Apresentação

 

Fundado em 25 de setembro de 1876, o Museu Paranaense (MUPA) é considerado o terceiro museu mais antigo do Brasil. Ao longo de sua história, a instituição passou por diversas transformações físicas e conceituais, que abarcam as transferências da sede, e mudanças na sua missão e relação com a sociedade. Atualmente, o Museu Paranaense passa tanto por um processo de resgate de sua própria história quanto busca se fortalecer enquanto instituição museológica, abrindo caminho para novas narrativas expositivas e perspectivas metodológicas de pesquisa, além da reformulação de sua identidade e comunicação institucional.

Nesse momento, o MUPA se orienta pela vontade de fazer da instituição um agente cultural de destaque no cenário paranaense e brasileiro. Para isso, em conformidade com os propósitos da Secretaria da Cultura, propôs uma movimentação profunda para se consolidar como uma plataforma de engajamento, pública e plural, dedicada ao diálogo de diferentes perspectivas, criação de imaginários e narrativas nas quais linguagem e forma se imbricam. Deste modo, suas diretrizes contemporâneas derivam da vontade de promover um espaço de relações, alargando a escuta e incorporando as diferenças.

O movimento atual de expansão do MUPA se expressa no incentivo e execução de pesquisas e ações transdisciplinares, criando conexões entre os núcleos tradicionais de pesquisa do museu - Arqueologia, Antropologia e História - e o campo das artes, que se direcionam para práticas e dinâmicas sociais contemporâneas, possibilitando diferentes leituras e ativações sobre os acervos. A coexistência da arte contemporânea com objetos centenários é uma escolha da gestão, que considera a potência da arte para uma reflexão necessária de decolonizar o pensamento, de construir novos saberes e olhar para o futuro. Essas ações se manifestam a partir de quatro eixos norteadores que guiam a programação cultural e as escolhas curatoriais: Identidades múltiplas; Ecologia - Sustentabilidade; Memória; e Cosmovisões.

Ao realizar a revisão crítica e constante de sua própria história, o MUPA se fortalece enquanto instituição museológica e abre caminho para perspectivas metodológicas atuais na criação de narrativas expositivas, identidade e comunicação institucional, como a criação de um programa público, o desenvolvimento de curadorias compartilhadas e a abertura dos espaços expositivos para propostas de ocupação. Por compreender seu lugar de guarda de patrimônio e de experimentação nas artes, o MUPA investe na expansão de suas atividades, no engajamento coletivo, e cria pontes entre a instituição e a sociedade.

 

fachada

 

Exposição Ephemera / Perpetua MUPA

 

1876 Fundação

O Museu Paranaense foi criado em 25 de setembro de 1876 por iniciativa privada de Agostinho Ermelino de Leão e João Cândido da Silva Murici. Sua primeira sede foi na atual Praça Zacarias, em Curitiba.

1876-1922 Exposições Nacionais e Internacionais

Com objetivos positivistas, o Museu Paranaense participou ativamente de exposições nacionais e internacionais. Dentre elas se destacam Filadélfia (1876), Amsterdã (1883), Paris (1889) e Rio de Janeiro (1908, 1922).

1882 Unidade pública

Em dezembro de 1882, foi publicado o Decreto Nº 393, que tornou o Museu Paranaense uma unidade pública. Nesta altura o Museu era o principal atrativo cultural do Paraná e dava início a expedições científicas.

1900 2º sede do Museu Paranaense

O Museu Paranaense, em nova sede na Rua Dr. Murici, deu início a um pequeno zoológico e realizou sua primeira publicação, o “Guia do Museu Paranaense”, com informações sobre seu acervo e espaço expositivo.

1902 Início da direção de Romário Martins

Ao assumir a direção, mantém as seções de mineralogia, numismática, curiosidades e zoologia. Contudo, realiza mobilizações para o incremento da Pinacoteca e cria a Seção de Antropologia.

1913 3º sede do Museu Paranaense

Ainda comandado por Romário Martins, o Museu Paranaense passa a sua terceira sede, agora na Rua São Francisco.

1928 4º sede do Museu Paranaense

Após 25 anos à frente do Museu, Romário Martins se retira para assumir a Secretaria de Agricultura. Meses após, a instituição passa a sua quarta sede, na Rua Buenos Aires.

1931 Intervenção federal no Paraná

O auxiliar técnico João Tenius é nomeado diretor-interventor do Museu Paranaense, ampliando o acervo da instituição durante os primeiros anos da gestão do Governador-interventor Manoel Ribas.

1936 Início da direção de José Loureiro Fernandes

Ao assumir a direção, José Loureiro Fernandes transformou um Museu de “curiosidades” em um espaço de produção científica. Foi criada a seção de História, efetuados diversos trabalhos de campo e a recepção de pesquisadores nacionais e internacionais.

1941 Tombamento federal do acervo e criação do Arquivos do Museu Paranaense

Foi nesse momento que a gestão de José Loureiro Fernandes obteve o tombamento do acervo da instituição, junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). No mesmo ano surgia o importante periódico Arquivos do Museu Paranaense.

1963 Início da direção de Marília Duarte Nunes

Marília Nunes foi a primeira mulher a assumir a direção do Museu Paranaense, após uma crise administrativa vivida ao longo dos anos 1950.

1965 5º sede do Museu Paranaense

Ainda com dificuldades, o Museu Paranaense foi transferido para sua quinta sede, na Rua 13 de Maio.

1973 6º sede do Museu Paranaense

Desde 1967 sob a direção de Oldemar Blasi, a instituição foi novamente transferida para a antiga sede da Municipalidade de Curitiba, Paço da Liberdade. Se iniciam pesquisas na área de arqueologia e os acervos, como o botânico, zoológico e entomológico, são transferidos.

1976 Centenário do Museu Paranaense

Com nova sede, mais espaçosa, o Museu Paranaense comemorou seus cem anos com destaque às novas instalações e o crescimento do acervo, que na época já superava cem mil peças.

1982 Parque Histórico do Mate

A propriedade ervateira concebida por Carlos José de Oliveira e Souza, no século XIX, em Campo Largo, foi transformada em unidade cultural pública, ficando atrelada ao Museu Paranaense.

1990 Sistema Estadual de Museus do Paraná

Pela Lei Nº 9375/1990 foi criado o Sistema Estadual de Museus, que objetivava a promoção e articulação dos museus estaduais, prestando orientação e auxílio. O Museu Paranaense foi integrado ao quadro de instituições.

1995 Espaço de encontros

Sob a direção de Jayme Cardoso, o Museu Paranaense aprofundou seus laços sociais junto à comunidade paranaense e iniciou os planejamentos para a ampliação do Museu com uma nova sede.

2002 7º sede do Museu Paranaense

Com o esgotamento do espaço útil da sede anterior, o Museu Paranaense é novamente transferido, para sua sétima e atual sede, de frente para a Praça João Cândido. Foi instalado no Palácio São Francisco, que além de residência particular, sediou o Governo do Paraná, Tribunal Regional Eleitoral e Museu de Arte do Paraná.

2003 Sociedade de Amigos do Museu Paranaense

Formando na gestão de Eliane Moro Réboli, a Sociedade de Amigos do Museu Paranaense surgiu como entidade sem fins lucrativos, com a missão de auxiliar o Museu Paranaense em suas ações de manutenção e preservação do acervo, pesquisa, divulgação e desenvolvimento de atividades.

2004 Acervo David Carneiro

Foi incorporado o espólio do antigo Museu Cel. David Carneiro, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, sendo umas das principais coleções do Museu Paranaense.

2017 Acervo Vladimir Kozák

Certificação pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, junto ao Programa Memória Mundo, de parte da Coleção Vladimir Kozák, produzido entre 1948 e 1978, sobre as populações indígenas do Brasil.

 2021 Curadorias colaborativas

Início de um movimento de engajamento comunitário por meio de curadorias compartilhadas, a fim de promover a democratização do espaço museal, a proliferação de ideias junto às demandas sociais, e fortalecer a instituição como uma plataforma pública de formação cidadã. Destacam-se projetos como a Retomada da Imagem, Mejtere: histórias recontadas e Ante Ecos e Ocos.

 2022 Criação do Programa Público

O I Programa Público intitulado Se enfiasse os pés na terra: relações entre humanos e plantas, reafirmou o compromisso cultural e social do Museu, ao aliar atividades culturais, acadêmicas, participativas e artísticas que promoveram novas experiências entre o Museu Paranaense e a sociedade.

2023 Reforma da sede

Primeiro processo de restauro e reforma desde que o Museu foi instalado no Palácio São Francisco, há 20 anos. Foram implementadas ações como o restauro e pintura de fachadas do edifício histórico e do anexo adjacente, reparos elétricos, instalação de iluminação e implantação de prevenção contra incêndio.