Valentina Tong: Viagem Geológica
MOSTRA TEMPORÁRIA
Parte do Programa Público "Corpos ― Indícios, Matrizes ― Espécies"
Em cartaz de 06/2024 a 07/2024
Esta exposição apresenta o projeto de longo prazo de Valentina Tong, arquiteta e fotógrafa que documenta a paisagem geológica brasileira há quase uma década. Percorrendo o Brasil com sua câmera de médio formato, construiu um rico arquivo do nosso patrimônio geológico e sua relação com a arqueologia, a arquitetura e o extrativismo. O painel com 70 fotografias, pela primeira vez apresentado como conjunto, parte da materialidade das estruturas geológicas para refletir sobre seus diferentes significados diante da nossa relação com as rochas e o tempo. Estão presentes também três obras da série, “Pedra Paulista”, uma pesquisa sobre a extração do basalto no Estado de São Paulo.
A pesquisa visual da artista busca entender como a geologia pode definir a vocação econômica de um lugar, através da extração da matéria-prima base da construção civil no Brasil, e como a presença de pinturas e gravuras rupestres se torna uma resistência simbólica diante dessas paisagens em transformação. Se, por um lado, essas pinturas e gravuras indicam traços de apagamento, afirmam também uma paisagem ancestral que resiste à nossa ocupação.
Sobre a artista
Arquiteta, fotógrafa e curadora, baseada em São Paulo. Desenvolve uma pesquisa fotográfica de longo prazo sobre a paisagem geológica brasileira e sua relação com a arqueologia, a arquitetura e o extrativismo. Como curadora, é colaboradora do Instituto Moreira Salles, onde trabalhou em diversos arquivos fotográficos e projetos comissionados de artistas contemporâneos.
Sobre o Programa Público
“Corpos ― Indícios, Matrizes ― Espécies” é a segunda edição do Programa Público do Museu Paranaense (MUPA), um projeto experimental e bienal que, em 2024, aconteceu entre os meses de maio e agosto.
A partir de uma série de ações artísticas, educativas e culturais gratuitas, o público é convidado a se aproximar dos debates, trânsitos e manifestações associados ao corpo ― humano, não humano, orgânico, inorgânico ― como materialidade portadora e geradora de linguagens transversais.
Deste Programa Público, que conta com convidados de múltiplas partes do Brasil e do mundo, participam artistas, pesquisadores, professores, arquitetos, escritores e detentores de saberes e fazeres tradicionais.
Por meio de mesas de conversa, performances, oficinas e exibições, busca-se fomentar diálogos e trocas que aproximam diferenças, colocando em destaque a relação entre corporalidades distintas e temas como história, antropologia e arqueologia; artes plásticas, artes visuais e audiovisuais; literatura, poesia e escrita; infância, educação e aprendizado; gênero, raça e identidade; religiosidade, ritualidade e sagrado; dança, música e artes circenses; moda, design e arquitetura; sonoridade, sensorialidade e outras formas de experiência corporal.
Ao reafirmar a importância da cultura material e imaterial, bem como de seus sujeitos e os encontros que os permeiam, pretende-se também fortalecer a potência do museu como espaço de relações.
As relações entre corpos humanos e não-humanos, sociedade e paisagem, a depender da perspectiva, podem demonstrar possibilidades cosmopolíticas que se afastam do modelo político professado pelo humano. A partir da filosofia, do cinema e da fotografia, Ana Vaz, artista e cineasta; Juliana Fausto, filósofa e escritora; e Valentina Tong, arquiteta e fotógrafa, dialogaram sobre o tema na mesa de conversa “Ecologia dos corpos não-humanos”. O evento também marcou a abertura da exposição “Viagem Geológica”, conjunto de obras de Valentina Tong.
Esses eventos integraram a Noite das Ideias, um projeto lançado anualmente pela Embaixada da França no Brasil e pelo Institut Français, em diversos países, para abrir espaços de debate e de troca de conhecimentos. Teve como parceria com a Aliança Francesa de Curitiba. A mesa de conversa aconteceu no dia 15 de junho de 2024, como parte do II Programa Público do MUPA, “Corpos ― Indícios, Matrizes ― Espécies”.