Roda de conversa no Museu Paranaense discute o tabaco nas culturas indígenas Mbyá-Guarani e Jamamadi 05/05/2022 - 16:53

Para além de ser um elemento central na comunicação com as divindades, o tabaco se apresenta de outras maneiras para os povos indígenas Mbyá-Guarani e Jamamadi. Na próxima roda de conversa do Museu Paranaense, marcada para este sábado (07), na estrutura tensionada localizada no jardim do Museu, o indígena da etnia Mbyá-Guarani Elias Fernandes Cordeiro vai abordar o uso do tabaco entre seu povo. O professor compartilhará as peculiaridades dos usos sociais e cerimoniais do fumo, como as dinâmicas de produção, distribuição e consumo interno cotidiano e suas ativações sagradas em rituais e festividades; passando também pela reflexão acerca das mudanças que perpassam seu uso e cultivo ao longo do tempo. E, como não poderia deixar de evidenciar, Elias falará dos utensílios associados aos usos da planta, como o petyguá, cachimbo produzido artesanalmente nas aldeias.

Participa da conversa a pesquisadora Karen Shiratori que apresentará aspectos de sua pesquisa “O olhar envenenado: da metafísica vegetal Jamamadi”. Seu trabalho versa sobre o papel fundamental desempenhado pelo tabaco no ritual de iniciação xamânica e nos vínculos míticos que o povo Jamamadi estabelece com as plantas. Também explora o conceito de Metafísica Vegetal, abordando as relações que este grupo indígena amazônico elabora entre corpo humano, morte, origem e a vegetação.

PROGRAMA PÚBLICO - A roda de conversa “O tabaco na produção e transformação dos corpos indígenas Mbyá-Guarani e Jamamadi” integra o Programa Público “Se Enfiasse Os Pés Na Terra: relação entre humanos e plantas”, uma agenda promovida pelo MUPA que segue até o final de maio de 2022. Acesse a programação na íntegra nesta página.

SOBRE OS CONVIDADOS 

Elias Fernandes Cordeiro, de nome indígena Verá Popygua, tem origem na aldeia Palmeirinha do Iguaçu, no município de Chopinzinho/PR e há 12 anos vive na Aldeia Kakané Porã em Curitiba. É indígena Mbyá-Guarani e professor da aldeia Kakané Porã. Seus ancestrais o ensinaram a manter a cultura e a língua materna, e seus avós ensinaram os segredos da caça e da pesca. Eles também contavam as histórias de seu povo e de como viviam nas florestas, saberes que são passados de geração a geração, mantendo viva a ancestralidade Mbya.   

Karen Shiratori - Graduada em filosofia pela Universidade de São Paulo (USP), mestre e doutora em antropologia social pelo Museu Nacional do Rio de Janeiro (UFRJ). Pós-doutoranda do Departamento de Antropologia da USP e pesquisadora do Centro de Estudos Ameríndios (Cesta-USP). Vinculada à Unidade Mista de Pesquisa « Patrimoines locaux, environnement & globalisation » (PALOC-IRD). Faz parte do projeto ECO European Research Council (ERC) sediado no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. É autora e organizadora do livro "Vozes Vegetais: diversidade, resistências e histórias da floresta", publicado pela editora UBU (2020). 

 

SERVIÇO - Roda de conversa “O tabaco na produção e transformação dos corpos indígenas Mbyá-Guarani e Jamamadi” com Karen Shiratori e Elias Guarani

Sábado, 07 de maio, às 16h

Local: Estrutura tensionada localizada no jardim do Museu Paranaense

Não há necessidade de inscrição prévia para acompanhar as palestras, que são gratuitas. 

O Museu Paranaense fica na Rua Kellers, 289, Alto São Francisco – Curitiba.