Barros: Minha Língua".
Bruna Grinsztejn
Bruna Grinsztejn João, é diretora da galeria Gomide&Co em São Paulo desde 2021. Possui formação em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e tem especialização em Arte e Filosofia pela PUC-Rio.
18 MAI
14H - EXIBIÇÃO DE FILME
Leoas: o legado feminino no Maracatu Leão Coroado
Ancestralidade, religião, cultura e o protagonismo de mulheres negras são temas em debate no documentário Leoas. Mulheres de diferentes gerações partilham suas experiências no Maracatu Nação Leão Coroado, grupo com 160 anos de tradição que até poucos anos atrás era liderado e protagonizado por homens. As mulheres atuavam em todas as funções, desde organização e batuque, a costura, mas permaneciam nos bastidores. Hoje elas estão à frente e lideram a Nação. Em homenagem a Dona Janete, Dama do Paço da Nação e companheira de Mestre Afonso, o documentário conversa com a história: mulheres em lugares de destaque.
Duração: 29min
Classificação: Livre
Ficha técnica:
UM FILME DE Karen Aguiar em memória de Dona Janete
INCENTIVO: Funcultura| Fundarpe | Secretaria de Cultura de Pernambuco
DIREÇÃO E ROTEIRO: Karen Aguiar
PRODUÇÃO: Ará Produções
CO-PRODUÇÃO: Criativo Filmes
DIREÇÃO DE IMAGEM: Criativo Filmes e Carlos Rafael
14H30 - CONVERSA PÓS EXIBIÇÃO
Com Karen Aguiar, do Maracatu Leão Coroado
A conversa visa refletir sobre algumas das temáticas centrais do documentário “Leoas: o legado feminino no Maracatu Leão Coroado”, como a importância das mulheres na manutenção de culturas populares, com enfoque na trajetória de mulheres dentro da Nação de Maracatu Leão Coroado, fundada em 1863, sendo o maracatu mais antigo em atividade ininterrupta, e considerado Patrimônio Vivo de Pernambuco desde 2005.
15h - 18h OFICINA DE MARACATU
Com Karen Aguiar, do Maracatu Leão Coroado
A oficina de baque virado na linguagem do Maracatu Leão Coroado utiliza os instrumentos de caixa, agogô, bombo e ganzá. São passados os ritmos e vozes de cada instrumento no nível básico. A oficina é dirigida tanto a participantes que já tocam maracatu e/ou tem noção musical, como a iniciantes, com pouca ou nenhuma prática musical. O objetivo da oficina é construir as bases do baque.
Público: Qualquer pessoa que tenha interesse em participar.
Atividade gratuita, com inscrição via formulário.
É necessário trazer os próprios instrumentos: tambor/bombo/alfaia, caixa, agogô/gonguê e/ou ganzá para participar.
Karen Aguiar
Produtora cultural e audiovisual, atual batuqueira-regente e coordenadora administrativa do Maracatu Leão Coroado, neta e discípulo de Mestre Afonso Aguiar, que esteve à frente do Leão Coroado por vinte e dois anos, falecido em 2018. Karen é brincante da cultura popular desde seu nascimento, tendo percorrido vários segmentos culturais, para além da busca de conhecimento e formação no âmbito da produção cultural. Graduanda em Licenciatura em História pela Universidade Federal Rural de Pernambuco, busca unir o acesso ao conhecimento acadêmico com o saber cultural da oralidade presente nas agremiações e detidos pelos mestres da cultura popular, para culminar em produções culturais originais, relevantes e acolhedoras.
Na sua função de regente, é responsável pelo processo educativo da Nação, atuando como coordenadora e monitora das oficinas ministradas pelo Leão Coroado. É encarregada da realização de oficinas periódicas de prospecção de batuqueiros, além de atuar em intercâmbios estaduais, em território nacional e internacional, de disseminação das tradições e musicalidade de maracatus. Também participa e atua como palestrante, tratando de assuntos e demandas relacionados às tradições e características do Leão Coroado e de maracatu no geral.
Vale ressaltar que Karen Adrielly Aguiar de Souza, 23 anos, é a primeira mulher regente do Maracatu Leão Coroado, uma nação conhecida por suas tradições patriarcais e machistas, têm trabalhado para atuar como a nova geração de líderes do Leão Coroado ao lado da primeira presidente mulher da Nação Leão Coroado, Karina Aguiar. Sendo uma figura importante na história dos maracatus e cultura de Pernambuco, é uma mulher de periferia, jovem e preta, que busca a ascensão através da cultura e educação.
25 MAI
18H - PERFORMANCE
Repertório N. 2
Com Davi Pontes e Wallace Ferreira
Repertório N.2 é a segunda parte de uma experiência coreográfica para pensar a dança como uma prática de autodefesa. Utilizando técnicas desviantes e informais, apostamos em uma genealogia alternativa, subterrânea, de práticas autodefensivas. Com estas coreografias, assumimos o compromisso de pensar criticamente sobre o mundo em que vivemos, realizando a operação de coreografar entre imaginação e intuição, tentando libertar o pensamento das ferramentas do entendimento.
Concepção e performance: Davi Pontes, Wallace Ferreira
Obra comissionada por Frestas - Trienal de Artes 2020/21 - "O rio é uma serpente", com curadoria de Beatriz Lemos, Diane Lima e Thiago de Paula Souza
Classificação indicativa: +18
19h - MESA DE CONVERSA
Coreografar sem mapas
Com Davi Pontes, Wallace Ferreira e mediação de Miro Spinelli
Essa conversa é um exercício dedicado a explorar possibilidades de encontros a partir da coreografia, abordando o processo de reflexão artística, teórica e coreográfica em relação ao projeto Repertório. O artista e teórico Miro Spinelli conversa com os artistas Davi Pontes e Wallace Ferreira sobre o processo de criação, trajetória do trabalho, origem da palavra "coreografia" e sua interseção com a categoria da racialidade.
Davi Pontes
Artista, coreógrafo e pesquisador. Formado em Artes pela Universidade Federal Fluminense e mestre em Artes (Estudos Contemporâneos das Artes) pela mesma instituição. Ele foi premiado com o ImPulsTanz - Prêmio de Jovens Coreógrafos 2022 e o Prêmio Artlink - 100 artistas de todo o mundo, 2022. Participou como um dos artistas da 35ª Bienal de São Paulo. Coreografou a obra “Variação” para o Balé da Cidade de São Paulo e atualmente faz parte dos artistas do 38º Panorama da Arte Brasileira no MAM SP. Desde 2011, ele tem apresentado seu trabalho em galerias de arte e festivais nacionais e internacionais, incluindo a Universidade da Pensilvânia (EUA), My Wild Flag (Estocolmo), Pivô (São Paulo), Centro Cultural de Belém (Lisboa), Rua das Gaivotas 6 (Porto), Bienal Sesc de Dança, MITsp - Festival Internacional de Teatro de São Paulo, Festival Les Urbaines (Suíça), Arsenic - Centro de Arte Cênica Contemporânea (Suíça), Galeria Vermelho (São Paulo), Valongo Festival Internacional da Imagem (São Paulo), Museu de Arte do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), Programa Rumos Itaú Cultural 2021, Festival Programme Commun 2024, Arsenic (Suíça), Sâlmon Festival d’arts vives de (Barcelona), Zodiak — Center for New Dance (Finlândia), Panorama Festival (Rio de Janeiro), 5ª Mostra de Dança Itaú Cultural (São Paulo), Buddies In Bad Times Theatre, Toronto (Canadá), Mendes Wood DM (São Paulo) e residência no ImPulsTanz 2022 [8: tensão] Série de Jovens Coreógrafos (Áustria), La Becque (Suíça), Tanzhaus NRW (Alemanha), Programa de Pesquisa em Arte Pivô, Programa de Residência em Pesquisa de Artes do MAM Rio e Escola Livre de Artes - ELÃ, entre outros. Ele dirigiu o filme “Delirar o racial” em parceria com o artista Wallace Ferreira, uma obra encomendada pelo Programa Pivô Satélite em 2021. Baseado em pesquisa corporal, sua prática enfrenta o constante desafio de posicionar a coreografia e a racialidade para responder às condições onto-epistemológicas do pensamento moderno. Seu principal projeto consiste em analisar as conjunturas em que a violência.
Wallace Ferreira
Coreógrafa, performer, artista visual. Formada pela Escola Livre de Artes da Maré(ELÃ), Escola de Artes Visuais Parque Lage, bacharelado em dança pela UFRJ (BR). Vencedora do Prêmio ImPulsTanz – Young Choreographers’ Award 2022, e residência artística no Instituto Inclusartiz.Movida pelos desafios de tensionar o presente, desde 2018 tem apresentado seus trabalhos em galerias de arte, festivais nacionais e internacionais como a 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível(2023), Liste Art Fair Basel (CH), Tanya Bonakdar Gallery (NY), Bienal Sesc de Dança, MITsp - Mostra Internacional de Teatro de São Paulo, Les Urbaines festival (CH), Galeria Vermelho (São Paulo), Valongo Festival Internacional da Imagem (São Paulo), Panorama Festival (Rio de Janeiro), 5° Mostra de Dança Itaú Cultural( São paulo), Artfizz - HOA Galeria (USA), My Wild Flag (Stockholm), Buddies In Bad Times Theatre, Toronto (Canadá), Mendes Wood DM (São Paulo), Tanzhaus NRW (Alemanha), ArtRio, Lateral Roma, Galeria Jaqueline Martins, SP- ARTE, Display (CZ), galeria A Gentil Carioca. Dirigiu o filme Delirar o racial em parceria com o artista Davi Pontes, obra comissionada pelo Programa Pivô Satélite, 2021. Dentro da cultura Ballroom/Vogue recebeu o título de UpComming Legend Imperatriz da Kiki House of Mamba Negra atuante em São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro.
Miro Spinelli
Artista e pesquisador. É mestre em Artes da Cena pela UFRJ, em Filosofia e em Estudos da Performance pela New York University e doutorando no mesmo departamento. Atua nas imbricações entre a performance, a escrita, as artes visuais e a teoria. Apresentou trabalhos em festivais, exposições e conferências em diversas cidades na América Latina, na Europa e na América do Norte. Trabalha de modo transdisciplinar com foco em perspectivas minoritárias. Sua prática artística e intelectual está engajada em estratégias anti-coloniais elaboradas através de um irmanamento radical com coisas, matérias e os invisíveis produzidos nas relações com e entre elas.
26 MAI
14H - OFICINA
O Jogo da Máscara Teatral
Com Eduardo Vaccari, do Maschere Ateliê
A utilização da máscara teatral oculta o rosto obrigando-nos a transferir o foco de nossa expressão para o corpo inteiro. O fato de este objeto ser uma síntese e uma transposição do real, utilizá-lo em cena pressupõe um afastamento do cotidiano, uma tomada de distância. Jogar com a máscara é a (re)descoberta do espaço da teatralidade, do outro, algo inerente ao humano. Esta oficina tem como objetivo a introdução no jogo da máscara teatral com o intuito de desenvolver: a atenção, a relação com o outro (máscara, espaço, parceiros de cena, música, objetos e plateia), a capacidade imaginativa, e o desenho, a musicalidade e a precisão corporais.
A oficina tem duração de três horas e tem como público alvo estudantes de teatro, artistas e professores de artes cênicas.
MASCHERE ATELIÊ
O ateliê de pesquisa em máscaras teatrais, criado pelo ator, diretor e professor de teatro Eduardo Vaccari, é um núcleo de estudos que tem como princípios de investigação, a teatralidade e o mascaramento. Além da oficina "O Jogo da Máscara Teatral", o ateliê mantém, desde sua criação, um Grupo de Estudos com as Máscaras Teatrais que pesquisa diversos mascaramentos como: a máscara de tecido, a máscara neutra, as máscaras-objetos, as máscaras larvárias, as máscaras abstratas, as meias máscaras balinesas e da commedia dell'arte. Além disso, desenvolve pesquisas com a musicalidade e com a palavra como possibilidade de mascaramento.
Eduardo Vaccari é ator, diretor e professor de teatro. Doutor em Artes Cênicas pelo PPGAC-UNIRIO/Université Sorbonne Nouvelle - Paris III. Diretor Teatral com diversos espetáculos em seu currículo, pesquisa o universo das máscaras teatrais desde 1996, tendo como parte importante de sua formação o contato com artistas como I Made Djimat, Ariane Mnouchkine, Juliana Carneiro da Cunha, Eve Doe-Bruce, Stephane Brodt, Ana Teixeira, Luiz Carlos Vasconcelos, Antonio Nóbrega, entre outros. Foi integrante da Companhia dos Bondrés, sob a direção de Fabianna de Mello e Souza, com a qual desenvolveu pesquisa sobre máscaras e manipulação de objetos por cinco anos, atuando nos espetáculos "Instantâneos" e "Oikos"
JUNHO
05 JUN
19H - MESA DE CONVERSA
Corpo, vestir e feminilidade
Com Julia Sá Earp, Goya Lopes, Maria Claudia Bonadio e Florencia Ferrari
Compreendendo a moda como incorporação do contextual, ético e estético de realidades culturais, o ponto de partida da atividade são as reflexões de pesquisadoras que trabalham com a intersecção dos temas corpo, vestidos/vestir-se e feminilidade, seja através de estudos junto a populações não-hegemônicas, seja a partir da perspectiva histórica dentro da sociedade nacional.
Goya Lopes
Designer de superfície e de moda, artista visual, empreendedora, palestrante, professora, ilustradora e escritora. Marcas Didara e Goya Lopes Design Brasileiro. Pioneira em criar arte na moda afro-brasileira e trabalhos exclusivos para empresas e organizações. Exposições individuais e coletivas nacionais e internacionais.
(Foto: Kin Guerra)
Julia Sá Earp
Designer e pesquisadora. Doutora em Antropologia (IFCS-UFRJ), mestra em Arquitetura e Urbanismo e graduada em desenho industrial pela Puc-rio. Sua pesquisa aborda a produção estética e política das mulheres mẽbêngôkre (kayapó). É integrante do Laboratório de Design e Antropologia (Esdi/UERJ) e do NEXTimagem (IFCS-UFRJ). Atua como designer desde 2015 em projetos com lideranças e associações indígenas voltados para o fortalecimento dos povos originários.
Florencia Ferrari
Mestre e doutora em antropologia social pela Universidade de São Paulo, com tese baseada em etnografia sobre ciganos Calon no estado de São Paulo. Foi Honorary Research Fellow no University College of London entre 2008 e 2010. Publicou "Palavra cigana – seis contos nômades", vencedor do prêmio "Melhor livro reconto de 2005", pela Fundação Nacional do Livro Infantojuvenil. Foi uma das editoras fundadoras da revista Sexta-Feira - antropologia, artes e humanidades. Trabalhou 13 anos na Cosac Naify, sendo diretora editorial nos 4 anos finais. Em 2016 fundou, com outras sócias, a Ubu Editora, onde atua como diretora editorial.
Maria Claudia Bonadio
Doutora em História pela Unicamp e com estágio pós-doutoral no Museu Paulista da USP. É professora de História da Moda e Cultura Visual na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). É autora dos livros "Moda e Sociabilidade" (Senac, 2007) e "Moda e Publicidade" (NVersos, 2014) . É curadora de conteúdo do perfil do Instagram @historiadamoda.ufjf.
8 JUN
16H - MESA DE CONVERSA
Corpo físico, corpo espiritual: sobre as formas do sagrado
Com Abdul Qadi, Mãe Vera de Oxum, Simão Nasri e mediação de Victor Macedo
Se por um lado os corpos são biologia, também são meio e prática do sagrado. Nesta mesa de conversa teremos contato com tradições, vivências e práticas distintas, todas atravessadas pela corporeidade e suas manifestações múltiplas em doutrinas e intimidades da religiosidade.
Abdul Qadir
Imam da Ordem Naqshbandi de Curitiba e representante Nacional da Ordem Sufi Naqshbandi do Brasil. É geógrafo e educador pela Universidade Federal do Paraná.
Mãe Vera de Oxum
Iyalorixá do Ilê Asè Igba Afauman, Curitiba-PR. Mestra Griô, detentora de saberes e fazeres da cultura tradicional dos povos de terreiro, recebeu recentemente o título de Doutora Honóris por seu desempenho e atuação tanto na cultura popular brasileira, quanto por seus trabalhos em movimentos sociais de assistencialismo comunitário. Foi cofundadora do primeiro Afoxé de Curitiba, Omo Ijexá e uma das idealizadoras das alas Afro nas Escolas de Samba de Curitiba, atuando também de forma preponderante no Fórum Paranaense das Religiões de Matriz Africana.
Simão Nasri
Padre desde 2014 na Igreja Ortodoxa Antioquina de São Jorge em Curitiba. Natural de Aleppo, Síria, foi ordenado sacerdote em 1999 junto a Igreja dos Santos Sérgios. Em 2013 chegou ao Brasil após ser expulso pelo Estado Islâmico. Formado em teologia com especialização em educação cristã para surdos é desde 2019 cidadão brasileiro.
Victor Miguel Castillo de Macedo
Antropólogo pela Universidade Federal do Paraná e pelo Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atualmente realiza pesquisas juntos a Universidade de São Paulo, com destaque para investigações ligadas a contextos da África Subsaariana e Américas.
9 JUN
PERFORMANCE DE CONTORCIONISMO
* Entrada 01: 11h30 - 11h35
* Entrada 02: 14h30 - 14h35
* Entrada 03: 16h30 - 16h35
Trama
Com Michelle de Lara
Em Trama, o Museu Paranaense propõe um diálogo entre o seu acervo e aqueles que com ele interagem. Compreende-se que cada agente, partindo de suas experiências e corporalidades, tece leituras e usos próprios diante daquilo que se pode fruir em uma instituição museal. Em uma performance inédita, a contorcionista Michelle de Lara, a princípio circunscrita na mesma trama que o público geral do museu, coloca-se em contato direto com a obra "Ẽpry vẽnkhãpóv (Encruzilhada)", o carrinho de mercado trançado - e, por que não, contorcido - com fibra sintética que carrega a autoria do Coletivo Kókir (Luiz da Silva Kaingang e Joanilton da Silva Foság). Não ao acaso, "Ẽpry vẽnkhãpóv (Encruzilhada)" integra a exposição "Mejtere: histórias recontadas", mostra de curadoria compartilhada que reverbera uma pluralidade de vozes indígenas e estimula novas perspectivas sobre as coleções etnográficas do museu.
Michelle de Lara
Michelle de Lara é uma artista circense curitibana, que atua no meio artístico desde 2017 como educadora e performer. É intérprete criadora de diversos números, tendo participado de espetáculos, eventos culturais e oficinas na cidade. Atua na parte da contorção e no ensino da prática da flexibilidade para corpos adultos.
12 E 15 JUN
EVENTO INTERNACIONAL
Noite das Ideias | Linhas de Falha
Nos dias 12 e 15 de junho, o MUPA recebe a Noite das Ideias, um evento internacional promovido anualmente pela Embaixada da França e preparado este ano em Curitiba pelo Museu Paranaense (MUPA) em parceria com a Aliança Francesa.
Confira a programação completa:
12/06, 19H - MESA DE CONVERSA
Teorias do corpo na antropologia
Com Alexandre Surrallés, Mauro Almeida e Márnio Teixeira-Pinto
Uma conversa sobre a noção de corpo, que não existe enquanto parte das línguas das culturas estudadas pela antropologia, o que não impediu que fosse uma noção analítica fundamental ao longo da história e na atualidade desta disciplina.
Alexandre Surrallés
Diretor de estudos da EHESS e diretor de pesquisas do CNRS, Alexandre Surrallés lidera a equipe de pesquisa "Afetividade, percepção, sensação: a atuação corporal" do Laboratório de Antropologia Social do Collège de France. Especialista em antropologia da Amazônia, sua pesquisa centra-se no papel da afetividade na definição dos laços sociais e trata de assuntos tão variados quanto os direitos dos povos indígenas e a lexicografia na América colonial. Autor de "Au cœur du sens ; perception, affectivité, action chez les Candoshi" (Paris, Éditions de la Maison des sciences de l'homme e CNRS éditions, 2003), obra traduzida para o espanhol, e "La raison lexicographique : découverte des langues et origine de l’anthropologie" (Paris, Fayard , 2023).
Mauro Almeida
Doutor em antropologia social pela Universidade de Cambridge, no Reino Unido, leciona no Programa de Antropologia da Universidade Estadual de Campinas desde 1977. Desenvolve pesquisas atravessando os temas Amazônia, reservas extrativistas, comunidades tradicionais e teoria antropológica. Participou da formalização do programa das Reservas Extrativistas e da concepção da Universidade da Floresta do Alto Juruá (Uniflora) em 2005. Em 2006, foi professor e pesquisador na Universidade de Chicago, e em 2007, recebeu o prêmio Chico Mendes de Florestania. Recebeu também, do Ministério da Educação (MEC), o Grande Prêmio Capes de Tese 2016. É autor de diversos artigos e livros, entre eles “Caipora e outros conflitos ontológicos”, e, em co-autoria com Manuela Carneiro da Cunha "A Enciclopedia da Floresta - O Alto Juruá: prática e conhecimentos das populações”.
Márnio Teixeira-Pinto
É professor de antropologia na Universidade Federal de Santa Catarina, e pesquisador na área de etnologia indígena. Realizou trabalhos com o povo Arara, tornando-se referência na bibliografia sobre os mesmos ao tratar sobre os temas organização social, xamanismo, ritual e moralidade. Foi Fullbright Professor na University of Wisconsin, Madison/US, Professor Titular Visitante na USP, e atualmente está vinculado à UFSCar como pesquisador no Programa de Pós-Graduação em Antropologia. Além da premiada tese de doutorado intitulada “Ieipari: sacrifício e vida social entre os Arara”, o autor publicou em periódicos e coletâneas, nacionais e estrangeiras.
15/06, 16H - MESA DE CONVERSA
Ecologia dos corpos não humanos
Com Ana Vaz (online), Juliana Fausto e Valentina Tong
As relações entre corpos humanos, corpos animais outros que humanos e corpos inorgânicos e minerais, sociedade e paisagem, a depender da perspectiva podem demonstrar e oferecer possibilidades cosmopolíticas que se afastam do modelo político professado pelo humano. No desdobrar de uma troca de ideias envolvendo repertórios da filosofia, cinema e fotografia, o debate envolverá reflexões a partir de experimentações multiespecíficas no âmbito das artes e da ciência.
15/06, 16H - ABERTURA DE EXPOSIÇÃO
Viagem Geológica, obras de Valentina Tong
Viagem Geológica apresenta um painel-arquivo com fotografias do projeto de longo prazo da arquiteta e fotógrafa Valentina Tong, em que documenta a paisagem geológica brasileira e sua relação com a arqueologia, a arquitetura e o extrativismo. Sua pesquisa visual busca entender como as estruturas geológicas dos territórios definem sua vocação econômica, como a arquitetura pode movimentar paisagens e como a presença de pinturas e gravuras rupestres se tornam uma resistência diante dessas paisagens em transformação. Serão mostradas também três obras de sua mais recente série Pedra Paulista, uma pesquisa sobre as rochas que dão origem aos materiais da construção civil no Estado de São Paulo.
A exposição fica em cartaz na Sala Lange de Morretes até 18 de julho.
EXIBIÇÃO DE FILME
15/06, sessões às 14h30 e 18H
16/06, sessões às 11h e 12h30
É Noite na América
Um filme de Ana Vaz
66 min | 16mm transf. HD | cor | 5.1 |Itália, Brasil, França | 2022
Azul meio dia. Sol de verão. Um corpo morto no meio da calçada. Nenhum ruído a não ser o zunido dos carros. Os passos desaceleram enquanto me aproximo do corpo: pelos ásperos, compridos, rajados de preto e rosa, patas em arco, unhas compridas como se congelado em pleno movimento, focinho longo de quem a terra quer comer. O corpo do filhote desgarrado de uma mãe em luto, atropelou-me. Na estrada-asa da cidade-avião, necrópole transformada em oásis pelos arquitetos, milhares de vidas acurraladas buscam refúgio nos seus jardins. Como velar por este morto? O filhote de tamanduá a quem não encontro nome a não ser Fuga, atropelado pela ferocidade dos carros, envenenado pelas peçonhentas plantações, morto pela expansiva cidade que acurrala qualquer vida que não se adapte a ela. 55 milhões de anos, neste instante.
Azul meia noite. Os bichos retornam à cidade. Fazem ninhos nos parques de estacionamento. Celebram o lixo de seus habitantes num festim noturno que foge à tirania do sol, dos monumentos, das estradas, dos palanques. Feitiço animalesco contra o império da morte na calada da noite americana: tempo que faz do dia noite. Também tempo do bicho-cinema que tenta acompanhar Fuga através de sua própria pele de filme vencido, em vias de extinção. Analógica pele escamando o fim de um século marcado pelo sua maior característica: o lixo. Analógico lixo resgatado como testemunha desta fauna em fuga da extinção.
É Noite na América é um filme gravado no zoológico de Brasília, habitat de centenas de espécies resgatadas na cidade. Tamanduás, lobos-guará, corujas, cachorros-do-mato, capivaras, carcarás se encontram com biólogos, veterinárias, cuidadores e a polícia ambiental, numa trama soturna aonde os desafios da preservação da vida tece uma trama de perspectivas cruzadas. Nesta iteração, o filme se expande em forma de poesia, arquivo, contos e conversas num diorama ilusionista aonde vemos e somos vistos. Afinal, quem são os verdadeiros cativos?
Ana Vaz
Artista e cineasta, nasceu no planalto central brasileiro habitada pelos fantasmas enterrados pela capital federal modernista Brasília. Cerratense de origem e andarilha por escolha, Ana viveu nas terras áridas do Brasil central e do sul da Austrália, nos pântanos do norte Francês e nas margens orientais do Atlântico norte em Portugal. Atualmente traça a sua caminhada entre Paris e Brasília. Sua filmografia ativa e questiona o cinema enquanto arte do (in)visível e como instrumento capaz de desumanizar o humano, expandindo suas conexões e devires com outras formas de vida — tanto outras-que-humanas, quanto espectrais. Consequências ou expansões da sua cinemato-grafia, suas atividades se incorporam também na escrita, na pedagogia crítica, em instalações ou caminhadas coletivas.
(Foto: Bacco de Andrade)
Juliana Fausto
Filósofa, escritora e tradutora. Autora de A cosmopolítica dos animais (n-1 edições, 2020), é bacharel em filosofia (UFRJ), mestre em letras (PUC-Rio) e doutora em filosofia (PUC-Rio). Entre 2017 e 2022 fez pós-doutorado na UFPR com bolsa PNPD/CAPES. Tem especial interesse no envolvimento de outros-que-humanos em questões que dizem respeito a arte, ecofeminismos e ecologias queer nos tempos da catástrofe socioambiental conhecida como Antropoceno.
Valentina Tong
Valentina Tong (1988) é arquiteta, fotógrafa e curadora, baseada em São Paulo. Desenvolve uma pesquisa fotográfica de longo prazo sobre a paisagem geológica brasileira e sua relação com a arqueologia, a arquitetura e o extrativismo. Documenta as estruturas geológicas que compõem os territórios para compreender como eles foram e são modificados através da arquitetura e processos de extração. Venceu o Prêmio Marc Ferrez de Fotografia para desenvolver o projeto Viagem Geológica, no Seridó Potiguar e sua instalação Serra da Capivara foi comissionada pelo Museu Brasileiro da Escultura (MUBE) para a exposição Pedra Viva e hoje pertence a coleção da Fundação Museu do Homem Americano, no Piauí. Como curadora, é colaboradora do Instituto Moreira Salles, onde trabalhou em diversos arquivos fotográficos e projetos comissionados à artistas contemporâneos.
22 JUN
19h - ESPETÁCULO (BUTOH)
Hagoromo – o manto de plumas
Com Emilie Sugai
"Hagoromo” - o manto de plumas é inspirado em uma das mais célebres peças de Teatro Nô, Hagoromo de Motokiyo Zeami do século XIV e pode ser resumido como um grande haicai ou um poema dançado que apresenta em seu enredo, quase sem ação, duas personagens: Hakuryo, um pescador de coração pétreo da Baía de Miho, e Tennin, anjo budista que vem recuperar Hagoromo, o manto divino sem o qual não poderá retornar ao céu. Após tristes súplicas do anjo agonizante, o pescador se comove e resolve devolver-lhe o objeto precioso. Mas antes, Tennin deverá lhe conceder uma dança com seu manto celestial. Em 2008 recebeu o Prêmio APCA de melhor espetáculo do ano.
Ficha Técnica:
Coreografia: Emilie Sugai -Direção: Fabio Mazzoni - Com Emilie Sugai e Thiago Sgambato - Iluminação: Fabio Mazzoni - Espaço Cênico: J.C. Serroni - Figurinos: Telumi Hellen.
Emilie Sugai
Coreógrafa, dançarina de butoh e performer, desenvolve uma linguagem própria e singular, em criações solos e em grupos, fruto de suas inquietações artísticas e de vida, geradas das influências recebidas de seu mestre Takao Kusuno no período de 1991 a 2001, das pesquisas relacionadas às memórias do corpo, da ancestralidade e de colaborações com artistas da dança, teatro, cinema e da videoarte.
Foto de retrato: João Caldas; foto da capa: Bob Sousa.
23 JUN
11H - PERFORMANCE
ADAPTAT
Com Nó Movimento em Rede
Um diálogo entre linguagens artísticas, pessoas, espaços, olhares, que cria mobilidades por onde habita. Articula relacionamentos com o público por meio de diferentes vias perceptivas estimuladas na criação compartilhada entre dois corpos que dançam. ADAPTAT se move nas margens sensibilizando a presença para outros tipos de ambiência e relação do público com a diversidade.
Ficha técnica:
Criação e concepção: Lívea Castro - Direção: Andréa Sério - Movimento: Lívea Castro e Moisés Batista - Ambientação sonora: Machison Abreu - Ambientação poética: Ana Matsusaki
ATENÇÃO: A atividade ocorre na Praça João Cândido, São Francisco, em frente ao MUPA.
Assista ao registro da performance
Nó movimento em rede
Nó movimento em rede é um coletivo de artistas que existe desde 1992, inicialmente como Limites cia. de Dança. Hoje é um ponto de conexão entre linguagens artísticas diversas, atuando como um lugar cooperativo entre artistas e outros criativos interessados em produzir inovação social nas mediações entre arte e educação, e em partilhar tecnologias de criatividade e sensibilidade humana.
(Fotos: Cayo Vieira)
26 JUN
19H - MESA DE CONVERSA
Produção de corpos indígenas
Com João Paulo Lima Barreto Tukano, Andréa Oliveira Castro e Luiz Antônio Costa
Na etnologia dos povos ameríndios das últimas décadas transbordam relatos de como os grupos investem em mecanismos sociais de criação de pessoas, uma vez que o nascimento de um novo bebê não é garantia do nascimento de uma pessoa. Ele, enquanto ser humano, precisa ser produzido, e isso ocorre através de uma série de procedimentos prescritos e proscritos. Entre alguns grupos, até mesmo a possibilidade da gravidez é garantida através de procedimentos sociais específicos. Os antropólogos convidados serão chamados a falar sobre seus estudos de caso, envolvendo os povos amazônicos Kanamari e Karitiana, e a abordagem das estratégias de produção corporal próprias dos Tukano ficará por conta de pesquisador pertencente a esse mesmo povo.
João Paulo Lima Barreto Tukano
Indígena do povo Yepamahsã (Tukano), nascido na aldeia São Domingos, no município de São Gabriel da Cachoeira (AM). Graduado em Filosofia, Mestre e Doutor em Antropologia Social pela Universidade Federal do Amazonas. Fundador do Centro de Medicina Indígena Bahserikowi e da primeira Casa de Comida Indígena – Biatuwi, além de membro de diversos núcleos de pesquisa nacionais e internaiconais.
Andréa Oliveira Castro
Antropóloga, professora do Departamento de Antropologia da Universidade Federal do Paraná - UFPR. Trabalha com Etnologia Indígena e pesquisa junto ao grupo indígena Karitiana.
Luiz Antônio Costa
É professor de antropologia cultural da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ele realiza pesquisa com os Kanamari do Vale do Javari desde 2002, abordando temas como parentesco e organização social, concepção da pessoa, relação entre humanos e não humanos, e mito e história. Além do seu livro sobre os Kanamari, The Owners of Kinship, publicou diversos artigos em periódicos nacionais e internacionais.
29 JUN E 2 JUL
EXIBIÇÃO
SÁBADO, 29/06 - 14H E 16H
TERÇA-FEIRA, 02/07 - 17H30
A Senhora das Flechas
Filme de Heidi Specogna
Durante uma viagem, a fotógrafa Claudia Andujar desenvolve um relacionamento profundo com o povo Yanomami e os ajuda a lutar contra a exploração da floresta amazônica e seu extermínio.
Duração: 88'.
Ficha técnica: Direção e Roteiro - Heidi Specogna; Fotografia - Johann Feindt; Música - Raffael Seyfried; Edição - Kaya Inan; Produção - Peter Spoerri e Carl-Ludwig Rettinger
30 JUN
14H - OFICINA DE ACROBACIA
LEVANTE: Oficina de acrobacia de solo
Com Jovani Almeida
Nesta oficina, Jovani Almeida convida o público (do iniciante ao avançado) a explorar a potencialidade do corpo por meio de diversas modalidades da acrobacia de solo, como saltos, rolamentos, inversões e equilíbrio. Evocando técnicas da ginástica artística, capoeira, dança e arte circense, os participantes têm a oportunidade de, por um lado, conhecer mais sobre si e sobre as formas de expressão do próprio corpo; e, por outro, de estabelecer diálogos e criações conjuntas com os demais, sempre respeitando-se o nível técnico de cada um.
Jovani Almeida
Artista, educador corporal e arte educador, artesão, acrobata e capoeirista, além de desenvolver projetos sociais diversos na área do circo. Com ampla formação e experiência nos campos circense, artístico e pedagógico, Jovani hoje integra o coletivo Um Café da Manhã, com o qual, dentre outros projetos, estreou em 2022 o filme-espetáculo "COLIBRI". Jovani, em 2024, também fez parte do espetáculo "Eranko" junto à Cia Circo de Ébanos. Durante toda a sua atuação profissional, tem se dedicado a ministrar oficinas de acrobacia de solo, especialmente na cidade de São Paulo, tendo em 2023 ministrado cursos dessa temática junto ao SESC Santo Amaro e o Centro Cultural Tendal da Lapa.
JULHO
2 A 30 JUL
TODAS AS TERÇAS-FEIRAS, ÀS 19H - OFICINA
ARVORANDO
Com Priscilla Pontes
ARVORANDO é uma proposição afro-orientada de estudos do corpo e do movimento que tem como objetivo o cultivo de consciência, expressão corporal e enraizamento da presença, seja na cena ou no mundo. As práticas envolvem vivências coreográficas, rítmicas e jogos de improvisação elaborados a partir de princípios presentes em distintas danças da diáspora africana no Brasil. A proposta se funda em uma compreensão de dança como tecnologia ancestral e meio de estabelecer e nutrir conexões mais profundas com os chãos que habitamos, a começar pelos espaços do corpo. Ao longo dos encontros também haverá exposição de ideias e bate-papo acerca de conceitos como afro-orientação, território, memória, experiência vivida, dentre outros temas fundantes na construção deste trabalho. A dissertação “Rachando o petit-pavé: danças afro-orientadas e territórios da diáspora negra em Curitiba" produzida por Priscilla Pontes, bem como as produções e presenças que referencia na pesquisa são parte dos conteúdos mobilizadores nas trocas.
Os encontros acontecem nos dias 2, 9, 16, 23 e 30, todas as terças-feiras de julho, às 19h, com duração de 1h40 cada. Para participar, as pessoas interessadas devem pegar os ingressos na entrada do museu, distribuídos uma hora antes da atividade, a cada semana. Temos disponibilidade de 20 vagas para essa ação.
Priscilla Pontes
É natural de São Paulo e reside em Curitiba desde a infância. Artista da dança, professora, pesquisadora do movimento com ênfase em danças afrodiaspóricas. Idealizadora dos projetos "Pontes Móveis em Travessias Afro-Contemporâneas"; "ARVORANDO" e "ARVORÔ", distintamente ligados ao cultivo de saberes e memórias das danças negras na cidade de Curitiba. Bacharela e Licenciada em Dança pela FAP/UNESPAR, Especialista em Estudos Contemporâneos em Dança, Mestra em Dança pelo PPGDança da UFBA. Desde 2023 atua como Preparadora Corporal da CIA de Teatro da UFPR.
Foto: Giovana Bertoldi
3 JUL
19H - MESA DE CONVERSA
Trajetórias e experiências do corpo no esporte
Com Vanderlei Cordeiro de Lima, Janeth Arcain e Rolando Ferreira
As relações entre esporte, educação e ação social se confundem no encontro entre os atletas brasileiros Vanderlei Cordeiro de Lima, Janeth Arcain e Rolando Ferreira. Com carreiras marcantes, suas trajetórias dentro e fora do esporte são o foco da conversa, conectando preparação e prática esportiva com seus desdobramentos na alimentação, psicologia, solidariedade.
Vanderlei Cordeiro de Lima
Nascido em 1969, no interior do Paraná, Vanderlei Cordeiro de Lima é o sétimo filho de uma família de origem humilde. Quando criança, trabalhou como bóia-fria e, correndo pelas lavouras, descobriu sua aptidão para o esporte. Foi atleta profissional de 1992 a 2008 e representou o Brasil em três Jogos Olímpicos, três Jogos Pan-Americanos e alguns campeonatos mundiais, sempre na prova da maratona. Em Atenas (2004), realizou seu maior sonho: uma medalha olímpica. Também foi agraciado com a medalha Pierre de Coubertin. Em 2016, teve o privilégio de acender a pira olímpica na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Em 2018, foi convidado a integrar a primeira turma de atletas do Hall da Fama do Comitê Olímpico Brasileiro. Desde que encerrou a sua carreira atlética, Vanderlei se dedica a realização de outro sonho: o Instituto Vanderlei Cordeiro de Lima.
Foto: Olympikus
Janeth Arcain
Ex-atleta profissional de basquetebol. Foi a primeira a atuar na WNBA, participando de oito temporadas sendo tetracampeã consecutiva e se tornando a única estrangeira no mundo a realizar tal feito. Na carreira, Janeth colecionou títulos, entre eles: campeã mundial em 1994, medalha de prata nas olimpíadas de Atlanta em 1996, e bronze em Sydney 2000, tornando-se pontuadora da história dos jogos olímpicos. É a atleta brasileira que mais possui títulos do basquetebol nacional. De 1998 a 2007, Janeth foi capitã da seleção brasileira e principal jogadora de basquetebol do país. No ano de 2015, Janeth Arcain passou a integrar o Hall da Fama do basquete e 2019 Hall da Fama da FIBA. Ainda como jogadora, Janeth fundou em 2002, no Estado de São Paulo, o Instituto Janeth Arcain, promovendo democratização de acesso ao esporte de qualidade com foco no exercício da cidadania.
Rolando Ferreira
Ex-atleta profissional de basquetebol. Fez parte da seleção brasileira de basquetebol por 14 anos, participando de 2 jogos olímpicos (Barcelona e Seul), 3 campeonatos mundiais (Espanha, Argentina e Canadá), 3 panamericanos (Indianápolis, Havana e Mar Del Plata), sendo inclusive Campeão em Indianápolis, maior título do basquetebol brasileiro dos últimos 50 anos. Carregou a tocha olímpica no Panamericano de 2007 e Jogos Olímpicos 2016, ambos no Brasil. Foi o primeiro brasileiro a jogar na NBA (liga profissional norte americana) pelo Portland Trail Blazers. Com formação em Educação Física, atuou em diversas organizações esportivas e no segmento de educação, atuando como técnico, gestor e professor universitário.
4 A 7 JUL
DAS 11H ÀS 17H - INSTALAÇÃO
BODIES AND SUBWOOFES (B.A.S.)
Instalação de Stefanie Egedy
Com base no conceito de uma "experiência vibracional" e nos efeitos terapêuticos (relaxamento, redução do estresse e da ansiedade) do som de baixa frequência e na fisicalidade do trabalho com subwoofers, a artista criou um conjunto de trabalhos intitulado "BODIES AND SUBWOOFERS (B.A.S.)" - uma série de instalações e concertos específicos de locais com composições personalizadas, produzidas para cada local.
Depois de analisar as especificidades da sala, organiza os subwoofers e seleciona ondas sonoras de baixa frequência específicas, levando em conta características sônicas como ressonâncias e reverberações que são criadas em interação com a arquitetura da sala e sua transparência, que só pode ser percebida de maneira tátil e possui uma tonalidade reduzida.
Esse estímulo para todo o corpo nos convida a entrar em contato com diferentes tipos de vibrações e a sermos sacudidos por elas. Os efeitos físicos e perceptivos continuam sendo um campo de experimentação. A massagem sonora é sentida e ouvida na pele e no corpo, dando a sensação de ser tocado e abraçado por ondas sonoras. O toque invisível do som.
Ficha técnica: desenho de luz por Camille Laurent.
A instalação será ativada uma vez a cada hora, das 11h às 17h, com duração de dez minutos, exceto no sábado (6), com a última ativação às 15h.
4 JUL
19H - OFICINA
SOM DE BAIXA FREQUÊNCIA: COMO OUVIR COM SEU CORPO
Com Stefanie Egedy
Esta oficina tem como objetivo oferecer uma introdução às propriedades do som de baixa frequência, arranjos de subwoofer e como ouvir com o corpo. A sessão começa com uma introdução ao conceito de som, antes de se aprofundar nas especificidades das ondas sonoras de baixa frequência e em seu comportamento e propriedades. A discussão continuará com uma introdução aos subwoofers, com exemplos de arranjos clássicos e como otimizar sua configuração doméstica e de eventos. No final, os participantes serão conduzidos a um exercício experimental de ouvir com o corpo - percebendo os sons de baixa frequência.
Duração: 2h.
6 JUL
16H - PERFORMANCE
Sessão de Relaxamento Sub-Grave
Com Stefanie Egedy
Uma performance sonora de baixa frequência que investiga os possíveis efeitos relaxantes das ondas sonoras produzidas por subwoofers no corpo e no sistema nervoso.
Duração: 1h.
Stefanie Egedy
Investiga o som em peças conceituais, trabalhos comissionados e música eletrônica experimental. Ocupa-se de pesquisar possibilidades com som de baixa frequência, corpos e subwoofers com obras que transitam entre a instalação e a performance— proposições sônicas construindo um corpo de trabalho chamado BODIES AND SUBWOOFERS (B.A.S.). Sub-graves, graves, infrassons, subwoofers e seus efeitos terapêuticos (relaxamento, redução do estresse e da ansiedade), juntamente com sua capacidade de se fazer presente em um espaço, são os fundamentos de sua prática artística - em paralelo às possibilidades de interação entre corpos humanos/arquitetônicos e ondas sonoras, usando gravações de campo, síntese analógica e digital.Trabalhou e expôs em contextos como CTM Festival, Berghain, KW Institute for Contemporary Art, Tresor, Radialsystem, The Fairest no Trauma Bar em Berlim; Harvard University (EUA), The High Line (NYC), Kunstfest (Weimar), Zentrale (Viena), Nextones Festival (Itália), Centro per l'Arte Contemporanea Luigi Pecci (Itália), Festival Sónar+D (Istanbul), Patchlab Festival (Cracóvia), Museu de Arte Moderno (Buenos Aires), em São Paulo, no MIS - Museu da Imagem e do Som e na festa Mamba Negra e no Festival Novas Frequências (Rio de Janeiro) e faz parte da lista de artistas do SHAPE+, apoiado pela Comissão Europeia.
Foto de capa: ruhrpoet
Foto de retrato: Shai Levy
10 JUL
19H - MESA DE CONVERSA
Poéticas do corpo, do tempo e da memória
Com Leda Maria Martins e mediação de Rosane Borges
Inter-relações entre corpo, tempo, performance, memória e produção de saberes, principalmente os que se instituem por via das corporeidades, são algumas das questões elaboradas em "Performances do tempo espiralar, poéticas do corpo-tela", da ensaísta, professora e dramaturga Leda Maria Martins. Nesse encontro, a autora conversa com a pesquisadora e professora Rosane Borges sobre a obra, cuja proposta questiona o tempo cronológico ocidental evocando um tempo espiralar, a partir de práticas desenvolvidas pela via da oralidade e de cosmovisões ancestrais.
Leda Maria Martins
Poeta, ensaísta, dramaturga e professora. Atua nas áreas de teatro, performance e estudos literários. Doutora em Letras/ Literatura Comparada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e Mestre em Artes pela Indiana University, EUA, com pós-doutorado em Performances Studies pela New York University, Tisch School of the Arts. Professora da Universidade Federal de Minas Gerais, de 1993 a 2018; da Universidade Federal de Ouro Preto, de 1982 a 1992. Professora visitante do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFF, 2023-2024, e da Tisch School of the Arts, em 2010. Tem vários ensaios publicados no Brasil e no exterior. Dentre seus livros, constam: "Performances do tempo espiralar, poéticas do corpo-tela" (Editora Cobogó, 2021); "Afrografias da memória" (Editoras Perspectiva/ Mazza, 2021 e 1997); "A cena em sombras" (Editora Perspectiva, 2023 e 1995); "Os dias anônimos" (Editora Sette Letras,1999), "O Moderno Teatro de Qorpo Santo" (Editora UFMG, 1991); "Cantigas de Amares" (Edição Independente, 1981). Em seu pensamento e proposições teóricas cruzam-se epistemologias e cosmovisões de várias matrizes cognitivas, como as derivadas dos saberes africanos transcriados nas Américas. Leda é também Rainha de Nossa Senhora das Mercês, da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário no Jatobá, em Belo Horizonte.
Rosane Borges
Jornalista e escritora, é doutora em ciências da comunicação com pós-doutorado na área, professora convidada do Diversitas (FFLCH-USP) e pesquisadora do Colabor (ECA-USP), professora PUC-SP. Tem incidência direta no mundo corporativo: atualmente, Rosane Borges também é consultora líder em raça e gênero e produtora de inteligência da Rede Globo e ministra palestras nas áreas acima arroladas; coordena a Escola Longa, uma experiência de educação online, voltada para saberes e fazeres das culturas e pensamento negros. É articulista da Revista Istoé e contribui com frequência com artigos para a seção Ilustríssima da Folha de São Paulo. É autora de diversos livros, entre eles: Espelho infiel: o negro no jornalismo brasileiro (2004), Perfil biográfico de Sueli Carneiro (2009), Mídia e Racismo (2012), Esboços do tempo presente (2016) e Fragmentos do tempo presente (2021). Em sua carreira recebeu os prêmios “Destaque Acadêmico”, da Câmara Brasileira de Cultura (2018); “Presença Negra”, do Coletivo de Artistas e Intelectuais Ligados à Cultura (2016) e Homenagem do grupo “Fala Preta!”, pelo compromisso com a população negra (2006). Este ano foi premiada como Decana do Prêmio +Admirados Jornalistas da Imprensa Brasileira, uma realização do Jornalistas & CIA e receberá ao lado de Chico César o prêmio de reconhecimento pela trajetória na Balada Literária.
12 A 14 JUL
OFICINA
DIA 12, SEXTA, DAS 14H ÀS 18H
DIA 13, SÁBADO, DAS 10H ÀS 14H
DIA 14, DOMINGO, DAS 14H ÀS 17H
O corpo e a cadeira
Com Francisco Fanucci
A oficina “O corpo e a cadeira”, pensada especialmente para arquitetos, designers e estudantes dessas áreas, visa desenvolver a ideia de que o mobiliário de sentar pode representar e dizer muito sobre a cultura e dos costumes de cada lugar, de cada tempo, visto que cada peça faz supor posições corporais específicas que se relacionam com um contexto mais amplo. No presente, com os múltiplos avanços tecnológicos, a automação crescente de vários fazeres e o desenvolvimento das áreas de TI e IA, vivemos um processo de transformações profundas nas posturas corporais, seja no trabalho, em casa, na rua, na cidade, no campo - enfim, em toda parte -, compondo um universo de possibilidades nas diversas atividades da vida. É justamente esse universo que a oficina irá explorar. Disposta ao longo de três dias, ela terá início com uma breve exposição a partir de uma palestra e conversa sobre o tema. Na sequência, durante as atividades práticas, o público será convidado a imaginar um objeto de sentar. A partir disso, poderá fazer projetos, maquetes e/ou desenhos técnicos ou livres, envolvendo o mobiliário e os modos de sentar do corpo humano.
Vagas: 20.
13 JUL
16H - MESA DE CONVERSA
Arquitetura e corpo
Com Guilherme Wisnik e Francisco Fanucci
Arquitetura é o corpo no espaço. Se em tempos antigos, tais como a Antiguidade e o Renascimento, os edifícios eram pensados muitas vezes segundo referências antropomórficas (cabeça, tronco e base), hoje o corpo não é metáfora para a arquitetura, e sim elemento ativo na sua significação através do movimento. A conversa explorará essas mudanças, incidindo não apenas sobre a edificação, mas também sobre o design de mobiliário e exposições.
Assista à gravação!
14 JUL
11H - CONVERSA COM MÚSICA
Arquitetura musical
Com Guilherme Wisnik e José Miguel Wisnik
O evento será uma conversa musical sobre as relações entre a arquitetura e a música popular brasileira, focalizando a confluência entre Brasília e a Bossa Nova. Entremeando ideias e canções de maneira informal, o encontro converge para a canção "Drão", de Gilberto Gil, na qual o compositor dá uma poderosa definição da arquitetura, identificada à relação amorosa: "O verdadeiro amor é vão / Estende-se infinito / Imenso monolito / Nossa arquitetura".
Guilherme Wisnik
Professor Livre-Docente na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, instituição na qual é Vice-Diretor (2023-2026). É autor de livros como Lucio Costa (Cosac Naify, 2001), Estado crítico: à deriva nas cidades (Publifolha, 2009), Espaço em obra: cidade, arte, arquitetura (Edições Sesc SP, 2018), Dentro do nevoeiro: arte, arquitetura e tecnologia contemporâneas (Ubu, 2018) e Lançar mundos no mundo: Caetano Veloso e o Brasil (Fósforo, 2022). Recebeu o prêmio “Destaque 2018” da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) em 2019. Foi o Curador-Geral da 10 a Bienal de Arquitetura de São Paulo (Instituto de Arquitetos do Brasil, 2013), e do Pavilhão do Brasil na Expo 2020 em Dubai (2021).Foto: Ana Ottoni
Francisco Fanucci
Arquiteto formado pela FAU USP em 1977. Fundou, juntamente com Marcelo Carvalho Ferraz e Marcelo Suzuki o escritório Brasil Arquitetura, em 1978. Com os mesmos sócios, fundou também a oficina de design Baraúna, em 1980. É professor de Projeto na Escola da Cidade, desde sua fundação em 2002.
José Miguel Wisnik
Pianista, compositor, ensaísta e professor aposentado da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP). Tem experiência na área de Letras / Literatura Brasileira, com ênfase em Modernismo, atuando principalmente nos seguintes temas: Heitor Villa-Lobos; Modernismo Brasileiro; Semana de Arte Moderna; Música e Literatura; e Música - História da Linguagem. Seus livros incluem: O som e o sentido – uma outra história das músicas (1989), Veneno-remédio – o futebol e o Brasil (2008) e Maquinação do mundo – Drummond e a mineração (2018), todos editados pela Companhia das Letras.
17 JUL
19H - MESA DE CONVERSA
Encruzilhadas em movimento: corpo-inscrito e pensamento ventania
Com Miriam Alves e Juliana Sankofa
Neste encontro Miriam Alves e Juliana Sankofa dialogam sobre o cenário literário e sua relação com a construção de imagens do corpo. O foco recai nas produções de Miriam Alves e suas formas de pensar, construir e contra-argumentar o imaginário social brasileiro sobre o corpo negro feminino.
Miriam Alves
Poeta, contista, ensaísta e romancista de literatura negra, palestrante e declamadora performática. Teve os primeiros poemas publicados em 1982, em “Axé – antologia contemporânea de poesia negra brasileira”, e no número 5 de “Cadernos Negros”, além de dez livros individuais publicados e participação em várias antologias nacionais e internacionais. A autora é integrante do Quilombhoje Literatura (1980-1989) e já palestrou na Áustria e nos Estados Unidos, além de ter ministrado cursos de literatura negra brasileira na Universidade do Novo México e na Middlebury College.
Organizou duas antologias de escritoras negras brasileiras, poemas e contos, bilingues português-inglês, publicadas respectivamente nos EUA e na Inglaterra. Em 2022 comemorando os 40 anos de vida literária da autora, a editora Fósforo lançou dois livros: “Poemas Reunidos”, que é uma recolha de poemas publicados em antologias, revistas e outros impressos, e “Miriam Alves Plural - Teoria, Ensaios Críticos e Depoimentos” – com textos de 16 teóricos discorrendo sobre a obra da escritora. Em 2022 foi a escritora homenageada da 5.ª edição da Bienal Internacional do Livro de Brasília.
Foto: Gean Carlo Seno
Juliana Sankofa
Também conhecida como Juliana Cristina Costa, nasceu em João Monlevade, Minas Gerais. É escritora, ativista e pesquisadora. Possui mestrado em Estudos Literários pela Universidade Federal de Juiz de Fora (Brasil) e é graduada em Letras/Literaturas pela Universidade Federal de Viçosa (Brasil). Atualmente, encontra-se no doutorado em Estudos Literários na Universidade Federal de Uberlândia (Brasil). Como escritora, deu início à sua carreira em 2014, participando da antologia paulista Cadernos Negros. Além disso, em 2019, publicou o livro "Comovida como o Diabo" de forma independente, lançando-o em formato de e-book. A maioria de seus textos literários é veiculada em suas redes sociais e em seu blog pessoal.
18 JUL
10H - INSTALAÇÃO
Nós somos pássaros que andam
Obra de Glicéria Tupinambá
Na instalação “Nós somos pássaros que andam”, a artista, ativista e professora Glicéria Tupinambá narra sua missão de recuperar material e culturalmente a tradição dos mantos que foram levados por diversos museus europeus. O documentário, realizado na Terra Indígena Tupinambá, no sul da Bahia, conta a história de feitura dos mantos, assim como as tradições de sua família e comunidade. Dividido em três telas, o filme teve o apoio da cineasta Mariana Lacerda e da jornalista Patrícia Cornils.
A exibição fica em cartaz até o dia 4 de agosto.
Glicéria Tupinambá
Líder indígena do povo tupinambá, antropóloga, ativista, professora, pesquisadora, artista visual e audiovisual. Também conhecida como Célia Tupinambá, nasceu e se criou na Serra do Padeiro, na Terra Indígena Tupinambá de Olivença, Bahia. Está fazendo mestrado no Programa de Pós Graduação em Antropologia Social pela UFRJ. Em 2006, depois de o povo Tupinambá retomar suas terras na Serra do Padeiro, Célia decidiu fazer o primeiro Manto Tupinambá, para agradecer os Encantados. A confecção dos mantos está literalmente costurada à história do território, seu cotidiano, sua memória. Em 2021 o manto protagonizou a exposição Kwá yapé turusú yuriri assojaba tupinambá | Essa é a grande volta do manto tupinambá, na Funarte Brasília. Mais recentemente, Célia foi vencedora da 10ª edição da Bolsa de Fotografia ZUM/IMS com o projeto "Nós somos pássaros que andam". Representa o Brasil na Bienal de Veneza 2024, onde renomeou o Pavilhão do Brasil para Pavilhão Hãhãwpuá.
20 JUL
16H - ABERTURA DE EXPOSIÇÃO E MESA DE CONVERSA
Lia D Castro: O espaço do corpo
Obras de Lia D Castro
"Sob o prisma do gesto político-criativo e pedagógico, a artista constrói personagens em alusão a sujeitos brancos e negros oriundos das classes média e alta com quem mantém relações afetivo-sexuais. Essa narrativa crítica-visual também abre espaço para a autorrepresentação da própria artista na cena criada. Nesse sentido, Lia ocupa o espaço não apenas como criadora, mas também como objeto de sua observação e criação. A fusão desses entrecruzamentos põe o espectador em alerta diante de uma narrativa amorosa inovadora que propõe a conexão entre amor e ética a partir da prática amorosa entre sujeitos de diferentes subjetividades em desconexão com a obsessão pelo poder e pela dominação.
Alinhada às perspectivas da abordagem da psicanálise, criminologia, antropologia e sociologia em torno dos debates sobre raça, gênero e classe, a produção pictórica de Lia nos convida a refletir sobre os atravessamentos operantes da colonialidade". Extrato do texto crítico da educadora e pesquisadora Janaína Machado desenvolvido para a exposição.
O corpo como política afetiva
Com Lia D Castro, Vicenta Perrotta e Guilherme Altmayer
Toni Morrison, reconhecida escritora e crítica cultural, enfatiza em suas reflexões a crescente dominação da imagem no âmbito da fabricação contemporânea. A imagem, muitas vezes, transcende seu papel meramente estético, transformando-se em um veículo de conhecimento ou até mesmo contaminando-o. Ao conceber a imagem como uma forma de linguagem, Morrison nos convida a considerar sua influência não apenas em nossas percepções e emoções, mas também naquilo que julgamos digno de ser conhecido e sentido. Assim, a compreensão da imagem como um elemento que permeia e molda nossas visões de mundo torna-se essencial para decifrar suas múltiplas camadas de significado e impacto.
No contexto deste encontro, surge o interesse em explorar alternativas às formas tradicionais de representação nos museus e espaços culturais. A proposta é partir da estética do corpo como uma linguagem e imagem epistêmicas, capazes de transcender as fronteiras impostas pela tradição museológica. Inspirades pelas ideias de Achille Mbembe em seu provocativo texto "Antimuseu", questionamos o papel dessas instituições como meros depósitos de objetos inertes, muitas vezes relegados à segregação e à mumificação. Como podemos, então, repensar o museu, transformando-o em um espaço vivo e pulsante, onde os objetos possam respirar e dialogar entre si e com o público? Reconhecer a importância não apenas dos objetos, mas também dos processos e corpos que os produzem, emerge como uma demanda crucial de nossos tempos. Assim, expandir nossa compreensão da materialidade exposta nos museus para além do objeto físico é essencial para promover narrativas e perspectivas mais abrangentes da história das artes e culturas.
Lia D Castro
Atua de maneira transversal no terreno das Artes Visuais. Há 9 anos é mediadora em espaços expositivos, desenvolvendo esse trabalho de forma concomitante em instituições de arte. Pesquisa as possibilidades de leituras de obras além das camadas de tinta, realizando palestras na Suíça, Vevey e Lausane. Dedica-se ao projeto “Seus filhos também praticam”, no qual utiliza a prostituição como ferramenta de trabalho e investigação, aproximando-se de garotos com idade entre 18 e 25 anos, brancos, ricos e autodeclarados héteros. Nele, busca cultivar o diálogo e a escuta no domínio da raça, classe, gênero e sexualidade.
Vicenta Perrotta
Estilista, costureira, arte educadora. É conhecida por produzir roupas e acessórios a partir de materiais de descarte da indústria têxtil, e transformá-las em novas peças, que dialogam, discutem e questionam o comportamento de consumo, principalmente o de moda. Trabalhando através da ressignificação de consumo a artista desconstrói questões de gênero e padrões estéticos. Machismo, racismo e transfobia, também são temas que a estilista problematiza e questiona em suas criações, formando um elo de compromisso não só com a sustentabilidade, mas também com o empoderamento dos corpos.
Guilherme Altmayer
Pesquisador, curador, ativista e professor adjunto da Escola Superior de Desenho Industrial da UERJ. É membro da Red Conceptualismos del Sur. Fez parte da publicação ‘Pensamento Feminista Hoje: Sexualidades no Sul Global’, do catálogo ‘Antologias’ da exposição Histórias da Sexualidade no MASP e na pesquisa da obra ‘Forma da Liberdade’ na 32a Bienal de São Paulo. Ministra o curso ‘Outras Histórias da Sexualidade’ nos Estudos Críticos do MASP Escola. Investiga as interrelações entre artes, design e dissidências sexuais e de gênero como dispositivos de memória e história pública.
24 JUL
19H - MESA DE CONVERSA
Gênero, feminismo e novas tecnologias reprodutivas
Com Débora Diniz (on-line), Lara Facioli e Corina Mendes
A relevância da discussão sobre tecnologias reprodutivas, técnicas de reprodução assistida, reside na pluralidade de situações e abordagens possíveis em um campo controverso e multidimensional. Como referências nacionais nas pesquisas da área, as convidadas abordam questões sobre feminismo, bioética, gênero e a agência dos corpos e sujeitos perante a reprodução humana.
Débora Diniz
Antropóloga, professora na Universidade de Brasília, ensaísta, documentarista e pesquisadora brasileira da contemporaneidade. É pesquisadora visitante de Centro de Altos Estudos em Berlim Alemanha. Está vinculada à Anis — Instituto de Bioética, organização não governamental de pesquisa e ação política em temas sensíveis, tais como aborto, presídios e sexualidade. É autora de livros e artigos que refletem e impulsionam debates e lutas pela garantia dos direitos humanos no Brasil.
Corina Mendes
Psicóloga sanitarista, professora e pesquisadora em Saúde Coletiva no PPSCM/IFF/Fiocruz onde trabalha com gênero, sexualidade, reprodução, violências, migração e direitos humanos. Artivista têxtil, articula escrita-imagem-som às memórias, feminilidades, desejos e opressões.
Lara Rodrigues Facioli
Doutora em Sociologia pela UFSCar e atualmente é professora adjunta do Departamento de Sociologia e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFPR. É integrante do Núcleo de Estudos de Gênero (NEG) e da Clínica de Direitos Humanos (CDH) da mesma instituição. Tem atuado no campo de ensino, pesquisa e extensão sobre temáticas que envolvem a interface entre gênero, feminismos e mídias digitais; fronteiras entre legalidade e clandestinidade na procura pelo aborto no Brasil; assédios e violências na Universidade.
27 JUL
16H - MESA DE CONVERSA
Culturas corporais das masculinidades
Com Fernando Botton, Osmundo Pinho, Waldemir Rosa e Khalifa IDD
Quais as afecções corporais vinculadas a determinadas identidades sociais masculinas no Brasil? A atividade abordará algumas dessas características, seja em termos mais históricos - a construção da subjetividade masculina na história nacional -, seja em termos de sociabilidade e culturalmente localizados - o personagem de estilo brau que ocorre na periferia de Salvador ou a representação do comportamento masculino no RAP nacional.
18H - DANÇA
Demonstração de Passinho CRIAção
Com Khalifa Idd
Uma dança que combina estilos do passinho, trazendo referências ancestrais como capoeira e pagode, e mostrando como elas se conectam com o tempo presente.
Fernando Botton
Nascido na cidade de Jaboticaba/RS, é doutor em História pela UFPR. É pós-doutor em História e Regiões pela UNICENTRO e professor e coordenador adjunto da pós-graduação em Ensino de História na UESPI. É coordenador geral do Grupo de Pesquisa História, Cultura e Gênero - GRUPEHCGE (UESPI-Teresina/CNPq), onde lidera a linha intitulada Masculinidade e Política. Há dezessete anos pesquisa, orienta e leciona sobre temáticas relacionadas à Gênero, Subjetividade e corporalidade masculina.
Osmundo Pinho
Natural de Salvador e antropólogo. Bolsista de Produtividade CNPq 2. Doutor em Ciências Sociais (UNICAMP). Professor no Programação de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal de Recôncavo da Bahia em Cachoeira e do Programa de Pós-Graduação em Estudos Étnicos e Africanos da Universidade Federal da Bahia em Salvador. Foi pesquisador visitante no Africa and African Diaspora Department Studies da Universidade do Texas em Austin (2014) e Richard E. Greenleaf Fellow na Latinoamerican Library da Universidade de Tulane em Nova Orleans (2020). É autor de “Cativeiro: Antinegritude e Ancestralidade” (2021), além de outros livros e artigos.
Waldemir Rosa
É doutor em antropologia e professor na Universidade Federal da Integração Latino-americana – UNILA, concursado para o tema Diáspora Africana na América Latina e Caribe. Dedica-se aos temas das relações raciais, relações de gênero com enfoque na masculinidade, educação, epistemologias afrodiaspóricas e antropologia urbana.
Khalifa Idd
Dançarino, professor e coreógrafo de Passinho. Começou no estilo em 2016 e hoje é um dos melhores dançarinos da atualidade e referencia na modalidade passinho foda. Ganhou 1º lugar na primeira Batalha da Resistencia, Campeão da Redbull bc one "Passinho ta em casa" em São Paulo. Em 2020 viajou para Dinamarca aonde ministrou diversos workshop’s nas escolas: FGU- økologisk produktionsskole; Hotstepper danseuddannelse World Dance Academy; Toniah Pedersen Projekt; Detour Urban Dance Festival. Em 2023 viajou para Portugal onde ministrou aulas em escolas.
31 JUL
19H - MESA DE CONVERSA
Concretudes do olhar: devolvendo corpo e sentido às imagens
Com Gustavo Piqueira e Marcos Beccari
Recuperar uma corporalidade física das imagens e discursos é retomar seu sentido no mundo não-virtual, atribuindo-lhes concretude. Tendo como ponto de partida as artes gráficas e a pintura, nesta conversa os convidados discutem como corpo, linguagem, materialidade e construção de sentido se intersectam a partir de ações de ancoragem no presente.
Gustavo Piqueira
Artista gráfico, designer, pesquisador e escritor, com mais de 40 livros publicados nos quais mistura livremente texto e imagem, ficção e não ficção, design, história e tudo mais que encontrar pelo caminho. À frente de sua Casa Rex, é um dos mais premiados designers gráficos do Brasil, com mais de 500 prêmios recebidos. Também já recebeu prêmios como escritor e como ilustrador. Atualmente é pesquisador residente da BBM/USP — Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin da Universidade de São Paulo.
Marcos Beccari
Artista, filósofo e professor, atuando no Curso de Design Gráfico da UFPR e no Programa de Pós-Graduação em Educação da USP. Doutor em Filosofia da Educação pela USP, Mestre em Design e graduado em Design Gráfico, ambos pela UFPR, é também pesquisador do DEMO - Laboratório de Design-Ficção da ESDI/UERJ e do Lab_Arte - Laboratório experimental de Arte-Educação Cultura da FE-USP. Publicou e organizou mais de uma dezena de livros, além de produzir artigos regularmente nas áreas de artes, filosofia, educação e design. Através do Instagram, suas pinturas em aquarela ganharam notoriedade mundial, principalmente pelo realismo técnico e pelo uso vibrante da cor. É representante internacional de marcas consolidadas de materiais artísticos, e já expôs o seu trabalho na Europa, EUA e Rússia.
AGOSTO
3 AGO
10H ÀS 15H - OFICINA
Corpo-máquina: um paralelo entre a robótica e a anatomia humana
Com "O Projeto", espaço maker da UTFPR
A oficina tem como objetivo uma introdução à robótica, com a montagem de uma mão robótica que aplica fundamentos de mecânica, eletrônica e programação, com conhecimentos práticos e teóricos de um protótipo de projeto. Um paralelo entre o corpo humano e o corpo artificial, por meio de uma visão de engenharia e desenvolvimento.
Dessa forma, ao ver células nervosas como fios condutores, músculos como motores e o cérebro como um microcontrolador, a tecnologia traz uma ideia de como a ciência é capaz de mimetizar o corpo humano. Assim, “Corpo-máquina: um paralelo entre a robótica e a anatomia humana” oferece a experiência de como máquinas do nosso dia a dia podem ser pensadas como uma simulação do corpo humano, e como o corpo humano pode ser visto como uma máquina.
Duração: 5 horas. Vagas: 20
Classificação indicativa: 16 anos
O Projeto
Projeto de extensão que integra diversos cursos, não se limitando a estudantes da UTFPR, para se unir num espaço maker situado dentro do campus Curitiba da UTFPR. O objetivo, além de desenvolver as capacidades técnicas e sociais dos alunos, é promover a integração entre a universidade e a sociedade, fazendo com que o resultado dessa união seja o surgimento de ideias inovadoras num processo colaborativo e compartilhado.
6 AGO
10H - EXIBIÇÃO
O Peixe
Obra audiovisual de Jonathas de Andrade
Sobre a obra: Uma vila de pescadores tem ritual de abraçar os peixes na hora de pescar logo após a pesca. O gesto afetuoso que acompanha a passagem para a morte atesta uma relação entre espécies pautada na força, violência e dominação.
A exibição fica em cartaz até o dia 24 de agosto. No dia 17, o artista estará presente em uma mesa de conversa junto a educadora Gleyce Kelly Heitor, onde relacionam a obra à reflexão sobre as populações pescadoras.
Jonathas de Andrade
Nasceu em Maceió em 1982, vive e trabalha em Recife, Brasil. Ele desenvolve vídeos, fotografias e instalações a partir da produção de imagens, utilizando-se de estratégias que misturam ficção, realidade, tradição e colaborações com grupos de pessoas e comunidades. Entre as exposições individuais em que o artista participou, estão: Oeil—Flamme, no Maat, Lisboa (2023) e Crac Alsace, França (2022); Staging Resistance, no Foam, Amsterdam (2022); One to one, no Museum of Contemporary Art Chicago (2019), bem como no New Museum, Nova York (2017); The Power Plant, Toronto (2017); Museu de Arte do Rio (2014-2015); Entre exposições coletivas, seus trabalhos integraram a 16ª Bienal de Istambul (2019); MAXXI: National Museum of XXI Century Arts, Rome (2018); 32a Bienal de São Paulo (2016); The Museum of Modern Art MoMA (2015); e Guggenheim Museum, New York (2014). Jonathas de Andrade apresenta projeto individual para o Pavilhão do Brasil na 59ª Bienal de Veneza (2022).
Foto: UHGO - Cortesia do artista e Nara Roesler.
7 AGO
19H - MESA DE CONVERSA
Corpos: educação e possibilidades múltiplas de educar-se
Com Marynelma Camargo Garanhani, Ana Cristina Zimmermann e Marcus Aurélio Taborda de Oliveira
Partindo de que experiências culturais estão intimamente conectadas com a construção e tomada de consciência dos corpos, os pesquisadores convidados irão abordar os corpos e suas possibilidades de educar, atravessando a infância, ética de cuidado e visões múltiplas sobre a corporeidade.
Ana Cristina Zimmermann
Professora e pesquisadora na área de Educação na Universidade de São Paulo. Atua como uma das coordenadoras do Grupo de Estudo PULA, no Centro de Estudos Socioculturais do Movimento Humano (EEFE/USP), integrante do Lab_Arte - Laboratório Experimental de Arte-Educação & Cultura (FEUSP) e associada ao Institut des Sciences du Sport-Santé de Paris, UFR/STAPS da Universidade de Paris. Também atua no campo da filosofia do esporte, colaborando na The International Association for the Philosophy of Sport (IAPS), British Association for the Philosophy of Sport (BAPS), o Société Francophone de Philosophie du Sport (SFPS), Asociación Latina de Filosofía del Deporte (ALFiD - membro fundador), e Associação de Filosofia do Desporto em Língua Portuguesa (AFDLP).
Marcus Aurélio Taborda de Oliveira
Professor do Setor de Educação da Universidade Federal do Paraná. Atualmente é professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, dedicando-se a décadas sobre pesquisas acerca de diferentes formas, escolares ou não, de educar o corpo e as sensibilidades.
Marynelma Camargo Garanhani
Professora, pesquisadora e coordenadora do Grupo de Pesquisa EDUCAMOVIMENTO que integra o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Infância e Educação Infantil (NEPIE) da Universidade Federal do Paraná. Atua como voluntária internacional na Organização Mãos sem Fronteiras e foi Chefe do Departamento de Educação Física, Coordenadora do Curso Licenciatura em Educação Física e da Especialização em Educação Física Escolar da mesma universidade.
10 AGO
16H - EXIBIÇÃO DE FILME
Trava na pose: todos os corpos em cena
Filme de Mônica Ferreira
"Trava na pose: todos os corpos em cena" (2022, 24') é um curta documental por dirigido por Mônica Ferreira que pretende mostrar o cenário ballroom na cidade de Curitiba. O documentário possibilita uma imersão no universo dos balls (bailes), com enfoque em questões de raça e gênero. É proposta, assim, uma reflexão sobre como diferentes corpos buscam seus lugares de direito por meio dessa cultura.
Duração: 24 minutos.
16H30 - MESA DE CONVERSA
Cultura ballroom: não é só sobre a dança
Com Luísa Mainardes, Kisha, Majo Farias, Mônica Ferreira e Jaimer Boy Feline
Após a exibição do documentário, a mesa "Cultura ballroom: não é só sobre a dança" trará uma conversa sobre a dimensão política e artística desse movimento. Serão abordados temas como: a história da cultura ballroom; a importância das houses (espaços familiares que fazem parte dessa cultura, atuando também como locais de acolhimento para pessoas expulsas dos seus lares biológicos e marginalizadas pela sociedade); e o voguing, uma dança com diversas histórias, mas que traz em seu ritmo a resistência e o sentimento de pertencimento.
18H30 - PERFORMANCE
Baile de Malícia
Com House of Felines e convidados
Para finalizar a noite, a House of Felines, primeira Kiki House Ballroom fundada na cidade de Curitiba, irá promover o seu Baile de Malícia. Nesse ballroom, o público geral será convidado a caminhar em 5 categorias: "Vogue Funk", "Melhor Traje", "Rostinho de Milhões", "Brazilian Runway" e "Samba no Pé". No baile, os dramas pulsantes da bohemia brasileira se entrelaçam ao modo "gambiarra chic" de acontecer nos mistérios da noite curitibana.
House of Felines e convidados - JÚRI: Olívia 007, Father Izhy Feiticeiras, Pãe BabaObá de Audácia. DJ: Maritza 007. CHANTER: Founder Mother Korpa Feline.
House of Felines
Kiki house Ballroom, primeira casa fundada na cidade de Curitiba, disseminando da comunidade Ballroom Paraná como referência local, inspirando artistas e produtores, completando 1 ano desde sua fundação, em abril de 2023. Nosso nome, “House of Felines” reflete a força e elegância dos felinos, em homenagem ao espírito ousado em nossa conquista por espaços no cenário curitibano, multiartistas da cena dos bailes, membres de uma cultura que nos uniu como família.
Jaimer Boy Feline
Produtor cultural ativo na cena Ballroom desde 2022. Boyceta, natural de Manaus e baseado em Curitiba, tem sido uma figura de grande importância na produção de eventos que celebram e promovem a diversidade e a expressão artística únicas da cultura. Desde 2023, na inauguração da House of Felines, também tem se destacado como um artista plástico, dedicado a fomentar a produção de grand prizes, elevando o reconhecimento e a valorização des artistas da cena. Sua paixão pela comunidade e sua habilidade em conectar pessoas por meio da arte o tornam uma influência significativa tanto na cena artística local quanto na comunidade Ballroom como um todo.
Luísa Mainardes
Natural de Joinville (SC), é formada em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Apaixonada pelo audiovisual, atualmente trabalha como repórter multimídia no Bem Paraná, tendo atuado também, como estagiária, no Ministério Público do Paraná (MPPR). Nas horas vagas, adora estar em contato com a natureza ou ler um bom livro, além de ser voluntária no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do Paraná (MST-PR), no Coletivo Marmitas da Terra.
Kisha
Nascido em Curitiba e criado em Fazenda Rio Grande (RMC), Kisha percorre e fomenta o cenário artístico underground há 10 anos, sendo uma das figuras pioneiras da Cultura Ballroom no sul do Brasil; movimenta, fomenta, dialoga e busca gerar possibilidades nos espaços que ocupa enquanto um corpo dissidente que se movimenta de maneira política na sociedade, afim de promover um cenário artístico local/regional mais diversificado, autônomo, rotativo, acessível e sobretudo respeitado! Pesquisador das danças urbanas desde 2014, seu inserimento no setor artístico se deu já através do voguing, passando posteriormente pelo jazz funk, hiphop, funk e mesclando atualmente com resgates e atualizações de hard dance e elementos do breaking; Uma das figuras de alta relevância pro fomento e desenvolvimento da Cultura Ballroom dentro do Estado do PR e da cidade de Curitiba, pai da 1ª House Ballroom estabelecida dentro do Estado do PR, idealizador parceiro de todas as primeiras movimentações e ações em nome e ressalvo da Cultura Ballroom; Artista preto, marginal, lgbtqiap+ e ativista das causas, recorrente em grandes eventos e espaços pelo Brasil.
Majo Farias
Artista do corpo, do teatro e da performance, produtora cultural, pesquisadora. Fomenta a Cultura Ballroom desde 2019, atravessada por diferentes estilos e culturas, pelas danças negras afrodiaspóricas, brasileiras e algumas linguagens do Hip Hop. Em 2022 passa a compor a International Royal House Nina Oricci (NY), cena Brasil. Integrante da equipe Siamese como bailarina, dividindo o palco com artistas como Pabllo Vittar, Glória Groove, Getúlio Abelha, Boombeat, Danna Lisboa, Ludmilla. Integra o elenco da Companhia de teatro da UFPR no ano de 2021 e 2023 estreando o espetáculo Asa serpente, com circulação durante o Festival de Curitiba em 2024. Em residência no projeto Cidade Cabaré com Selvática ações artísticas.
Mônica Ferreira
É de Paranaguá, no Litoral do Paraná. Ela se entende como "parnanguara ou 'bagrinha', como costumam chamar". Formada em jornalismo pela Universidade Federal do Paraná, viu na profissão a paixão por contar histórias. Mônica gosta de definir-se como uma comunicadora em constante construção.
17 AGO
16H - MESA DE CONVERSA
Peixe, pessoa, pesca
Com Jonathas de Andrade e Gleyce Kelly Heitor
Percepção, técnica, ritual, afeto e morte, humano e animal. Todos esses são temas que cruzam as vidas e os corpos de populações pescadoras, feitas de terra e água, cuja beleza e profundidade emergem nesta mesa a partir do enfoque sensível da arte e da atenção prolongada da etnografia.
A exibição da obra audiovisual "O Peixe", de Jonathas de Andrade fica em cartaz até o dia 24 de agosto.
Jonathas de Andrade
Nasceu em Maceió em 1982, vive e trabalha em Recife, Brasil. Ele desenvolve vídeos, fotografias e instalações a partir da produção de imagens, utilizando-se de estratégias que misturam ficção, realidade, tradição e colaborações com grupos de pessoas e comunidades. Entre as exposições individuais em que o artista participou, estão: Oeil—Flamme, no Maat, Lisboa (2023) e Crac Alsace, França (2022); Staging Resistance, no Foam, Amsterdam (2022); One to one, no Museum of Contemporary Art Chicago (2019), bem como no New Museum, Nova York (2017); The Power Plant, Toronto (2017); Museu de Arte do Rio (2014-2015); Entre exposições coletivas, seus trabalhos integraram a 16ª Bienal de Istambul (2019); MAXXI: National Museum of XXI Century Arts, Rome (2018); 32a Bienal de São Paulo (2016); The Museum of Modern Art MoMA (2015); e Guggenheim Museum, New York (2014). Jonathas de Andrade apresenta projeto individual para o Pavilhão do Brasil na 59ª Bienal de Veneza (2022).
Foto: UHGO - Cortesia do artista e Nara Roesler
Gleyce Kelly Heitor
Educadora, pesquisadora e museóloga. Licenciada em História (UFPE), mestra em Museologia e Patrimônio (Unirio-Mast) e doutora em História Social da Cultura (PUC-RJ). Atualmente é diretora de Educação do Instituto Inhotim. Foi diretora de Educação e Pesquisa na Oficina Francisco Brennand, diretora do Núcleo de Cultura e Participação do Instituto Tomie Ohtake (2021), gerente de Educação e Participação do MAM Rio (2020-2021), coordenadora pedagógica da Elã - Escola Livre de Artes (Galpão Bela Maré - Observatório de Favelas - 2019, 2020/21), coordenadora de ensino da Escola de Artes Visuais do Parque Lage (2019) e assessora e coordenadora pedagógica da Escola do Olhar - Museu de Arte do Rio (2012-2017).
23 E 24 AGO
OFICINA - DIA 23, SEXTA, DAS 19H ÀS 22H
Qual o nome da sua Odisseia?
Com João Turchi e Grupo MEXA
Nesta oficina, o Grupo MEXA irá apresentar sua trajetória, discorrendo sobre "Poperópera Transatlântica" e outros trabalhos. Além disso, irá compartilhar procedimentos utilizados durante suas criações, propondo para os participantes, em especial, exercícios de improviso e escrita. Trata-se de uma oficina voltada a todos que se interessam por artes cênicas e escrita, não sendo necessário possuir uma atuação prévia na área. A oficina "Qual o nome da sua Odisseia?" será ministrada pelo diretor do Grupo MEXA, João Turchi, e parte do elenco.
Vagas: 20
Classificação indicativa: livre
ESPETÁCULO - DIA 24, SÁBADO, 18H
Poperópera Transatlântica
Com Grupo MEXA
A epopeia encontra a pista de dança neste espetáculo que combina elementos da ópera e da cultura da noite dos anos 1990 para narrar histórias do grupo MEXA inspiradas na Odisseia de Homero. MEXA nasceu em 2015, após episódios de violência em centros de acolhida de São Paulo. Em “Poperópera Transatlântica” surge uma questão central em torno dos caminhos heroicos de cada um dos integrantes: como podemos olhar para as histórias e trajetórias individuais a partir de uma perspectiva mitológica?
Duração: 90 minutos
Classificação indicativa: 16 anos
Grupo MEXA
O MEXA foi criado em 2015, após episódios de violência de gênero em alguns em centros de acolhida de São Paulo. Desde a sua gênese, o coletivo explora e debate as distâncias e proximidades entre a rua e o museu, a vida e a arte, política e estética, por meio de estratégias de improviso, biodrama, teatro documental e criação coletiva. O grupo já se apresentou em diversas mostras e festivais, como: 14º VERBO (2018); 11ª e 13ª Bienais de Dança do SESC (2019 e 2021); 6ª Mostra Internacional de Teatro (2020); Panorama Raft Festival (2021); Arte Passagem (2022); e Mamba Negra Festival (2022). Eles também participaram nas exposições: Histórias da Dança (MASP, 2020); Somos muit+s (Pinacoteca do Estado de São Paulo, 2021); Começo de século (Galeria Jaqueline Martins, 2021). Em 2023, o MEXA estreou o espetáculo Poperópera Transatlântica em Berlim (Hau Theatre), que também foi apresentado no Kunstenfestivaldesart (Bruxelas), em Lisboa (Teatro do Bairro Alto), Hamburgo (Kampnagel) e Leeds (Transform Festival). Em 2019, o MEXA recebeu o Prêmio Denilto Gomes de Dança, na categoria "Olhares para estéticas negras e de gênero na dança". Desde 2016, o MEXA tem sido um grupo residente da Casa do Povo.
Foto capa: Marcelo Mudou
Foto interna: Bea Borges
JUNHO
08 JUN
13H30 - VISITA MEDIADA + OFICINA
A autorrepresentação por meio da gestualidade do corpo
Para crianças e adolescentes de 6 a 16 anos
Como podemos nos autorrepresentar? A partir de uma visita por retratos e autorretratos presentes nas exposições do MUPA, o Núcleo Educativo trará aos participantes reflexões acerca da representação de si mesmo. Nesse processo, será posto em pauta o fato de que os retratos pintados, muitas vezes, seguem alguns padrões – mas alguns artistas se propõem a achar outras formas de pensar e expressar a sua própria imagem. Na sequência, as crianças e adolescentes serão convidados a representar a si mesmos, desenhando e pintando um autorretrato gigante. Além da concepção de uma imagem de si próprio, a atividade irá propor que toda a gestualidade do corpo seja utilizada para produzir essa obra de arte.
Duração: 1h30.
Público: crianças e adolescentes de 6 a 16 anos.
Vagas: 10.
15 JUN
13H30 - VISITA MEDIADA + OFICINA
Seres Fantásticos
Para crianças e adolescentes de 6 a 12 anos
Nos mitos e histórias ancestrais do povo Xetá, existem espíritos chamados möu ‒ representações de entes ou animais mortos que vivem nas florestas e perseguem os vivos. As figuras dos möu (que misturavam representações de animais e humanos) eram construídas pelos Xetá a partir da escuta de história oral e com a utilização de cerume de abelha. Com base nessa inspiração, a atividade "Seres Fantásticos" será composta por contações de histórias que instiguem as crianças a explorar e elaborar imaginários a respeito de seres que não possuem um corpo material definido. Elas serão convidadas a modelar pedaços de argila enquanto escutam uma história sobre um ser fantástico que habita o Museu Paranaense ‒ mas que possui um corpo de formato ainda desconhecido. A intenção é instigar os participantes a traduzir por meio da escultura, cada qual à sua própria maneira, um conjunto de características que não possuem, necessariamente, qualquer ligação a um corpo físico previamente determinado.
Duração: 1h30.
Público: crianças de 6 a 12 anos.
Vagas: 15.
22 JUN
13H30 - VISITA MEDIADA + BRINCADEIRAS
Xanrí, Jogé e Pirá Visitam o Museu
Para crianças de 3 a 5 anos
Permeadas por animais que moram nos rios, mares e florestadas, as histórias dos povos indígenas são cheias de significados. Nas etnias presentes no Paraná, é comum ver representações de animais de diferentes tamanhos esculpidos em madeira. Inspirado por contos indígenas e visando explorar outras formas de se visitar um museu, as crianças serão motivadas a se locomover de maneiras não usuais, divertidas e experimentais pelos espaços, imitando animais.
Duração: 1h30.
Público: crianças de 3 a 5 anos.
Vagas: 10.
29 JUN
10H - VISITA MEDIADA + OFICINA
Habitar a Paisagem: Mascaramento e Mimetismo
Para crianças de 6 a 12 anos
Em diferentes tradições indígenas, as máscaras não são fantasias – são verdadeiros entes, com corpo e vontades próprias. Elas têm protagonismo nas histórias ancestrais e podem materializar-se em seres brincalhões, malévolos, sinistros, curadores, ou um pouco de tudo. Nesta atividade, que é inspirada pela história do povo Ticuna sobre uma árvore mágica chamada Tüerüma, as crianças serão convidadas a visitar as máscaras da exposição Mejtere: histórias recontadas.
Durante a visita, haverá conversas sobre temas como a feitura das máscaras, seus modos de uso e suas origens. O Núcleo Educativo também contará histórias que demonstram que as máscaras ali expostas não são apenas objetos de enfeite – elas são, afinal, respeitadas e entendidas como seres viventes pelos seus povos.
Após a visita, será proposta a produção de novas máscaras. Para tanto, serão utilizados materiais naturais coletados no Jardim do MUPA. O objetivo será que as crianças produzam “um novo rosto” para si mesmas, o qual pode, por exemplo, mimetizar uma paisagem ou evocar as qualidades de um animal. Assim, cada criança poderá se transformar naquilo que deseja.
Duração: 1h30
Público: crianças de 6 a 12 anos.
Vagas: 15.
JULHO
7 JUL
11H ÀS 15H - CONVERSA NO JARDIM DO MUPA + OFICINA DE COLAGEM
Habitar a Paisagem: Mascaramento e Mimetismo
Para crianças de 6 a 12 anos
Em diferentes tradições indígenas, as máscaras não são fantasias – são verdadeiros entes, com corpo e vontades próprias. Elas têm protagonismo nas histórias ancestrais e podem materializar-se em seres brincalhões, malévolos, sinistros, curadores, ou um pouco de tudo. Nesta atividade, que é inspirada pela história do povo Ticuna sobre uma árvore mágica chamada Tüerüma, as crianças serão direcionadas a visitarem as máscaras da exposição "Mejtere: histórias recontadas", junto com a sua família.
No jardim do museu o Núcleo Educativo também mostrará um livro com imagens e histórias que demonstram que as máscaras expostas no museu não são apenas objetos de enfeite – elas são, afinal, respeitadas e entendidas como seres viventes pelos seus povos.
Após a conversa, será proposta a produção de novas máscaras, com materiais naturais coletados no Jardim do MUPA e outros adereços disponíveis. As crianças vão poder produzir “um novo rosto” para si mesmas, o qual pode, por exemplo, mimetizar uma paisagem ou evocar as qualidades de um animal. Assim, cada criança poderá se transformar naquilo que deseja.
Não necessita inscrição. A atividade acontecerá entre 11h e 15h.
16 JUL
14H- VISITA MEDIADA + OFICINA
Autorretratos gigantes
Para crianças e adolescentes de 6 a 16 anos
Como podemos nos autorrepresentar? A partir de uma visita por retratos e autorretratos presentes nas exposições do MUPA, o Núcleo Educativo trará aos participantes reflexões acerca da representação de si mesmo. Nesse processo, será posto em pauta o fato de que os retratos pintados, muitas vezes, seguem alguns padrões – mas alguns artistas se propõem a achar outras formas de pensar e expressar a sua própria imagem. Na sequência, as crianças e adolescentes serão convidados a representar a si mesmos, desenhando e pintando um autorretrato gigante. Além da concepção de uma imagem de si próprio, a atividade irá propor que toda a gestualidade do corpo seja utilizada para produzir essa obra de arte.
Duração: 1h30.
Vagas: 10.
17 JUL
14H - VISITA MEDIADA + BRINCADEIRAS
Xanrí, Jogé e Pirá Visitam o Museu
Para crianças de 3 a 5 anos
Permeadas por animais que moram nos rios, mares e florestadas, as histórias dos povos indígenas são cheias de significados. Nas etnias presentes no Paraná, é comum ver representações de animais de diferentes tamanhos esculpidos em madeira. Inspirado por contos indígenas e visando explorar outras formas de se visitar um museu, as crianças serão motivadas a se locomover de maneiras não usuais, divertidas e experimentais pelos espaços, imitando animais.
Duração: 1h30.
Vagas: 10.
18 JUL
DUAS SESSÕES, ÀS 10H E ÀS 14H - CONTAÇÃO DE HISTÓRIA + VISITA SENSITIVA NO JARDIM + CONSTRUÇÃO DE ROUPA
O Corpo das Árvores
Para crianças de 6 a 12 anos
“Qual é a árvore mais alta do mundo?”
“O tronco das árvores emite sons?”
“Árvores podem andar?”
A atividade tem início com uma contação de histórias baseada no livro “Árvore”, de Piotr Socha. Instigadas por suas questões, as crianças serão conduzidas a uma visita sensorial pelo Jardim do MUPA, de olhos vendados, para que possam escutar as árvores, sentir suas texturas e cheiros.
A partir disso, irão construir roupas com materiais diversos inspiradas nessas experimentações, que assim como as árvores, emitam sons, tenham texturas e exalem aromas. O objetivo é que cada criança crie a sua própria representação poética daquilo que é habitar o corpo de uma árvore.
Na sequência, elas serão instigadas a vestir essas roupas e, então, serão conectadas umas às outras, de forma que precisem se movimentar todas juntas durante um percurso pelas exposições do MUPA. Essa proposta busca ativar os corpos das crianças durante a visita ao museu por obras que representam os “corpos” das árvores, e estimular reflexões múltiplas.
Duração: 2h.
Vagas: 15.
19 JUL
14H - OFICINA DE MÚSICA E DANÇA
Samba de Coco, com Melu do Brasil
Para crianças de 6 a 12 anos
O Samba de Coco é uma rica manifestação cultural (ou "brinquedo") popular da região nordeste do Brasil. Uma brincadeira de roda que convida a criança a construir o ritmo com os pés e as mãos, dançar, cantar, além de produzir as próprias rimas e passos de improviso. De origem mestiça, de quando a punga africana encontrou o maracá indígena, os cantos sobre trabalho e vida cotidiana embalam as rodas de Coco, marcando com batidas firmes dos pés no chão um ritmo que chama para brincar.
Conheça a convidada:
Melu do Brasil é educadora social e brincante popular. Cursou Dança pela UNESPAR e há mais de 10 anos vem estudando e pesquisando sobre brinquedos populares e folguedos brasileiros, sentado aos pés de mestres e mestras de tradições como Samba de Coco, Maracatu de Baque Virado, Cacuriá e Capoeira. Ministra oficinas de danças populares em Ponta Grossa e Curitiba e, atualmente, compõe o grupo percussivo Aroeira, onde aprimora seus estudos em instrumentos de percussão.
Duração: 1h30.
Vagas: 20.
21 JUL
11H ÀS 15H - CONVERSA NO JARDIM DO MUPA + OFICINA DE ARGILA
Seres Fantásticos
Para crianças de 6 a 12 anos
Nos mitos e histórias ancestrais do povo Xetá, existem espíritos chamados möu ‒ representações de entes ou animais mortos que vivem nas florestas e perseguem os vivos. As figuras dos möu misturavam representações de animais e humanos, e eram construídas pelos Xetá a partir da escuta de história oral e com a utilização de cerume de abelha.
Com base nessa inspiração, a atividade "Seres Fantásticos" será composta por uma breve contação de histórias que instiguem as crianças a explorar e elaborar imaginários a respeito de seres que não possuem um corpo material definido. Elas serão convidadas a modelar pedaços de argila após escutarem uma história sobre um ser fantástico que habita o Museu Paranaense ‒ mas que possui um corpo de formato ainda desconhecido.
Não necessita inscrição. A atividade acontecerá entre 11h e 15h.
28 JUL
11H ÀS 15H - ATIVIDADE INTERATIVA E DE COLORIR
A Árvore Museu
Para crianças de 6 a 12 anos
Em "A Árvore Museu", o Núcleo Educativo disponibilizará um desenho interativo para colorir, contendo informações sobre algumas peças do nosso acervo. A partir dessas informações as crianças podem fazer um percurso investigativo pelas exposições do MUPA, motivados a procurar por obras que tenham relação com as árvores.
Não necessita inscrição. A atividade acontecerá entre 11h e 15h.
AGOSTO
18 AGO
11H ÀS 15H - ATIVIDADE INTERATIVA E DE COLORIR
A Árvore Museu
Para crianças de 6 a 12 anos
Em "A Árvore Museu", o Núcleo Educativo disponibilizará um desenho interativo para colorir, contendo informações sobre algumas peças do nosso acervo. A partir dessas informações as crianças podem fazer um percurso investigativo pelas exposições do MUPA, motivados a procurar por obras que tenham relação com as árvores.
Não necessita inscrição. A atividade acontece entre 11h e 15h.