Mejtere: histórias recontadas

  

MOSTRA DE LONGA DURAÇÃO

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A exposição de longa duração é resultado de projeto de curadoria compartilhada entre a instituição e três bolsistas indígenas - selecionados por edital, entre 60 inscritos - Robson Delgado (Baré), Ivanizia Ruiz (Tikuna) e Camila dos Santos (Kanhgág).  Naine Terena, curadora, artista e educadora, juntamente com a equipe do MUPA, foi quem orientou os três estudantes para a realização do projeto. A mostra reverbera uma pluralidade de vozes indígenas, que refletem novas perspectivas sobre as coleções etnográficas do museu a partir do encontro entre o acervo do MUPA e práticas contemporâneas.

 

vista mejtere

Texto institucional

O Museu Paranaense é uma instituição com uma história centenária. Desde os seus primórdios colecionou, pesquisou e expôs coleções etnográficas, ao mesmo tempo em que construiu uma trajetória de ações junto a sujeitos indígenas. Essas atividades incluíam desde a própria exposição dos corpos dessas pessoas em troca de auxílio financeiro para sua alimentação e deslocamentos – práticas do século XIX – até, mais tarde, a promoção de cursos, oficinas, vivências e apresentações artísticas.

No que diz respeito, sobretudo, às exposições, até então o discurso do Museu acerca das populações indígenas foi muitas vezes unilateral, visto que eram pessoas não indígenas que falavam e decidiam o que seria apresentado sobre esses outros em seus espaços expositivos. As mostras realizadas muitas vezes traziam objetos que ancoravam narrativas objetificadoras e distantes – onde vivem, o que comem, quando foram contatados pelo Estado –, ou vitimizadoras (foram conquistados e massacrados). Acervos eram escolhidos como meros “representantes” de uma origem étnica.

Experiências no sentido de não compartimentar os conhecimentos indígenas e seus objetos apenas em mostras específicas, mas disseminá-los em outros projetos, com narrativas ampliadas que interseccionam diferentes áreas e sujeitos foram práticas implementadas nos últimos anos pelo MUPA. Contudo, ainda faltava uma experiência que incorporasse indígenas nas etapas decisórias e produtivas, isto é, nas diversas fases que envolvem a construção de uma exposição.

Com base no conhecimento e estudo de diversos projetos de exposição que impulsionaram curadorias compartilhadas no Brasil e no exterior, desde 2019 o Museu Paranaense vinha gestando um projeto próprio, prevendo a atuação direta de representantes indígenas na elaboração de uma nova exposição. Hoje essa presença é confirmada com a participação dos estudantes indígenas Robson Delgado, Ivanizia Ruiz e Camila dos Santos, acompanhados atentamente pelo olhar apurado e experiente da curadora, artista e educadora Naine Terena, referência no cenário atual brasileiro.

Hoje, reverberar a pluralidade de vozes indígenas acerca de coleções etnográficas como a que encontramos aqui se faz urgente e necessário. O que apresentamos neste espaço são percursos de um processo de encontro entre indígenas e acervo, de crítica e ao mesmo tempo encantamento pela existência de objetos centenários e contemporâneos salvaguardados, de decisões sobre os recortes curatoriais, de escrita de textos em primeira pessoa.

A abertura desta exposição não representa o fim de uma caminhada de meses de encontros, escolhas e pesquisas. Pelo contrário, ela aponta para um futuro com colaborações contínuas entre o Museu Paranaense e diferentes sujeitos indígenas.

Texto curatorial 

O quanto importa a representatividade em lugares de grande destaque na sociedade não indígena? Como ocupar os espaços das instituições museológicas?

A experiência de compor um projeto de curadoria compartilhada pode ser uma forma de responder a essas questões. Nós, estudantes indígenas, juntamente com a equipe do museu, apresentamos a exposição Mejtere: histórias recontadas. Nela, buscamos maneiras de reinventar uma narrativa sobre os povos indígenas – que por muitos anos foi controlada por não indígenas –, reforçar a importância da representatividade em museus e outras instituições e também afirmar nossa existência dentro de uma sociedade ampla, desmistificando os estereótipos sobre nós disseminados nos livros de história. 

O projeto curatorial partiu de um encontro aprofundado com o acervo do Museu Paranaense e foi enriquecido com a aquisição de novos objetos e obras. Com essas escolhas, buscamos ressignificar a história dos povos indígenas do Brasil a partir do olhar, da escrita, da oralidade, da arte, do canto e das diversas produções culturais de cada povo.

Nesse direcionamento, a exposição reconta histórias através de cinco núcleos que estão ligados entre si, como é a própria cultura indígena – conectada em todas as suas maneiras de existir. “Todas as coisas são pequenas”, “Fiandeiras guardiãs: carregando histórias”, “Tessituras da terra”, “Coração na aldeia, pés no mundo” e, por fim, “Resistências: nada para nós sem nós” são os núcleos que formam a exposição. Objetos e textos demarcam a linguagem dos diferentes povos, nossos modos de vida, riqueza étnica, artes, nossas diferentes formas de conduzir os ritos cosmológicos e as relações com os não indígenas. As histórias de massacres e apagamentos existem, como também existem outras: histórias das resistências, das afirmações identitárias e das múltiplas estratégias de manutenção das culturas, apesar de cinco séculos de ataques.

O que propomos é o despertar do pensamento crítico, a desconstrução de imaginários construídos e impostos historicamente em nossas mentes e sobre nós. Entendemos que descolonizar a mente dos efeitos da colonialidade do ser, do poder e do saber colabora com a ampliação da reflexividade e encaminha as discussões sociais na direção em que elas devem ser construídas.

No Brasil existem 305 povos indígenas enraizados em todas as regiões do país, falantes de 254 idiomas, detentores de filosofias, saberes e histórias únicas, que muitas vezes envolvem relações com mundos diferentes. Mundos em que animais, vegetais e espíritos, por exemplo, fazem parte da sociabilidade humana.

A terra é uma árvore e nós, os seres, somos as sementes. Estamos deixando outras sementes ressignificando a história (des)contada ou/e não contada. Agradecemos aos nossos ancestrais, pois o mérito não é individual e nunca será. O caminho tem várias marcas, suor, vermelho, jenipapo, gritos e ritos – nele ficaram as pegadas dos nossos velhos, as nossas próprias pegadas e outras que virão.

Núcleos da exposição

“[...] tudo nos é emprestado pelo Grande Espírito criador.

Um dia, devolveremos isso para as novas gerações.

Recebemos bonito de nossos antepassados e temos a

obrigação de entregar bonito aos que vêm depois.”

“Só duas coisas a gente precisa entender para ser feliz:

a gente nunca tem que se preocupar com coisas pequenas;

e não esquecer que todas as coisas são pequenas.”

Daniel Munduruku

 

Tudo o que existe é ordenado e tudo o que é ordenado é saber. O saber dos povos a quem estas terras pertencem acontece em rodas de conversa do dia a dia, sem formalidade; se dá nas palavras – gravadas no espírito – proferidas pelos anciões em benzimentos ou no que é escrito com tinta de jenipapo e urucum na pele. A ancestralidade é imaterial, além do material que o olhar já disciplinado enxerga. É uma imensidão de significados e sensações, cheiros, mundos de conexões. Visitações do espírito que o pertence.

Cada elemento que compõe matéria e energia é singular, mas faz parte de um todo agregador. Os objetos e rituais que constroem vida e morte são importantes, devem ser zelados. Do que é frágil ao que é robusto. É o que podemos ver no complexo e minucioso conjunto de ritos e cuidados cerimoniais que o povo Bororo tem com os seus mortos.

Gestos delicados, os sussurros, o leve assobio da flauta e o silêncio compõem as correntezas do que existe, tanto quanto os gritos, os choques e os grandes tremores. Cada um dos povos é singular, mas ainda assim somos nós, indígenas, os presentes e os ausentes, que estão neste chão que se pisa junto com tantos outros seres que compartilham do mesmo ar, da mesma água. Considerados semelhantes, nos diferenciamos nos pequenos detalhes: na maneira de extrair o tururi e transformá-lo em máscaras, nas formas de alterar os corpos ou nos cantos que trazem nossas histórias mais antigas.

A fronteira que nos separa é permeável como os fios das tramas, enquanto que o que nos une é sólido como a madeira. É essencial, fundamental – porém, simples. Os elos são gigantes e, perante a imensidão, o zelo é um princípio, a perturbação é um desvio. Todas as coisas são pequenas, preciosas, mas singelas e estão entrelaçadas como pequenos penduricalhos num complexo emaranhado de fios de um colar.

“Saúdo as minhas irmãs

de suor papel e tinta

fiandeiras

guardiãs,

ao tecer o embalo

da rede rubra ou lilás

no mar da palavra

escrita voraz.

Saúdo as minhas irmãs

de suor papel e tinta

fiandeiras

tecelãs

retratos do que sonhamos

retratos do que plantamos

no tempo em que nossa voz

era só silêncio.”

Graça Graúna

Antigamente, as mulheres não gestavam. Não era em seu ventre que os filhos ficavam. Quando queriam um bebê para colocar nas tipoias, falavam com Mair. O velho, então, colocava um filho em um camucim. De lá se ouvia um arranhar de unhas contra a parte interna da talha. Às vezes, a criança já estava pronta; às vezes, não. Era Mair quem avaliava e podia fazer a criança sair e, nesse caso, levar para alguma mulher que queria colocá-la em sua tipoia. Um dia, certa mulher, curiosa, foi até o camucim na casa de Mair olhar o que estava mexendo e arranhando. Imediatamente, ao ser olhada, a criança morreu. Mair ficou furioso com o atrevimento, pegou o bebê e bateu com ele contra o ventre da mulher, dizendo que dali em diante o parto seria dolorido.

Essa história do povo Ka’apor narra a origem da concepção e do parto. É interessante perceber que, embora essas capacidades corporais nem sempre tenham sido inerentes ao corpo da mulher, a criação dos filhos aparece como algo feminino desde sempre. Criar é sinônimo de carregar para muitos povos, expressa na tamanha diversidade de tipoias entre nós. As transformações acontecem no entrelaçamento de fios que se tornam objetos, como também na potência de carregar e ser carregado, modificando pessoas – mães e filhos.

São mulheres aquelas que carregam o que deve ser mantido, tanto a vida como as manifestações ancestrais. E isso pode estar no saber-fazer das Ritxòkòs (bonecas), tão antigo e encantador, que deu às ceramistas Iny-Karajá o reconhecimento como patrimônio imaterial da cultura brasileira; pode estar no desenhar a pele com jenipapo e carvão, em um afeto-tarefa de esculpir pequenos e grandes corpos, como fazem as mulheres Mebêngôkre-Kayapó continuamente, garantindo beleza, força e proteção. Nós, mulheres, carregamos vida e cultura não somente no que fazemos; carregamos em nossos próprios corpos, expressos nas posturas e gestos desenrolados ancestralmente e cuja expressão máxima pode ser encontrada nos riscos de uma pele anciã, marcados nos olhares e mãos das mais velhas.

Manter a cultura viva é tarefa cotidiana, um esforço de preservação que está na prática da língua indígena, nos valores e saberes transmitidos, na alimentação garantida com suor, mas também está no gesto do braço erguido e mão cerrada que acompanha o grito por saúde, por educação. Por todos os direitos indígenas que, sabemos, são capazes de fortalecer e garantir futuro para nossas culturas e delinear novas possibilidades etnopolíticas.

“Trago sementes do céu

cultivo os caminhos

conheço o cheiro da terra

mergulho nos sonhos

porantinando a esperança

pelo rio afora

sou arma, remo e memória”

Graça Graúna

Num passado não tão distante, uma aldeia Mebêngôkre-Kayapó incendiou-se após uma longa seca. O fogo poupou todos que nela habitavam, mas fez pó das moradias. Levou embora tudo o que havia dentro delas, incluindo as penas e taquaras que seriam usadas na produção de grandes e coloridos cocares para os festejos que aconteceriam dali a alguns dias. Os que lá moravam ficaram profundamente tristes e preocupados. Foi então que um ancião algo novo sugeriu: substituir a matéria-prima tradicional dos cocares por canudinhos plásticos!

Forjar novos caminhos em meio ao arrasamento acabou por se tornar praxe entre nós, povos que em regra surgiram ou de dentro das águas, ou de dentro da terra. Lugar de onde também provêm as fibras e matérias-primas que se transformam em canoas e armadilhas para a pesca, cestos para carregar milho e mandioca, roupas, panelas e esteiras – tecnologias indígenas que são também beleza e arte. Presentes dados nos tempos imemoriais – o tucum, o cipó-imbé, os tururis, as madeiras, as taquaras – continuam protegidos por donos espirituais na mata; mas com sua licença podemos acessá-los e continuar tecendo os nossos modos de vida, em harmonia com os biomas existentes no território brasileiro.

O uso que fazemos de materiais que não são fabricados por nós (miçangas, metais, borrachas, plásticos e outros), ao contrário do que muitos não indígenas pensam, não significa “perda cultural”. É, pelo contrário, estratégia e filosofia. Estratégia porque em muitos casos nos permite sobreviver: obter renda e nos alimentar; e filosofia porque o uso imemorial de objetos produzidos por outros faz parte de nossa forma de ser e de se relacionar – e não somente com os não indígenas. Entre tantas razões, essas incorporações podem ser insígnias da conquista e do controle sobre forças exteriores, mas, por outro lado, podem sinalizar outras coisas. Como na obra do coletivo de artistas Kókir, o uso desses materiais assume uma dimensão crítica à fome nas aldeias, vinculada à crescente dependência de uma alimentação industrializada. Ou no “Cocar-serra”, do parente Denilson Baniwa, outro exemplo dessa apropriação de objetos do mundo dos não indígenas, que tem a força de escancarar o desmatamento e garimpo ilegal.

Nossos diferentes engajamentos com as tessituras que vêm da terra são para a preservação e manutenção da vida, da existência, do meio ambiente, para que as festas e todas as coisas boas que merecem ser festejadas nunca deixem de ocorrer.

“Vivo na cidade grande,

Mas não esqueço o que sei.

Difícil é viver aqui,

Por tudo que passei.

Coração bom permanece;

A essência fortalece

Ante o pranto que eu chorei.

Conheci outros parentes,

E muito eu aprendi,

Contando boas histórias

Do lado bom que vivi.”

Auritha Tabajara

A floresta é nosso mundo – desde o princípio foi assim. A viagem da cobra-canoa trouxe à vida muitos povos indígenas do Alto Rio Negro, e é por isso que dizemos que o pertencimento às raízes ancestrais vai além do deslocamento físico que nos caracteriza desde os tempos primordiais; ele se realiza através do trânsito espiritual, meio pelo qual visitamos vários mundos. Imagens que trazem a potência do pensamento indígena sobre a canoa da transformação – sendo a viagem da vida atenta ao movimento das estrelas – surgem pelas mãos do parente Jaime Diakara, professor e escritor Dessana, nas pinturas que ornamentam a pequena embarcação no centro desse núcleo.

As matas, os rios, os bichos são nossos e deles também somos. Mas também estamos presentes nas ruas da cidade, nas casas de passagem, nos centros urbanos. Dizem que aqui não é o nosso lugar. Como pode não ser, se aqui sempre estivemos? Fomos muitas vezes empurrados para longe e no pouco de mata que ainda nos restava construímos nosso principal lar. Contudo, nunca deixamos de estar na cidade. Você já nos viu por aí – é nos centros das metrópoles onde vendemos nossas artes, que para nós são verdadeiras joias, não porque demonstram status geralmente associado àqueles que podem dominar e submeter os outros, mas porque carregam sentimentos, memórias, lutas e trajetórias, tal como pronunciado pela cacica e artista Mbyá-Guarani Juliana Kerexu.

Com o coração na aldeia e o fluxo livre de nossos espíritos, garantimos nossa sobrevivência na urbe. É para lá que também vamos quando se faz necessário conquistar um diploma de formação universitária. Nessas trajetórias, as falas, as atividades e as escritas acadêmicas, ironicamente, para alguns têm o poder de aumentar a percepção sobre nós mesmos e de estender as preocupações que emergem dos territórios dos quais viemos para um novo e importante espaço, e sob uma ótica intercultural.

Cantando cada vez mais alto nas ruas, nas universidades, nos museus, com nossa arte e também com diplomas, retomamos os territórios que são nossos.

“Muitos nos deixou, mas a luta não acabou,

genocídio continua mas a mídia não mostrou.

Floresta nativa, somos protetor,

Do alto da montanha, filhos do Tupã

Revoltado,

Somos o futuro que o passado tentou apagar,

um dia a gente ensina a real disciplina.

O estado não pensa da mesma forma,

nas aldeias continua a reza,

nossa voz é por nós.

Militante da luta

Guarani Kaiowá

ka'àguyreregua,

é nóis na fita pode pá

demarcação já!”

Owerá, Brô Mc's, OZ Guarani

Contam os Guarani Kaiowá que Ñane Ramõi Jusu Papa ou “Nosso Grande Avô Eterno” criou a si próprio a partir do Jasuka, uma substância primordial, um poder criador e fonte de vida, e depois criou os humanos. A partir deles também deu origem a todas as outras vidas que habitam a Terra. Seu filho, Ñande Ru Paven, “Nosso Pai de Todos”, e sua esposa, Ñande Sy, “Nossa Mãe”, dividiram a Terra em diferentes territórios e com isso delimitaram a terra própria aos Guarani, a Tekoha. Ela é um lugar físico, onde se pisa, onde há mata, rios, plantações e que provê comida, remédios, tudo aquilo que sustenta e protege. Mas também é onde se faz a pessoa Guarani, porque o solo da Tekoha é Jasuka, é substância que marca o tempo que foi e os ensinamentos daqueles que ali viveram, que estabelece um modo de ser bonito, tekó porã.

Mas um outro marco, de outros tipos de tempo, intitulado de Marco Temporal, muito longe da nossa gente foi criado. Algo que invalida o direito à terra a muitos dos nossos povos. Além das agressões feitas de papel e caneta, a violência perpetrada contra nós a partir da invasão europeia é vivenciada cotidianamente, seja nos centros urbanos ou nas aldeias mais remotas dentro do território brasileiro. E ela não se restringe aos nossos corpos, mas também aos nossos territórios e modos de vida, com a predação extrativista da natureza e a destruição de todas as formas de vida presentes nas florestas.

Para as marchas de luta por nossos direitos e manifestações de protesto, como o já tradicional Acampamento Terra Livre (ATL), preparamos corpo e espírito. Portando bordunas e flechas – símbolos de luta e expressão das centenas de identidades indígenas –, trazemos o espírito aguerrido dos povos originários. A fumaça dos petynguás, o som dos maracás, cantos e rezas entoados pelos anciãos dão as outras dimensões de proteção invocadas nas lutas.

“Demarcação já!”, “O futuro é indígena” e “Fora, garimpo!”, frases estampadas em extensas faixas e cartazes dão visibilidade às mensagens de protesto contra o racismo, etnocídio e ecocídio, como também revelam os anseios de mudança que proferimos nas caminhadas pelo direito à terra, por mais ações afirmativas raciais e acesso à saúde. Em todas as oportunidades, exigimos que mais nenhuma política para os povos indígenas se estabeleça nesse país sem a nossa participação efetiva.

Além das ruas, nossas resistências são transformadas em arte e conquistam cada dia mais espaços no âmbito da cultura não indígena: na literatura, na arte contemporânea, no teatro e na música. Nesse sentido, a obra “Cardume”, do parente Ziel Karapotó, sintetiza as dimensões de violência que nos atingem, como também nossa união para o enfrentamento. Resistimos no nosso Jasuka e nas outras matérias essenciais que compõem o “ser” dos diferentes povos que somos. “Fazemos bonito” na luta contra tudo o que de abjeto nos impõem.

 

GALERIA DE IMAGENS

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    Foto: Eduardo Macarios

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    Foto: Kraw Penas/SEEC

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    Foto: Eduardo Macarios

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