II MUPA – COMUNIDADE – CULTURA – RELAÇÕES

Pessoas leem publicações do MUPA sentadas em balanços de tecidos verdes que descem do teto em frente a uma parede com tecidos pendurados com símbolos gráficos

 

A segunda edição do MUPA – COMUNIDADE – CULTURA – RELAÇÕES, de abril a maio de 2024, assim como em 2023, é um convite para que os visitantes desfrutem de experiências distintas em um espaço de convívio, situado na sala de exposições temporárias Lange de Morretes.

Baseada na ideia do “corpo coletivo” – a união de subjetividades distintas que, juntas, reaprendem a sua relação com o Museu e com a sociedade –, a ação se coloca como um momento contínuo de acolhimento e criação.

Com a mobilização de diferentes instituições e atividades voltadas para diferentes públicos, a segunda edição da MUPA – COMUNIDADE – CULTURA – RELAÇÕES segue ancorada no intuito de fomentar a aproximação entre a comunidade e as atividades promovidas pelo Museu, além de revelar (e discutir) o papel da educação em um espaço museal.

 

O Núcleo Educativo do Museu Paranaense apresenta inúmeras vontades que se encontram em um corpo coletivo – corpo este que deve ser pensado como uma possibilidade, nos campos político, ideológico e metodológico, que nos diferenciam e nos separam nas mais diversas escalas. O corpo tem centralidade na nossa vivência do mundo; no entanto, a contemporaneidade nega o corpo e o seu sentir através da extração e imposição da racionalidade.

Assim, propomos pensar o corpo coletivo como uma composição de diversas subjetividades que se potencializam e se tornam possíveis por estarem, justamente, em uma formação conjunta. Diante de uma fetichização do museu como espetacularização e alienação, a ideia é reivindicar, através do corpo coletivo, a reapropriação da atenção e a autenticidade da presença, partindo de um museu que, na verdade, produz conhecimento e transforma a realidade.

A sala MUPA – COMUNIDADE – CULTURA – RELAÇÕES deve ter um caráter de sala de convívio. Lidamos, continuamente, com um desafio: as instituições museais, ao longo da história, têm contado com um poder de se impor enquanto lugares que condicionam o silêncio e a mobilidade contida do corpo, limitando-o a um comportamento específico. Com isso, o Núcleo Educativo do MUPA se propõe a recuperar a memória de corpos que desobedecem ao que aprenderam; corpos que se situam no espaço de forma a pensar em si mesmos como continuidade dele – e não como uma fronteira, algo separado, uma delimitação. Isso faz com que necessitemos de um ambiente que possibilite tirar os sapatos, escutar música, sentar no chão, ler… Ou seja: criar uma cultura de descontração desses corpos que se acomodam e se nutrem, tanto fisicamente quanto sonora e visualmente.

É essencial que essa sala exista para integrar as pessoas que nela adentram – seja pela possibilidade de ouvir uma música, ler um livro, ou simplesmente ali permanecer. O próprio Núcleo Educativo do MUPA sente a necessidade de habitar a sala integralmente durante a sua existência. O habitar desse lugar estende seu alcance para além dos muros e fronteiras da instituição. Durante a permanência do espaço, uma série de residências, oficinas, ateliês e performances acontecerão de forma contínua, a partir da acolhida que a sala proporciona. As atividades, abertas ao público, são um convite a integrar de forma ativa o corpo coletivo do museu.

 

Na fotografia crianças estão deitadas em módulos de espuma na sala da ação. Atrás delas, tecidos na parede com grafismos.
Jovens fazem gravura em um amplo tecido que atravessa a sala

 

PROGRAMAÇÃO

Performance e ativação da história como acervo sensível da memória, com Sarah Marques Duarte

O ciclo de encontros propõe explorar a performance como campo corpolítico, por meio de diálogos e ações a partir de/no/com o espaço, os múltiplos estratos temporais presentes no Museu Paranaense e seu entorno. Os encontros terão caráter teórico-prático e são uma parceria com a Escola de Música e Belas Artes do Paraná (Embap) e com a Universidade Estadual do Paraná (Unespar).

Datas: 10, 17, 24, e 01/04, sempre às quartas-feiras, das 9h às 12h.

Ação: Deriva, desvio, imaginação: construção coletiva de cartografias ficcionais

Realizada pela dupla “Caçamba Gráfica”, de São Paulo, formada por Lucas Gaspar e Sebastião Oliveira Neto, a ação ocorre durante três dias e com diferentes proposições.

Situação #1 – Deriva

Perambulação pelo entorno do museu a partir de coordenadas predefinidas; partilha e troca de impressões e registros para a construção afetiva e coletiva de cartografias imaginárias do território.

Situação #2 – Vestígios Gráficos/Monumentos Temporários

Experimentação gráfica e construção coletiva de monumentos temporários com o vocabulário comum partilhado e vestígios recolhidos na situação #1.

Situação #3 – Xepa

Saída para a Feira do Largo da Ordem. Estabelecimento de trocas. Fechamento.

Datas: 12 e 13/04, das 13h às 17h, e dia 14, das 10h às 12h.

Processo de criação – da sala de gravura até o museu e vice-versa, com Elias de Andrade

A atividade visa refletir sobre processo de criação em artes visuais, a partir da experiência e da ação como prática de pensamento. A partir da escolha de um objeto de estudo, a construção do pensamento junto ao objeto e não somente uma abordagem sobre a coisa. Esta é uma parceria com a disciplina Projetos Avançados em Gravura 1, do curso de Artes Visuais (UFPR), ministrada pelo professor Elias de Andrade.

Datas: 6, 13, 20 e 27/04, sempre aos sábados, das 9h às 12h.

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